segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Agora que me ponho a pensar (e sem nada na manga, só mesmo para saber a vossa opinião)...

Ser-se mãe tem de ser vivido e sentido como uma "benção", ou há espaço na nossa moralidade para aceitar que uma mulher se possa arrepender da "escolha" (?) que fez e não ver os seus filhos como "dávidas"?

Em que penso? Nas mães que criam os seus filhos o melhor que sabem e podem e estes que, por um qualquer desígnio (na falta de presença e atenção parental, por exemplo), maltratam, roubam, matam... No que penso mesmo? No dedo que as pessoas com filhos teimam em apontar àqueles que decidem não os ter por, segundo elas, egoísmo...

55 comentários:

  1. Eu andei a semana pasda a fugir da "polémica", ontem assobiei para o lado e fiz de conta que não vi, mas agora que perguntas com as letras todas, aqui vai a minha opinião.
    A minha filha foi muito desejada e foi uma benção na medida em que apesar dos ontratempos, tive uma gravidez tranquila e uma filha saudável (com excepção de uma questão que entretanto se ultrapassou). Dorme bem, come melhor, não é dada a viroses e "ites", é educada, não faz grandes birras... Há dias em que estou muito cansada, Sem paciência, em que lhe ralho mais do que gostava, em que tenho saudades de gerir o meu tempo da forma que bem me apetecesse, sem pensar se o banho está dado, se tenho sopa feita, se são horas de a deitar. Sim, tenho dias em que tenho saudades, mas mesmo no meio da saudade mais violenta, da maior falta de paciência, não chega a ser arrependimento.
    Arrependo-me dec oisas que fiz e disse, de oisas que não iz e não isse, arrependo-me de ter comprado isto ou aquilo. Mas nunca,em momento algum, me arrependi de a ter tido. Claro que falo, como se diz por aqui, de barriga cheia, há miúdos muito difíceis e eu acreito que para muitos pais haja mesmo um sentimento muito próximo do arrependimento. Não sei o que é não vou julgar.
    Não me sentindo mais ou melhor, tenho noção de que sou relativamente aençoada. Para tudo isso contribui o facto de ter um suporte familiar muito forte que me permite "fugir" de vezem quando. Fugir não é bonito, mas também não é o fim do mundo. Se eu vir uma avalanche a descer a montanha na minha direcção, a atitude correcta será, a meu ver, fugir, não adianta ficar em pânio ou irada, aos gritos, a ralhar à enorme massa de neve que vem na minha direcção, sóvai piorar as coisas. É que a parentalidade tem, quer queiram quer não, muito de avalanche.

    Quanto às guerrinhas pais com filhos vs sem filhos, recuso-me a colar-me a estereótipos, com mais ou menos graça, da mesma maneira que recuso entrar na guerra homens vs mulheres, campo ou cidade, como sede uma questão lubística (e de vida ou morte) se tratasse. Não gosto, não tenho paciência, recuso-me entrar nelas. Na vida já faço tantos fretes que não posso escolher, que nos que posso escolher me mantenho a milhas.

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  2. Ser mãe por mim é entendido como uma benção, e perdoai-me a pieguice, por vezes penso que a minha filha me foi confiada por Deus para eu cuidar o melhor que posso e sei.
    Mas é verdade que há alturas, ao longo dos últimos 13 anos, em que me apetecia não ter que me preocupar com ela, fazer o que me apetecesse sem pensar que há outra pessoa de que tenho que cuidar. Sair , ir ao cinema, passear sem horas marcadas. E preciso muito de ter um tempo só meu, mesmo que seja para não fazer nada.
    Arrepender de ser mãe acho muito difícil de aceitar,acho que a ligação que se estabelece é demasiado forte para o arrependimento, seja o que for que aconteça, mas aceito perfeitamente que não se queira ser mãe e não entendo tal como egoísmo.
    Não sei se se percebe minimamente o que penso...

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  3. Quanto às letrinhas pequeninas, que era por onde queria ter omeçado, não ter filhos por opção nunca pode ser tido como deisão egoísta 3goísta seria ter filhos sem se podersó porque sim, porque se quer muito ou para se ficar bem perante a sociedade e a pressão que esta exerce. Ou estamos a falar de egoísmo por oposição ao acto altruista que é ter um filho que não se deseja, para o qual não se está minimamente preparado ou interessado em educar e criar,só porque a soiedade acha que é assim que tem de ser? Se assim é, mil vezes um egoísta por opção que um altruista por imposição.

