A propósito deste post e da frase: "Já levou sapatadas nas mãos e no rabo por esticar a corda." recebi comentários anónimos a dizer que ah e tal não se bate, que é uma tristeza exercer violência física contra quem não se pode defender e se eu espero receber sapatadas de volta de uma criança indefesa... Ora muito bem, como em tempos decidi não publicar comentários anónimos nos posts que eu escrevo sobre a minha gente (um escapou-me e acabei por deixar ficar), rejeitei tais opiniões. Mas nada há a temer que eu não sou mulher de virar a cara a preocupações alheias e, por isso, repesco agora o tema para falar disso "em termos".
Pois muito bem. Acho que concordamos todos que falar em "violência" neste contexto é desconversar, certo? Obviamente eu nunca violentei o meu filho e obviamente que condeno a violência contra quem quer que seja (concedo talvez a violência em auto-defesa que para vítima tenho pouco jeito, mas isso é outra conversa). Falamos sim de sapatadas ou palmadas ao de leve (no meu caso a criança tem três anos e meio, seria completamente indigno bater-lhe com força), cujo propósito não é tanto a dor física mas sim a dor no ego.Também vos digo que já nem me lembro da última vez que tive de dar uma palmada ao meu filho. Felizmente, tem-nos bastado esticar o dedo para a coisa se resolver... Mas também não me esqueci de como se faz, e se for preciso ele volta a ficar com o rabo quente por intermédio da minha mão direita que é um mimo.
A palmada nunca foi a primeira opção. Das quatro ou cinco vezes que um de nós lhe deu uma palmada, foi porque não conseguimos resolver (i.e. controlar-lhe os maus fígados) de outra forma. Sim, falámos assertivamente, sim pusémo-lo de castigo sem desculpas ou falinhas mansas. E nada disto resultando (sim, concedo que possa ter sido por inabilidade nossa), fazer o quê? Deixar a criancinha fazer o que bem lhe apetece porque pode ficar traumatizada? Não, não me parece e não, não em minha casa.
Sei que o meu filho não é propriedade minha, mas a sua educação é da minha (nossa, obviamente) responsabilidade. É-o agora e sê-lo-á sempre. Já o disse à educadora do meu filho: tolerância zero para a má educação; quero-o saber na hora, não ao fim do dia quando o for buscar (é isso e quando ele não se defender... tudo farei para que o meu filho não seja o agressor, mas os mesmos esforços depositarei para que não seja a vítima). Nunca serei benévola com a má educação do meu filho perante um professor ou um velhinho, por exemplo, por muito a jeito que este se ponha. Respeitinho é bonito e eu gosto... E gostaria de passar aos meus fillhos uma das máximas da minha vida: Respeitar e dar-se ao respeito em igual medida. (Atenção: Eu não digo que educo meu filho no sentido de ele ter que obedecer cegamente a qualquer adulto. Isso não... Isso é perigoso... Respeitar é uma coisa, obedecer cegamente é outra.)
Até agora acho que não nos temos saído mal. O meu filho é uma criança educada que vai connosco para todo o lado e se comporta devidamente. As birras são cada vez menos, mas também é verdade que volta e meia ele tenta esticar a corda. Quando lhe dizemos que não, explicamos-lhe o porquê e a maior parte das vezes já funciona sem complicações (mas nem sempre foi assim)... A coisa já fica por isso mesmo, e nós la seguimos felizes e contentes sem dar grande importância ao caso. Podem-me sempre dizer, ah e tal é fácil falar quando se escreve sob anonimato, cá para mim o puto é um terrorista do pior. Dá-se é o caso de este blogue ser só anónimo q.b. Ou seja, quem não me conhece vai continuar a não saber quem eu sou, mas quem me conhece é capaz de me reconhecer ao fim de três ou quatro posts (como já aconteceu) e por isso o meu anonimato é muito subjectivo. Posto isto, reafirmo de cabeça levantada: o meu filho é uma criança alegre mas bem educada. Até posso vir a estragar tudo, mas, de momento é o que há e estou muito orgulhosa disso. Se tinha o mesmo resultado se nunca lhe tivesse dado palmadas? Pois não sei, nem nunca hei de saber e na altura foi o que me pareceu melhor.
