terça-feira, 21 de abril de 2020

Das comemorações do 25 de abril e a ver se eu percebi bem...

É incoerente comemorar a data maior da nossa história recente, com uma alma a cada três cadeiras, porque há duas semanas não foram permitidas as comemorações da Páscoa.

Mas pedir a milhares de famílias para que dali a uma semana sirvam de cobaias, com os alunos de 11º e 12º ano todos juntinhos numa sala, é ok.

É isto?

13 comentários:

  1. E as crianças até aos 3 anos...

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    1. Pois... Se tudo indica que já é o último estado de emergência, se a ideia é começar a voltar à vida lá fora com o mínimo de confiança, o exemplo também deverá vir do governo... Sem níveis de confiança mínimos não à economia que se reavive...

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    2. Eu no comentário mais acima queria dizer "crianças até aos 6 anos".
      De qualquer forma acho que, se há um "novo normal", as creches e JI não deveriam abrir indescriminadamente. Ou é seguro e vai toda a gente para a escola ou continua a não ser seguro e só vão os filhos de quem tem mesmo que trabalhar fora de casa (e assim há menos crianças pelo que se torna mais seguro).
      O Costa devia ter aguardado para falar sobre este assunto. Está toda a gente preocupada e a organizar facções devido a suposições.

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    3. Sim, ele falou em "creches" mas referia-se a pré escolar. Ainda não é certo que vão abrir, nem como vão abrir... Como sempre, com este governo, lança-se uma possibilidade para o ar, vê-se como param as modas (se as pessoas aceitam, criticam...) e depois age-se em conformidade.

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    1. Por acaso, desta vez... Até acho que têm razão.

      Bolas...

      Nunca pensei dizer isto... Estarei com febre?

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    2. Por acaso, quando imaginei um regresso à vida normal, pensei numa fase intermediária deste género. Numa situação destas, não há casos ideais... Começar com o grupo de menor risco, nunca esquecendo os casos particulares e dando-lhes uma solução (ex: crianças que dependem dos avós), parece-me a única forma. Mas eu posso ser uma otária e nem saber.

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    3. Ah, claro. Tem de ser assim... E nem acho que o plano seja mau, sinceramente. Vai correr bem. O pior já passou.

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  3. Acho que é das primeiras vezes que discordo de ti.

    A vida tem de ir voltando à normalidade. O decreto do estado de emergência já veio após encerramento de escolas e de muitos estarem em casa.

    Neste caso abdicar do estado de emergência não é regressar completamente à normalidade.

    Isto tudo para dizer que achei uma irresponsabilidade e incoerência chamarem determinadas pessoas, principalmente do grupo de risco.
    Assinalarem a data mas sem convidados ou tê-los presente por videoconferência.

    E isto para quê?

    Primeiro para mostrar respeito e dedicação à nação e a todos os sacrifícios que os portugueses têm feito. Não só não se celebrou a Páscoa como não se celebrou nada nos últimos tempos ( e bem). Temos os profissionais a arriscar a pele na linha da frente, muitos sem verem as famílias há meses ( nem os próprios filhos!).
    Mas aqui acho que era principalmente devido o respeito por quem perdeu as suas pessoas mais importantes, por covid ou não, e não se pôde despedir, não pôde abraçar quem partiu nem quem ficou. Fazer-se funerais à distância e o luto solidão.

    Segundo, para não só dizerem para seguir determinadas medidas como darem o exemplo!! Principalmente à geração mais velha. As medidas são importantes e são para se manter.
    Para mim o comentário mais infeliz foi dizerem que não iam mascarados para as celebrações. Mas está tudo bem?! Desde quando é que um EPI é andar mascado? Ignóbeis!


    ( Para mim o que se passou na AR foi uma autêntica palhaçada vindas de um verdadeiro palhaço *sorry not sorry*. Para quem quer tanto celebrar a liberdade não deixou de ter atitudes e afirmações de um verdadeiro autocrata.
    Provavelmente isto também me atingiu tanto porque a minha família sofreu uma perda enorme. Faleceu o meu sobrinho no nascimento. A minha cunhada estava sozinha e passou por horas horripilantes. Algo que como mãe nem consigo conceber passar sozinha. Além da perda já ser brutal vem depois de anos de tratamentos e muitas outras perdas precoces. Mas esta gravidez estava no final do 3o trimestre.

    Se a minha cunhada pôde passar pela morte do próprio filho sozinha, se não teve o direito a ter o apoio da família toda no funeral então lamento mas os palhaços na AR também podem levar as máscaras e não precisam de ter os amigalhaços todos na festança. Podem celebrar o 25 de abril e assinalar a data de muitas formas em vez de seguirem as birras de um ... Epa nem tenho palavras para o homem.

    Ele disse que enquanto for presidente da AR as celebrações serão sempre assim. Por mim podia ir embora hoje e já ia tarde.)

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    1. Bom dia! Lamento profundamente a v/ perda. Nem imagino o que seja passar pelo que descreveste... :( Espero que o luto seja... acomodável.