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  4. Sim! Há espaço!
    Não estou a ver qual a bênção ao a dádiva de ser-se mãe dum fanático que degola um inocente, dum ainda mais fanático que pega numa metralhadora e desata a matar crianças na escola, dum energúmeno que por suspeitas de infidelidade apunhala a mulher e os filhos, dum pai sádico que coze o bebé na banheira e por aí adiante.
    E não me venham com a história do ah e tal, coitadinho, também o que esperavam dele com a falta de atenção parental que teve na sua infância, porque as pessoas degeneram porque já nasceram malvadas.

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    1. Desculpa fugir ao assunto, Nê, e aviso já que não sei onde me vou meter...
      Mas o que quer dizer as pessoas já nasceram malvadas? Tens o rótulo ao nascimento e acabou? um recém nascido já é malvado como? (sim, a privação do sono tem um poder do catano, even so...)
      Não, não venho com a desculpa da falta de atenção parental, não tenho pachorra para ela, mas não me parece tb que já se nasça com esse rótulo. (acabou, puto, não tens mais nada a fazer!)
      faz-me muita confusão pensar num mundo assim, onde por um qq desígnio a predisposição de alguém para "descambar", para se tornar malvada, é maior do que para o comum dos mortais.

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    2. Não te vais meter em nada, ora essa, que aqui todos têm direito à opinião...

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    3. Quanto a mim não se vai meter em nada. Como diz a NM, todos têm direito à sua opinião.
      As pessoas já nascem malvadas, as de que desde terna idade mostram uma vincada propensão para a maldade, porque como é evidente, o já nascem é uma forma de falar, uma expressão.
      E sim! Por acaso conheço, e não só um caso único, crianças que com menos de dois anos só se sentem satisfeitas a destruir.
      E se forem contrariadas na sua sanha de destruir fazem um berreiro desgraçado.
      E digo-lhe mais. Muitas vezes o amor desmedido que temos aos nossos filhos não nos permite descortinar as partes más. Não digo que todas as crianças sejam assim, a grande maioria não é, mas há sim senhor crianças que ja são uns verdadeiros diabos desde muito pequeninos.
      E sim, as desculpas parentais como sejam falta de atenção, sobretudo, servem a esses futuros malfeitores para justificarem a maldade inata com que já nasceram.
      Se não nasceram com ela, maldade, então que teria levado mais tarde, e só para falar num, um Hitler a fazer o que fez.
      Se nasceu bom menino, que raio de mal fizeram ao bebezinho para se tornar tão ruim?

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    4. O meu "no que me vou meter" estava relacionado com o "receio" de me meter numa discussão "filosófica" que os meus neurónios adormecidos não permitem ;), e o-miúdo-adormeceu-agora,-mas-daqui-a-15-minutos-já-deve-estar-a-acordar-,-ptt-há-que-aproveitar-o-tempo-para-fazer-coisas...
      voltp já cá, sim?

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    5. dou-lhe toda a razão. A amiga NM, para falar mesmo verdade, mete cá um receio do caraças. :)

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    6. Ahahahahahahah bem sabe que eu só dou uso à bazuca quando me pisam os calos... (Mas agora com as botas novas isso já não acontece tão facilmente...)

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    7. As botas, NM? Ah, pois! As botas!
      Deixe estar que também não ficou mal servida, não senhor!

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  5. Minha querida Nê, para mim (e para o meu homem) ser mãe foi uma opção. Se foi uma benção? Até agora sim. Mas vejo tantos idosos abandonados, maltratados pelos filhos que com certeza para esses mais valia não os ter tido. Muitos destes velhos às vezes só precisam de carinho e conversar, pois sentem-se sozinhos, muitos deles são viuvos e perderam a sua cara-metade.
    Os meus velhos(sogra e pais) têm a sorte de terem filhos, noras e genros sempre preocupados.
    Um beijo grande.

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    1. Pois PL... Isso dos velhos... Não estariam melhor sem filhos?

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    2. Eu estava, seguramente. As duas licenciadas, a ganharem razoavelmente, com as suas casas, os seus maridos, os seus filhos e vai-se a ver sobra tudo para mim.

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    3. PL nem sempre as coisas são como as pintam. Quantos idosos não são abandonados porque abandonaram, porque nunca se preocuparam, nunca quiseram saber?