Mas apesar das palmadas, e vejam lá a minha petulância, tenho confiança que as minhas capacidades de mãe me vão permitir transmitir ao meu filho que as coisas não se resolvem com violência e que é dono do seu corpo, bem como acho que sou capaz de lhe conseguir incutir a auto-estima e a auto-confiança necessárias para seguir na vida com dignidade. E se isto tudo falhar e eu estiver a fazer tudo mal... Olhem, quem se lixa sou eu que é ele que me vai escolher o lar onde me vai enfiar quando eu for uma velha gaiteira e caquética...
E antes de me dizerem que não, que nunca se bate nas criancinhas digam-me o que fariam nesta situação (true story). O vosso filho bate-vos (sim, do nada, numa birra depois de vocês lhe terem dito que não a qualquer coisa ele levanta a mão e bate-vos). Vocês repreendem-no assertivamente (cara séria, dedo esticado e tudo e tudo). Passado alguns minutos ele volta a pedir a tal coisa, vocês voltam a dizer que não e voltam-lhe a explicar porquê. Ele volta a bater-vos. Vocês põem-no de castigo, "Só sais quando te acalmares e ficas já a saber que não te deixo ter aquilo e ai de ti que me voltes a bater". Ele acalma. Vocês tiram-no do castigo e voltam a dar-lhe um sermão curto e grosso para terem a certeza que ele percebeu porque é que esteve de castigo. Ficam com cara séria o resto do tempo. À mínima oportunidade ele volta a pedir o que lhe tinham negado. Voltam-lhe a dizer que não. Ele volta a bater-vos. Vocês levantam a mão e perguntam-lhe se ele tem a certeza que quer que vocês a baixem para saber se gosta que lhe batam a ele. Ele diz que sim... Mesmo concedendo que tinham feito tudo mal até ali (que as conversas e castigo foram desadequados), o que é que vocês faziam naquele momento? Conversavam outra vez com ele? É que eu não... Eu baixei a mão!
Com todo o amor que tenho pelo meu Filho que, como podes imaginar, é muitíssimo, na situação que descreves, o meu teria levado mais cedo! Muito mais cedo! ;)
ResponderExcluirPois, eu até acho que sou paciente...
ExcluirBaixaste a mão e fizeste muito bem. Uma boa palmada no momento certo já salvou muito boa gente, e a falta delas em alguns casos é uma pena. Obviamente que estou a falar da palmada para 'sacudir as moscas', que magoa o orgulho mas não o corpo. As poucas que levei estão cá todas na minha memória e agradeço aos meus pais por todas elas (excepto uma, totalmente inadequada, mas isso são contas de outro rosário).
ResponderExcluirEu tb acho que não lhes faz mal nenhum...
ExcluirE ele nunca mais vos bateu, certo? Concordo que quando tem que ser, tem que ser. E às vezes tem mesmo.
ResponderExcluirEu não gosto mesmo nada e custa-me imenso, mas às vezes...
ExcluirO mesmo cá por casa. Mesmo, não, parecido.
ResponderExcluirAssim que levantou a mão e me deu um estalo levou outro. Se me custou? Sim custou, mas nunca mais repetiu a graça.
Há que educa-los...
ExcluirSe o miúdo precisa, leva uma sacodidela e acabou-se a história. Mas quem defende o contrário pensa o quê? Só se a pessoa nunca lidar com ele. Se a criança passar o tempo com o outro conjuge ou com os avós. De resto, se se porta mal leva uma palmada. Acho também piada àqueles que dizem que basta abrir os olhos. Meus caros isso cheira-me a terror psicológico. Olham para a criança e ela "borra-se" de medo, E acham isso normal?
ResponderExcluirEu até achava que era só a malta sem filhos que nem equacionava a hipótese de uma palmada... Mas não, há mt gente com filhos que pensa assim...
ExcluirComo é óbvio o "enxota moscas"ou a palmada no rabo não é a primeira resposta, é uma solução excepcional, e a derradeira, que só aplico em casos gravíssimos e se mais nenhuma funcionar. Sacudi o pó ao rabo da minha filha uma vez na sua vida, teria três anos e levantou-me a mão porque lhe disse que não podia trazer um brinquedo de uma loja. Expliquei-lhe, conversei o que tinha de conversar, retirei-a do ambiente que causava a birra - a loja, tentei distraí-la. Nada funcionava e ela gritava como uma possuída. Abraceia-a, dei-lhe beijinhos para se acalmar. Nesse momento quis levantar-me a mão para me dar uma bofetada. Oh minha rica filha, foi instantâneo, tau-tau, dois palmadões naquele rabo. Ficou assustadíssima, abriu muito os olhos, estarrecida, mas acalnou-se logo, parecia magia. Suponho que lhe tenha servido de exemplo, nunca mais repetiu a gracinha. Por enquanto, quando tudo falha basta lembrar-lhe esses palmadões. Mas se alguma vez as coisas tomarem a mesma proporção, levará outra palmada, pois levará.
