quarta-feira, 26 de junho de 2019

Baby, o pacifista.

Baby, para não variar, "pega-se" com o irmão.
Para não variar fica de castigo.
Para não variar tenta fazer undo à situação.

[Baby] Mãe, eu prometo, mas prometo mesmo-mesmo-mesmo que não volto a arranjar confusão com o Jr. A sério, é mesmo a sério. Mesmo-mesmo-mesmo.

{Eu reviro os olhos, suspiro, não digo nada, mas toda eu sou... "Outra vez arroz, filho?!"}

[Baby] A sério, mãe. Acredita em mim. Desta vez é mesmo-mesmo a sério.... Por exemplo... Quando eu lhe chamar estúpido e ele disser "O que é que me chamaste?! Ora repete... Repete lá!" Eu nem vou repetir... Nem vou dizer nada... Não digo mesmo-mesmo nada. Só para não arranjar confusão!...

(...)

{suspiro}


14 comentários:

  1. Baby não quer ser reincidente. Revela consciência jurídica. Acho que deve seguir uma carreira no Direito. (estou a brincar, credo, coitado, não lhe desejo tal coisa).

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    1. Revela consciência do mau feitio! :D ele age, o irmão reage, mas como é uma paz de alma o Baby vai fazer o bem e não reagir à reação.
      (Direito é uma seca tão grande quanto parece?)

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    2. Não. Direito é teoricamente muito giro e interessante. Pelo menos eu acho, desenvolve o espirito abstracto e a capacidade de pensar. O problema são as pessoas...

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    3. Andamos agora, pela primeira vez, metidos num imbróglio jurídico e as argumentações lá das ações, contestações e reconvençoes... Bom... Tem tanto de trágico como de cómico, parece que estamos na idade média....

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    4. Reconheço que não é fácil muitas vezes perceber a linguagem mas eu também não percebo nada de Matemática mas nem por isso deixo de pensar que deve ser muito interessante.Aliás não fui para Direito por ser totalmente incapaz a Matemática (Já a FQ....!)
      O que é estranho é a minha filha que no 10º escolheu a área de ciências, teve sempre boas notas e no final do 11º ano descobriu que afinal queria ir para Direito. Fez exame de Filosofia, continuou em Ciências, fez agora exame de Português e Matemática e se tudo correr como previsto no próximo ano lectivo estará na Faculdade de Direito (apesar de eu a ter tentado demover)

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    5. (Mas ana, eu não me referia às tecnicalidades... O que a mim me mete impressão é serem aceites como normais argumentaçoes tão rasteirinhas e comezinhas, quase "Quem o diz é quem o é." Esperava outra elevação de discurso.)

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    6. Tens razão. Por vezes, tudo depende dos advogados, utilizam- se argumentos pouco elevados. Há de tudo, como em todas as profissões.

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    7. Desculpem a intromissão mas para mim Direito também não dava.

      Ainda fico furiosa quando penso que uma das minhas professoras da universidade teve que enfrentar um advogado em tribunal que defendia que uma criança que dançou nua à frente de um abusador o tinha provocado. Coitadinho do adulto que era incapaz de perceber que uma criança inocente, nua por ter tomado banho, não estava a fazer mais nada que não fosse dançar.

      Eu não me considero uma pessoa violenta mas não garanto que não lhe espetasse um murro se o tivesse dito à minha frente. Ou isso ou ficaria embasbacada a olhar para o energúmeno...

      Acho que ficarei sempre com medo de ser chamada a tribunal como especialista/testemunha à conta do referido episódio.

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    8. Por acaso penso muitas vezes nisso anónimo... Alguém tem de defender violadores, homicidas, proxenetas... Como se faz?

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    9. Não sei eu não conseguia. Não com abusadores sexuais de menores. Não com a nossa lei branda com eles.

      Aliás eu não segui a vertente ligada à área de justiça na minha profissão porque o trabalho é lidar maioritariamente com situações onde há crianças em risco. Não consigo.

      Mas trabalho na área da saúde e posso acabar com um caso desses na mão e ter que ir a tribunal porque também referenciamos situações para a CPCJ e há situações que nos podem envolver.

      Juro que acho que ia presa se me dissessem tal coisa. A minha professora ainda conseguiu um "desculpe" extremamente enojado. Diz que a vontade também foi a de lhe bater... Eu não sei se teria autocontrolo suficiente.

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    10. Pois... Percebo. Por outro lado, seria ter capacidade de intervenção no processo e talvez poder exercer pressão para as coisas mudarem. Não sei...

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    11. Acho que as coisas têm de ser mudadas primeiro a nível legal. Para mim uma tortura a uma criança ( seja com intuito sexual ou não) nunca deveria levar menos de 25 anos de pena máxima.

      Acho muito "gira" a ideia de reabilitação mas gosto mais da evidência científica. E preferia um estado que se preocupasse muito mais com as vítimas, principalmente as indefesas.

      Um pedófilo tem uma parafilia ( incurável até agora). Nem todos os que têm a parafilia abusam de crianças ( mas têm esse desejo sexual).
      Os abusadores sexuais de crianças podem ou não ter parafilia ( neste ponto acho que os que não têm são muitíssimo piores).

      Independentemente de tudo, para os primeiros não há tratamentos com grande eficácia conhecidos até agora, com os segundos aquilo que os leva a abusar sexualmente não é um impulso de desejo... O que impede um ou outro de cometer os mesmos crimes ad eternum em Portugal? Nada. A maioria acaba com penas suspensas após anos a obrigar as vítimas a contar e a recontar os abusos em tribunal. A ter a sua vida exposta múltiplas vezes e aquilo que contam ser colocado em causa repetidamente. ( Ou como na tal situação, ainda haver a insinuação que uma criança pequena tinha o intuito de sedução!!)

      E depois ficam com penas de 5 anos e saem a meio por bom comportamento... Ou dão-lhes logo pena suspensa, mesmo que sejam comprovados os abusos sexuais...
      Como é que uma criança se sente ao perceber que conseguiu provar o que lhe aconteceu mas ainda assim o "mau" está à solta, pode tornar a fazer-lhe mal ou à família ( não esquecendo que muitas vítimas são coagidas pelos abusadores durante os actos para se manterem caladas e não disserem nada aos pais/familiares próximos e há ameaças diretas ou indiretas)? Afinal quantas vezes é que temos que vitimar as crianças e as famílias até ao final dos processos e mesmo assim chegamos ao final e a pena máxima é ridícula! E nem essa pena máxima é aplicada sequer?!

      Não dá... Os limites legais são completamente ridículos principalmente para o dano que causam à vida de uma criança.

      Sendo muito sincera, enquanto mãe para mim ficavam na cadeia para o resto da vida. Depois de fazerem uma atrocidades daquelas acabavam-se completamente as oportunidades de viver em sociedade novamente.

      Sou altamente discriminadora nesse ponto e daí também me manter longe da vertente jurídica da minha profissão. Ia dar asneira porque eu não seria profissional. Não conseguiria abafar a minha consciência de "mãe". E acho que não seria uma mais-valia para ninguém, principalmente para as vítimas.

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