Pá...
Schhhhhhhhhhh!!... Caluda!!! Calem-se!!
JÁ NÃO VOS POSSO OUVIR!!!!!
NÃO ESTÃO AJUDAR!
CALUDA, PÁ!!
TODOS!!!
Cale-se o povo que nada sabe, calem-se os opinadeiros, calem-se os profissionais de saúde, calem-se os investigadores e virólogos "prestigiados". Até a DGS, a WHO, a EMA, o ECDC e o CDC... Contem até mil duzentos e vinte e um antes de abrirem a boca e falarem daquilo que não sabem... Daquilo que não se sabe!! QUE NINGUÉM SABE! Sejam humildes e admitam que não sabem, ninguém sabe, AINDA, com o que está a lidar.
Eu sei que não estamos habituados... Sei que estamos habituados a ter as respostas todas. As ferramentas todas, logo que haja dinheiro. Mas... Adivinhem... Desta vez é diferente. Não precisamos só de dinheiro para perceber o que se está a passar. Precisamos também, e essencialmente, de tempo. TEM-PO!
A questão é que não há dados. Não houve tempo para nenhum estudo sério. Não há dados, pessoas!!
Falam na vacina... Mas é certo que vamos conseguir uma vacina? Não, ainda não é certo.
Falam de testar a imunidade para as pessoas poderem ir trabalhar... Mas testar a imunidade como? Sob que protocolo? Mas, mas... É certo que com este vírus se desenvolve imunidade? Não, ainda não é certo. Não sabemos. Não há dados. Calem-se e deixem de falar daquilo que não sabem. Aprecio particularmente a tese da imunidade por seis meses, quando parece que o vírus ainda não existe na espécie humana há tanto tempo.
Parem de pedir uma data e previsões de normalidade, de quando tudo vai ficar bem, como exigiu JMT! Não há matemática possível quando a coleção de dados é absolutamente errática e desordenada... Sem bons dados, não há modelação possível. A matemática não é magia negra. Em Portugal dificilmente será de acreditar que estamos a recolher dados representativos... A nossa curva é errática (ainda que demonstre decrescimento)... Das duas uma, ou temos um cenário epidemiológico atípico (e valha-nos Nossa Senhora se for esse o caso) ou estamo-nos a basear em dados recolhidos sob o critério "mais ou menos", reportados "sempre que possível". Assim, não dá!! Mais uma vez, BONS MODELOS REQUEREM BONS DADOS. Bons dados, que não temos. Por isso aguentem-se à bronca com a previsão "daqui a dois ou três meses ou mais ou menos isso"...
Falam que se o vírus chega a África vai ser o fim do Mundo em cuecas. Ou então não... Ou então não vai ser assim tão mau... Porque se for verdade que os recetores do vírus são os tais ACE, em maior quantidade nos indíviduos mais velhos, os sintomas a esperar nos países mais pobres serão mais brandos, simplesmente porque a esperença média de vida é menor. Nesses países também não há muitos indivíduos com comorbilidades, há indivíduos vivos e indivíduos mortos. Simples. Pode não ter nada a ver com o calor ou com o medicamento não sei quê. Mas também pode. Não sabemos. Esperemos. Sem enlouquecermos com a (des, contra-) informção masssiva, que nos entra pelos olhos adentro diariamente.
Calem-se os economicistas que vaticinam a morte à fome do Planeta. Pá... Calem-se! Nunca se viveu uma paragem assim, a nível mundial, do dia para a noite. Não sabemos no que isto vai resultar. Fácil não vai ser, concordamos todos, mas pelo amor de Deus parem de zurzir!!! Não se sabe!!
Não se sabe o impacto. Não se sabe o número de infetados, o número de mortos... Cada país, sua realidade (social, atmosférica... tudo isto influi na transmissão viral), seu critério de testagem, seu critério para contagem de mortos. Os números, mesmo das instituições oficiais, não são factos.
Mas, por favor... Sejam responsáveis!!
Cuidemos uns dos outros. Espirremos para o cotovelo e isso, mas cuidemos também da saúde mental de cada um de nós.
Dêem menos palpites. Partilhem menos palpites.
E pessoas com responsabilidades... Tudo aos pulos em busca de palco!... Não falem do que não sabem... Sejam humildes!
Não temos dados.
Não temos estudos.
Não sabemos.
Esperemos para ver e esperemos que não seja muito mau.
Sejamos responsáveis e cuidemos uns dos outros.
Um abraço.