ResponderExcluirQuando tem de ser, tem de ser... Os adultos somos nós. Cabe-nos a nós estabelecer limites.
ExcluirEntão? Já se publicam comentários de anónimos em posts da família?
ResponderExcluirDeixe-me adivinhar, foi das que comentou no outro post a dizer que nunca em caso algum se devia bater nas crianças e agora que escrevi sobre isso não tem por onde pegar... Acertei? Já sei, já sei. escusa de vir cá dizer que não.
ExcluirNão, mas fui das que comentou que este post só surgiu para bajular a Madrinha, que fez um semelhante.
ExcluirE agora, publica? O outro não publicou.
Não seja mentirosa pessoa. Não recebi nenhum comentário com esse teor... Mas sim, se tivesse recebido não tinha publicado.
ExcluirSó mais uma coisa: já lhe disse que não faço comentários sobre os seus filhos, independentemente se sobre esse tema publica anónimos ou não. Já lhe disse que não misturo as águas e escusa de vir desculpar-se outra vez com a história de não saber quem eu sou porque "se tivesse um nick...".
ExcluirMais, acho ridículo andar a insistir neste tema da palmada, caramba já passava à frente, não? cada um educa os filhos como quer e acha melhor, mais palmada, menos palmada, só confunde palmadas disciplinadoras com violência quem quer ou está de má vontade e francamente não percebo esta necessidade de passarem a vida a justificarem-se nos blogues quanto aos métodos com que educam os filhos.
Deixem-se disso, pá!
Vá lá cuidar dos crianços e pare de se justificar.
Talvez tenha razão, agora que fala nisso parece-me que o envio deu um erro qualquer e, na altura, não liguei. Mas não seja por isso, eu repito-o: perguntei-lhe simplesmente se o post só tinha surgido para agradar à madrinha, que fez um recentemente sobre o mesmo tema. Era só isto, não tinha nada de ofensivo, era só uma curiosidade minha.
ExcluirÉ que quem tanto se esforça por concordar em tudo e tudo e tudo com a Madrinha, quem tanto quer agradar e ficar bem vista, não custa fazer posts duplicados só para ter um blogue gémeo, pois não?
Êta, faltinha de imaginação!
E o que eu adoro as caixas de comentários?
ExcluirMinha querida, muita paciência tens tu. Eu, é logo à primeira.
(Dona Joaquina, é favor passar lá no outro lado e dizer o quão linda e inteligente sou...)
Este blogue gémeo do mais Picante? Eu a insistir no tema da palmada? Mas a anonima estará sóbria? E se a caríssima fosse mandar para sua casa hein?
ExcluirSó mais uma coisa: para mim é só mais uma anonima, não tenha a presunção de achar que lhe distingo os comentários.
ExcluirE eu a si não tenho de me desculpar de nada... (Daquilo do nick)... eu desculpar-me?... A si? ... Ahahahahahahah...
ExcluirMas você também é anónima. Ou será que a foto do header é mesmo a sua?
ExcluirCaríssimo, leia o post antes de mandar o bitatite, sim? Eu sei que tem muita letra mas era o mínimo que podia fazer.
ExcluirCaríssima, hoje não tenho vagar para si. É tentar outro dia.
ExcluirPois, é quando perdem a razão que chega logo a desculpa da falta de tempo. É assim em todos os blogues de cobardolas, não se preocupe, já não me admiro, já estou habituada.
ExcluirEnfim, igualzinha às outras...
Que chatice! A menina não me quer publicar as mensagenzinhas que eu lhe deixo aqui para a madrinha, a pessoa vai lá ao cantinho dela e olha!, ela aceita-as. Que coisa!
ExcluirCaríssima, agora já tenho vagar! Mas agora não me apetece...
ExcluirSabes porque ele levanta a mão para bater? Porque o maior exemplo dele - a mãe - lhe bate. Tão simples quanto isto. Com a idade que tem, sobretudo, ele imita o que vê fazer.
ResponderExcluirA violência gera violência e contra isto, não há argumentos que valham.
Só os fracos (ou quando se perde a cabeça) recorrem ao "bater". Leva mais tempo a disciplina pela palavra, não leva? É mais rápido (e cobarde!) impor pela palmada. Depois, quando for velha, não se queixe de levar umas boas sapatadas (com sapatos??) na mão e no rabo. Ui! Há tantas histórias dessas, de filhos que batem nos pais por estes desobedecerem...