      O pai do meu sogro toda a vida andou de fato e gravata, todos os dias lavava o seu bruto carrão e dava voltas no mesmo. Enquanto os filhos (10!) andavam descalços, semi-nús e passavam fome. O meu sogro chegava ao ponto de ir buscar as cascas (vermelhas) do queijo ao lixo para ter o que comer enquanto o pai comia fora quase todos os dias. Estamos a falar de tempos em que ir almoçar fora era um luxo imenso. Ele fazia isso, maltratou a esposa até ao dia em que ela morreu, nunca quis saber dos filhos. Agora era um coitadinho porque os filhos não o visitavam... só 2 filhos [o meu sogro e um irmão] é que o visitavam, lhe faziam a higiene, etc..

      Sinceramente, eu admiro o meu sogro e já lho disse - eu não desculpava isso e, apesar de não considerar a hipótese de abandonar uma pessoa mesmo ela sendo assim, eu metia-o num lar e jamais em tempo algum me veria à frente. Só 7 filhos dele chegaram à idade adulta e morreram basicamente à fome, a mãe dele (do meu sogro) morreu devido aos maus tratos físicos - ele batia-lhe imenso e forçava-a a ter relações sexuais - mas também morreu basicamente subnutrida. Assim que ela morreu os filhos começaram a morrer também - o pai deles continuou na sua vidinha de rico enquanto os filhos morriam em casa. Isto tem perdão? Meu não tinha.

      E conheço algumas pessoas idosas que estão hoje em lares, "abandonados" que são coitadinhos para todos e que eu conheço a sua história de vida e sei que sempre fizeram mal a quem os rodeou, roubaram os filhos, desprezaram-nos, etc.
      Não se pode esperar colher na velhice carinho e amor quando o mesmo nunca foi semeado.

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    4. Caro anónimo. Durante a minha longa passagem por este mundo, também me deparei com factos como os que narrou e outros muito parecidos.
      Já o disse algures por aí, não me recordo a que propósito, mas aqui vem mesmo a preceito.
      Todo o animal na natureza é pai. Sê-lo efectivamente é uma coisa muito diferente.
      Provavelmente, ou melhor! Certamente a grande maioria daqueles que no seu ocaso se lamentam do ostracismo a que são votados, são aqueles que toda a vida estenderam a mão para receber sem nunca terem dado nada em troca.
      Na vida, todos, mas todos infalivelmente! Recebem sempre aquilo por que pagaram.

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    5. Tem muita razão. Há casos e casos. Parabéns ao seu sogro por ter um grande coração.
      (eu só falei em casos que conheço).

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  6. Mas imaginai a situação (completamente fictícia)... Uma mãe com um filho de 13. O miúdo falta à escola onde só tinha problemas. Rouba com violência outros miúdos e já deu um empurrão à mãe e ameaçou que lhe batia. Essa mãe é vossa amiga e diz-vos: "Arrependo-me tanto de o ter tido..." (Ou para não levarmos isto para o campo do aborto: "Quem me dera nunca ter engravidado!") O que é que lhe dizieis/sentieis?

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    1. (Ainda não tinha visto os comentários do Corvo e da PL...)

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    2. Acho que compreendia o arrependimento, mas , penso que esse arrependimento é devido mais ao mal que o n/ filho faz aos outros , do que do mal que possa fazer a nós.

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    3. Eu sentiria pena e não diria nada. Um abraço seria o bastante pois que, embora possa concordar que a criança não deveria ter nascido, há coisas que uma mãe não está preparada para ouvir de terceiros....

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    4. Ahahahahahahah sois terríveis... Com essa arte para dar volta ao assunto advinhar-vos-ia um futuro brilhante numa profissão que eu cá sei....

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    5. (... Quando tu chegavas tarde para jantar.)

      Damn it! Não resisti.... :D

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    6. ( ...por isso sai, sai da minha vida....)
      Tambm não resisti a este momento cultural :)))

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    7. Ahahahahahahah ahahahahahahah pronto, pronto... Fui!

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    8. Não acredito que uma mãe em pleno juizo diga isso. Pode estar em depressão, pode só ser um desabafo, mas na verdade uma mãe que tenha um filho assim tenderá sempre a ignorar uns factos, não os aceitando como reais. E por muito cruel que esse miúdo fosse, teria aspectos positivos onde a mãe se iria "agarrar" para uma avaliação mais branda. Do género " ele não é mau, ós outros é que inventam histórias, é um miúdo nervoso, as pessoas exageram sempre" Acho que me fiz entender.

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    9. Portanto, de uma mãe é sempre esperado que ame incondicionalmente o seu filho (independentemente do que este faça ou seja), é isso?