      Até fiquei sem vontade de escrever sobre o resto... Mais daqui a pouco volto aqui, ok?

      Um abraço.

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    2. Ora bem, eu não defendo os governantes em si (como o fizeram, o que disseram,..., sinceramente nem estou a par, é cansativo, frequentemente desligo). Defendo sim, a comemoração do dia e, sim, no parlamento. E não tenho muitos mais argumentos além do que expus no post... Se a ideia é no início de maio ir abrindo... Uma semana antes, tem de haver um mínimo de segurança. Se não, não se pode abrir nada dali a uma semana. Porque nessa altura haverá pessoas de risco expostas ao risco, sem opção de escolha. É a mensagem que se passa.

      Tirando isso... Nunca como agora achei tão importante comemorar-se a liberdade... Há pessoas a ser "chipadas", pessoas a pedirem para serem "chipadas"... Estão-se a fazer coisas, sob o chapéu do vírus, muito graves... Que nunca se ponha a liberdade em causa. Entre a ausência de risco e a liberdade, escolherei sempre a liberdade.

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    3. Obrigada pela compreensão. Talvez esta revolta com isto tudo seja muito motivado pelo que experienciamos.

      --

      E eu não sou contra a comemoração, muito menos contra a celebração do 25 de abril.

      Acho irreal quererem a vigilância digital e jamais o aceitaria.

      Mas sou completamente contra a forma como estava planeada a celebração. Com basicamente +300 pessoas, convidando para estar presentes pessoalmente pessoas dos maiores grupos de risco.
      Contra as birras de quem tem o dever e a obrigação de dar o exemplo.

      Acho que o presidente da AR acabou de justificar a todos os idosos de Portugal que o uso de máscaras é uma treta e a promover a completa deserção das medidas de distanciamento social ou qualquer etiqueta respiratória.

      O exemplo ( ou a falta dele) naquele local, naquele dia não podia representar uma maior falta de respeito por todos os sacrifícios exigidos até agora e pedidos para serem mantidos.

      Eu nem queria acreditar que estava mesmo a ler que eles não iriam mascarados (?!). Foi a partir daí que me fui inteirar do que ele tinha mesmo dito porque pensei que tivesse sido retirado do contexto ! Não foi...

      Sim, as medidas vão afrouxar mas não é para regressar à normalidade. E eles não só perderam uma óptima oportunidade para dar o exemplo como promoveram o oposto.
      Na minha opinião é uma total incoerência e irresponsabilidade.

      Com que autoridade vão dizer aos portugueses para ficarem em casa do dia 1 de maio, por exemplo?
      Como é que vão apresentar aos portugueses a necessidade premente da etiqueta respiratória e do distanciamento social?
      Quem é que olhará para eles e verá alguém com o mínimo de discernimento ou bom senso?


      Eu não.
      E aposto que os familiares dos milhares que morreram por covid ou outras patologias e tiveram funerais vazios e ausentes de pessoas também não.

      Sinto que aquilo que foi feito foi um gozo total com todos os sacrifícios que foram feitos até hoje. Quem perdeu o trabalho, quem vê o esforço de uma vida a ir pelo cano abaixo, quem está a passar dificuldades, quem não sabe se amanhã vai ter acesso às terapias que precisa, quem não sabe se ficará bem depois de entrar num hospital seja para o que for... Mas estarem centenas de pessoas na AR ( de fora e não quem lá vai trabalhar todos os dias) é que era fundamental. Bater o pé qual miúdo de 2 anos a fazer birra e a cismar que enquanto for presidente da AR a celebração nunca irá mudar, isso é que é ser patriota...
      Não pensar um único momento em todos os portugueses e nos sacrifícios que fizeram, serem grandinhos e ajustarem-se à realidade do país. Não, isso era pedir de mais.

      Fazem lembrar a Marie Antoinette tão alheada da realidade e a viver na sua bolha protegida e previligiada ". .. comam bolos".

      O presidente da AR é para mim o símbolo daquilo que pior existe na classe política.
      Aliás acho a sua incapacidade para aceitar a critica e a insatisfação dos portugueses ( desconsiderou completamente as petições - com mais de 50.000 assinaturas) como se a opinião dele fosse muito mais importante do que a da ralé.
      Para mim teve atitudes e verbalizações que revelam muito mais um âmago autocrata ,do que um verdadeiro apoiante de uma verdadeira democracia.

      Sou completamente a favor de assinalarem a data mas não assim. Não este ano!

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    4. Nem comento a forma como foi feito, o que foi dito... Não era a isso que eu me referia.

      O Parlamento está a funcionar, sempre esteve. E o parlamento não é a casa das pessoas. Não se pode comparar uma data nacional ao aniversário de cada um. Por muito que nos custe. Os deputados foram maioritariamente a favor da comemoração. Havia petições contra, mas havia outras a favor. Há uma grande margem da população que nem sabe como assinar essas petições.

      Pronto, eu acho que fizerem bem em comemorar e nos moldes em que fizeram (resultado final, porque o que foi dito, nem estou bem a par...). Discordamos e não tem mal nenhum. :)

      Abraço

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