Nem tanto ao mar, nem tanto á terra, anónimo. Sem dúvida, as crianças imitam, mas não imitam apenas o comportamento dos pais. Quantos não são os meninos, que ao fim de poucos dias na escola começam a ter comportamentos nunca antes vistos que aprenderam com os colegas, como bater, morder, gritar?
ExcluirExatamente anônima. Nós aqui em casa andamos todos à lambada... E isso de quando eu for mais valha... Não se preocupe que eu também não.
ExcluirE leu isso onde? No correio da manhã? É que eu já vi o filho de uma amiga a levantar-lhe a mão e a bater-lhe e foi a primeira vez que a mãe lhe bateu, portanto não me parece que ele tenha aprendido com a mãe, possivelmente na escolinha onde os meninos brincam aos tiros e à pancada... Conforme a mãe lhe bateu (não, não o espancou, deu uma ligeira palmada no rabo) desatou num choro imenso, não tanto porque doeu, mas porque viu e sentiu o quanto a mãe estava desapontada com ele. Nunca mais voltou a fazer...
ExcluirSó os fracos de espírito e com falha de argumentos é que fazem esses comentários estereotipados.
Obrigada Mirone e anónimo (das 00:25) pela generosidade em responderem. A situação que descrevi também foi a primeira vez que toquei no meu filho pelo que foi impossível ele estar a imitar-me. Mas bom... A estupidez é coisa que me enerva e por mim nem me tinha dado ao trabalho de responder condignamente ao comentário das 19:47 completamente ignóbil e provocador.
Excluiresta senhora deve ser mãe de um papagaio... tenho 2 filhos, 3 sobrinhas, e mais uns quantos sobrinhos/as emprestados/as e NUNCA ouvi tal disparate, sério.. Oh anónima vá arranjar uma ocupação, essa de pseudo-psicóloga não lhe fica bem.. Raios e Coriscos, tanto disparate.. CREDO!
ExcluirAdeusinho
Anónima Patricia (não tenho contas do Google, nem blogues)
Pois eu sou curta e grossa: não vejo absolutamente mal nenhum numa palmada dada no momento certo, pelo motivo certo. Não falo em palmadas que magoem, mas em palmadas que repreendem e mostrem que os limites não podem ser ultrapassados. Levei algumas quando era pequena e sei reconhecer que, na altura, as palmadas não me magoavam... mas magoava-me perceber que tinha ultrapassado todos os limites, daí ter levado no corpo.
ResponderExcluirQuando tiver um filho, não me sentirei minimamente culpada se, um dia, resolver dar-lhe um tabefe. Não me fez mal nenhum e sei que também não fará mal ao meu futuro filho.
Terão sempre de ser o último recurso (até porque são mesmo).
ExcluirPois cá em casa é vezes três. Sempre que é preciso. E se for em público e não puder fazer alarido, dou um discreto puxão de orelhas ou um belo apertão no braço. Mas na horinha em que são mal educados, nessa horinha, não perdoo. E mesmo assim acho que tenho um grau de tolerância bastante elevado.
ResponderExcluirPois... Essa coisa de não dar estrilho em público também é coisa que tento contornar sempre, mas sem repreensão na hora não fica.
ExcluirNão sou a favor de palmadas, mas acho que ninguém aqui o é, e são mesmo o último recurso. Possivelmente teria o posto de castigo durante mais tempo e retirado coisas que ele gostasse muito. Ou então no momento em que levantou a mão para bater, teria apanhado uma palmada no momento. Cada criança é um caso, e falar hipoteticamente é fácil, difícil é ter de lidar com eles todos os dias e ter a certeza que estamos a fazer o melhor trabalho possível e a criar crianças (futuros adultos) decentes. Não acho que tenha feito nada de errado, se ao final do dia vê que o seu filho é feliz, então continue a fazer exactamente o mesmo.
ResponderExcluirObrigada pelo seu comentário. Mesmo. Fico todo inchada quando recebo comentários assim aqui no meu bloguezinho... :)
ExcluirElas gostam é que venham aqui dizer-lhes como elas são as melhores, as mais queridas, as melhores mãezinhas, as top das top...
ExcluirDá-se é o caso de a anónima das 00:20 ter dito que faria diferente daquilo que eu fiz... Também se dá o caso de eu gostar de comentários eloquentes... Uma esquisitinha eu,
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