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    10. Eu não sei se uma mãe ama sempre e incondicionalmente o seu filho. O que sei é que para o amar (ou não) o factor comportamental não é determinante. É estranho, mas é o que se verifica numa percentagem alarmantemente grande. Temos ainda aquelas mães que desprezam os seus filhos e eles são apenas crianças regulares. O amor está essencialmente no "emissor" e não no "receptor".

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  7. Político?!!! Isso já roça a ofensa NM!!!

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    1. Quem diz político diz advogado... :DD

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    2. Espero que advogado não seja ofensa ....:)

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    3. Ahahahahahahah eu já desconfiava....

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    4. Essa comparação é muito injusta! Antes os advogados (todos) se lambuzassem como os políticos! Quem me dera!!! ;)

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  8. Os meus foram uma benção, ou duas vá. Arrepender não me arrependi. Mas às vezes queria poder empresta-los umas horas. Sim, os miúdos cansam. Quanto ao resto, depende das mães. A minha por exemplo, teve dois filhos toxicodependentes, um esteve preso, e ela nunca disse que não os deveria ter tido. Lutou sempre por eles e com eles e a verdade é que eles se regeneraram e aprenderam. No caso de uma mãe me dizer isso, acho que entendia... É dificil criar pessoas, é frustrante se não conseguimos fazer pessoas de bem, e é desesperante ter filhos assim. Mas com 13 acho que a aconselhava a dar-lhe uns chapadoes até ele aprender a respeitar quem o pariu... Digo eu

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    1. Pois... Eu tb diria que sim... Mas isto já se sabe... Uma coisa é falar outra coisa é, efetivamente, fazer... (Muitos parabéns pela tua mãe Cláudia, muitos mesmo.. :) muitas desistiriam...)

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  9. Nêzinha, que perguntas dificeis.
    Acho que o amor das mães é incondicional. Podemos deitar os filhos pelos olhos, estar cansadas, fartas, desesperadas, ainda assim, o amor ganha e o medo maior é a possibilidade de os perder. Não consigo ver a maternidade de outra forma. Sei que nem sempre é assim. Há mães que não sentem esse amor incondicional. Talvez os filhos especialmente dificeis sejam o reflexo da falta de amor verdadeiro, talvez sejam só uns idiotas chapados. Não sei. Acho que uma mãe que se arrepende do nascimento de um filho deverá ter uma boa quota parte de culpa naquilo que o filho é...Mas falar é fácil...Olha, não sei.
    Eu respeito quem não quer ter filhos, muito melhor que ter filhos não desejados.
    (Confusão do caneco)

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    1. (Eu percebi-te tão bem.. Podia ter sido eu a escrever isto.)

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  10. Ate este momento, e ja vivi um pouco, nao encontrei nenhuma velha que nao se sentisse arrependida de nao ter tido, pelo menos, um filho.

    Todos somos filhos de alguem; e se ha assassinos, violadores, ladroes, psicopatas, manipuladores, esquizofrenicos, narcisistas, bipolares, alcoolicos, ha muitas maes que fizeram o seu melhor, alias, por mais que fizessem o seu melhor, de nada iria adiantar. E muito provavelmente, as maes destes (e destas) sao as que mais amam os seus filhos.

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    1. Não concordo. Até pode haver uma predisposição genética, mas isso do "nada iria adiantar" é um disparate pegado.

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  11. Pois a realidade é que como muitas pessoas não são capazes de se comprometer numa relação , porque não querem casar porque não sabem o dia de amanhã etc e tal, pardais ao ninho! Há muita gente que não está preparada para ser mãe, porque não quer abdicar da sua liberdade e da sua força de vontade de fazer o que lhe dá na real gana! É egoísmo? Se calhar, não sei. Só sei que se acham que não estão preparados/as para ter filhos não os tenham porque não há necessidade de trazer crianças ao mundo para sofrer ou para os avós criarem pra vocês andarem de cu no ar.
    Agora como já li aqui em alguns comentários ser-se mãe é um trabalho a tempo inteiro muito exaustivo e as vezes leva-nos a loucura e a proferir palavras erradas e pensamentos suicidas!
    Se me arrependo? Não. Já não saberia viver sem aquela criatura toda linda e loura de olhos azuis toda xica esperta que não se cala e me está sempre a fazer a cabeça em água.
    Se as vezes precisava de uma pausa? Precisava tanto mas apanho tão pouco!!!!!!!!!

