sexta-feira, 24 de junho de 2016

Deusmalivre ficardes a pensar que estou a defender isto do Brexit...

Que não estou.
Que de nos imaginar fora da EU eu até começo a tremer das pernas só de pensar nos Sócrates desta vida a pôr e dispôr do tesouro público sem terem de prestar contas a ninguém.... Se já assim, é como é... Sim, tenho preocupações muito poucochinhas, bem sei. Também pensei logo de manhã, que bonito bonito era a malta imigrante bazar e deixar os bifes agarrados às balls - estima-se, por exemplo, que 25% de pessoal médico do NHS seja não britânico. Depois no meio do bruá e histerismo todo também se me ocorreu que esta poderá ser boa altura para levar o Jr. ao Madame Tussauds a Londres que aquilo diz que tem lá uma parte de Super Heróis com que o miúdo ia delirar e sempre sairá mais em conta. Sim vergonha... Muita vergonha da minha pessoa.


Mas... O que eu estava para aqui a pensar e que me levou a escrever este post é que ninguém nos perguntou se queríamos pertencer à UE... Nem fomos tidos nem achados nas condições em que esta foi criada... Não fomos, pois não?...

Sou pelos referendos!

Mas...

Neste momento tenho outra questão:

52% é assim tão mais expressivo que 48% para legitimar/suportar uma decisão deste peso?

"Hum... Eu diria que não!", como diz o Jr.

Uma decisão desta monta e com estas implicações não pode ser "por um voto se ganha, por um voto se perde", como na eleição do delegado de turma num 5° ano.

Uma ideia que se me ocorre? Ser preciso, digamos, 70% (65%? 60%?) para vincular a decisão de mudança que ainda assim é a menos conservativa e a que acarreta maior número de imponderáveis. Não sei... É um bitaite.

(E aquilo do Trump estar no UK precisamente nestes dois dias, ali mesmo mesmo em cima do acontecimento, foi uma tremenda de uma coincidência, não foi? Foi pois...)

2 comentários:

  1. Então, e assumindo que adoptamos um sistema em que seja necessário 70% (ou 65%, ou 60%) de maioria para que a decisão seja vinculativa, o que é que se faz nestes casos? Repete-se a votação até atingir essa margem? Fica tudo na mesma?

    No primeiro caso, podemos, pelo menos em teoria, repetir a votação ad infinitum antes de se chegar a uma decisão vinculativa.

    No segundo caso, estaríamos a privilegiar, no caso concreto do Brexit, uma das alternativa: ficar tudo na mesma significaria permanecer na UE.

    Concordo com o facto de esta pequena diferença percentual parecer insuficiente para legitimar uma decisão desta natureza. No entanto, não estou a ver uma alternativa, pelo menos dentro do contexto do referendo.

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    1. Não se faria nada, Filipe. Faria o que se faz actualmente com o "por um voto se ganha, por um voto se perde". Repete-se o referendo se assim e quando se justificar. (Nós fizemos isso com a legalização do aborto.)
      E eu acho que sim, acho que para legitimar a mudança havia de haver mais margem percentual que para manter a situação actual, já que, por definição, a mudança acarreta um maior número de riscos e imponderáveis.
      (E au acho 70% muito, mas 60% acho mais que razoável...)

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