E agora que penso nisto... Não me faz sentido nenhum o nosso sistema eleitoral no que à Assembleia da República diz respeito.
Então... Considera-se o país dividido em regiões com número de mandatos proporcional ao tamanho da população aí residente. Em cada uma dessas regiões, cada "partido" elege um determinado número de deputados (escolhidos a partir de uma lista ordenada). Posto isto, "elege-se" como Primeiro Ministro o candidato cujo partido teve maior número de deputados eleitos a nível nacional. (Ou o maior número de votos?! A Constituição diz que o Presidente da República nomeia o Primeiro Ministro mediante os "resultados eleitorais", o que pode ser ambíguo...) É (simplesmente) isto, não é?
Mas por exemplo... Da lista de deputados para o círculo eleitoral em que voto (o segundo maior do país, a eleger 39 deputados em 230), e para o "partido" que vai à frente nas sondagens, eu conheço dois ou três candidatos a deputados. Dois ou três. Os outros? Pois meus caros amigos... Tudo vai de pesquisar que certamente serão pessoas de muito mérito, eu é que, pronto, desconheço. Sei no entanto que estas pessoas que me são dadas a escolher dificilmente terão relevância individual na governação do país já que, dificilmente outra vez, terão capacidade de actuação para além do voto qualitativo "a favor" ou "contra" (praticamente conhecido a priori).
Agora, mais que a lista de putativos deputados, o que eu gostaria muito de saber é quem tomaria decisões nos ministérios sob a tutela das diferentes forças políticas, ou seja, quem no fundo governaria o país.
Quem estará à frente das pastas da Educação, Saúde ou Finanças, caso o PS ganhe amanhã? Fazeis ideia? (No caso da PàF também não é claro, mas bom...) E não achais que nós, eleitores, temos o direito de saber? Obviamente que não poderia ser uma equipa vinculativa, mas quem se propõe a governar um país não deveria dar ao eleitor nem que fosse um vislumbre de uma espécie de "governo sombra"?
De repente, isto a mim parece-me do mais elementar bom senso...
Porque a verdade meus amigos, a verdade é que amanhã nem que desenhemos lá uma cruz e não votemos, efectivamente, em branco, estamos a passar um cheque em branco no que às equipas ministeriais diz respeito e isso não (me) faz sentido nenhum.
Adoro o facto de conseguires exprimir tão bem o que me tem vindo a assolar a alma há muito tempo.
ResponderExcluirÉ aflitivo.... Mas pronto... O que importa são as arruadas. Enfim....
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