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    1. Há pessoas que pura e simplesmente não sentem o apelo da maternidade/paternidade. Não querem assumir a responsabilidade... Não me incomoda minimamente. Já aqueles que decidem ter os filhos de forma leviana, muitas vezes para os terem como arma de defesa ou eterno elo de ligação ao parceiro...

      (Eu sou um caso perdido... Nós não temos a quem deixar os miúdos pelo que estão sempre connosco. É raríssimo ficarem com alguém... Mas mesmo assim... Às vezes, durante o dia, no trabalho, dão-me umas saudades deles... Lá vou eu feita parva ver fotos no telemóvel... )

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    2. Eu dependo muito da minha mãe para poder trabalhar e fazer os horários malucos que faço. No entanto prefiro não sair ou sair com ela do que deixá-la mais uma e outra vez com os avós. Mas isto sou eu. Mas conheço bastante gente que deixa os miúdos sempre e sempre com os avós por qualquer razão ou motivo, e para essas pessoas isso é a normalidade. Pra mim não.

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    3. Há uma coisa que, para bem ou para o mal, vai ser da minha (e do meu marido, claro) responsabilidade: a educação dos meus filhos. E por isso, mesmo que tivesse oportunidade, acho que nunca os deixaria muito tempo com ninguém.

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  12. Uma mãe pode não amar incondicionalmente um filho, não tem é o direito de agir como se não o amasse incondicionalmente. 'Ah, isso é muito complicado'. Pois é, e no fundo os filhos saberão sempre a verdade. Por isso, emendo: se alguém acha que não consegue amar incondicionalmente um filho, uma palavra, contracepção, também é para isso que serve, de nada.

    Outra coisa é haver alturas em se tem vontade de lhes apertar os pescocinhos, e até se ache que os odeiam verdadeiramente. Se não passar é que é um problema. Aí provavelmente há um distúrbio que a mãe / pai tem de analisar e tratar. Desabafar é legítimo, o que não é aceitável é gostar menos de um filho porque ele não corresponde às expectativas dos pais - que por acaso até fizeram mais do que pensam no acto de modelar aquele filho.

    Enfim, é uma canseira, não é para todos, não é fácil. Se eu desse um workshop para futuros pais, obrigava-os a todos, mesmo grávidas, a ver o Let's talk about Kevin, para verem um bom exemplo de uma mãe que não gosta do filho mas o ama incondicionalmente. Ou age como se. Ou tenta, vá. Foi realizado por uma mulher, curiosamente.

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    1. Não é para todos não Izzie. Mas sabes que acho que é uma coisa que ou se tem ou não se tem, não dá para fingir ou para agir como se se tivesse. Não dá. Daria se fosse tudo rosas, mas vai haver momentos maus (há sempre, é uma relação para a vida, tem de haver), momentos em que não se consegue fingir rigorosamente nada e é como dizes, mais cedo ou mais tarde o filho saberá.

      Por outro lado... Sabes que antes de ter o mais velho eu tinha medo de não gostar dele? (Do mais novo tal já nem me passou pela cabeça...) Pensava muitas vezes "E se quando mo puserem no colo eu não sentir nada?" Acredita que andei a matutar nisto, na minha capacidade para o amor incondicional...E claro que isso da contracepção é muito bonito e é o ideal mas e se acontecer? E se tu naquele momento achares que é boa ideia, mas passado uns tempos te deres conta que é demais para ti? Eh pah... Olha não sei... A mim custa-me sempre muito julgar... (Mas se tu desses um workshop sobre parentalidade eu pagava para assistir.... ahahahahahahahahaah... ai pagava pagava... ;DD)

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  13. Pipocante Azevedo Delirante28 de outubro de 2014 às 15:54

    A vida não é a preto e branco nem se resume aos bons da fita contra os vilões. Se tudo fossee simples, os problemas resolviam-se facilmente.
    Infelizmente ou não, o ser humano é complexo. Por mais que nos queiram ensinar (desde que se pague) a viver, não é coisa que se aprenda num workshop de hora e meia.

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    1. Eu também vou arranjar um workshop para dar... Ai vou, vou... Tenho pensado um: "Como ser um rico feliz... Muito rico e muito feliz."... Acha que dava? Melhor que isto não estou a ver...

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  14. Conheço duas senhoras com filhos adultos, que recentemente me confessaram que se soubessem o que sabem hoje, não teriam tido filhos.

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    1. Não me espanta nada... Deve ser um sentimento relativamente comum...

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