terça-feira, 30 de setembro de 2014

É que fica plasmado a olhar*...


* Por acaso até é um LCD mas o título fica mais giro assim.

** Sim, 7 meses... Não me aborreçam, hã!!



Googlei e não encontrei... Será que existe?

Nestes últimos dias a minha vida tem sido um filme que nem vos digo nem vos conto, mas bom, o que não nos mata torna-nos mais forte, e o que está feito feito está, e melhores dias virão, e antes ter muito trabalho que não ter nenhum, e para a família temos de ter sempre tempo que é o que se leva desta vida, e os meninos não têm culpa do stress que é a minha vida, e queixo-me de barriga cheia porque há muito quem queira ter filhos e família e amigos sempre em casa e não pode nem tem isso da família e amigos lá em casa porque desarrumam muito e depois não têm empregada nem aspiração central, e com esta crise tens sorte é em ter trabalho, e por isso não te queixes nem sejas mandriona e levanta mazé o rabo da cama que quatro horas de sono é mais que suficiente, e antigamente é que era que nem água quente tinham e tudo e tudo e tudo... Eu sei, eu sei... Eu sei disso tudo...

Mas, queria eu dizer, e antes que me esqueça do que me trouxe aqui, que há uma expressão que eu ouço desde sempre e que utilizo frequentemente quando a vida se me põe em velocidade turbo, que é: 

"Se soubesses da minha vida, andavas a pedir [esmola] para mim."

E eu digo isto tantas e tantas vezes... Ouvi (e ouço) isto da boca do meu pai, sempre em jeito de piada, tantas e tantas vezes... Ontem lembrei-me de googlar a expressão... Não encontrei nada. Fiquei deveras preocupada.

E tu NM? Que fazes, que andas tão calada?...

De momento já só quero que as meninges não me comecem a sangrar....



Já é tarde comó c*ralh@, não é? Já estais todos no ronco, não é? Só eu é que estou aqui a desgastar a minha beleza com um trabalho desgastante comó raio (mesmo para uma mente brilhante como a minha) para depois ir gastar 30 contos ou lá quanto é, lá na Luna ou lá o que é, não é? Pois... Bem me parecia!!

E vós sabeis lá, sabeis lá a minha vida...


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Agora até escrevia sobre como o meu bebé tem o rabinho assado...

Sobre como suspeito que tenha sido da vitela que lhe introduzi na sopa ou de uma fruta de compra que lhe dei, sobre como alguma coisa lhe pôs o cocó um pouco para o liquefeito, sobre como o Cicalfate da Avéne é um creme bem competente, sobre como já me é díficil limpá-lo com águas correntes, sobre como me ligaram do infantário a dizer que vão tentar tê-lo "à fresca", sobre como aquilo lhe deve arder caraças...

O problema? Temo aborrecer-vos envergonhar-vos...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A propósito disso de não haver Super-Heróis se não houver vilões...

Bem sabeis que a investigação médica/farmacêutica movimenta zetabyttes de dinheiro e emprega milhões de pessoas por todo o Mundo... 

Fiquei então a pensar se, numa qualquer instituição de investigação do cancro, se descobrisse uma cura milagrosa para a doença... Se se descobrisse algo financeiramente comportável (barato, até) que numa toma única curasse todo e qualquer tipo de tumor... Se assim, como que num passe de mágica, se pudesse irradicar o cancro da face da Terra como que do dia para a noite... 

Estava para aqui a pensar se esse milagre da ciência veria a luz do dia...

A minha cria tem tanta graça quanto a tua #26

Ontem à noite depois de lhe ler o Aladino...

[NM] E tu? Se pudesses escolher três desejos para o Génio da Lâmpada te realizar quais escolhias?

[Jr.] Hum... Pedia-lhe os bonecos do Doom e do Cyclops que o pai diz que são muito difíceis de arranjar...

[NM] Sim... Mais?

[Jr.] Pedia para eu mesmo ser um Super-Herói...

[NM] Muito bem... E por último...

(silêncio)

[Jr.] Hum... Pedia para haver vilões porque senão eu não tinha nada para fazer!

(...)

Faz sentido!

Antes era menina para me rir....

"Jackie Chan" e "Bin Laden" também concorrem nas eleições brasileiras





"Que pobreza... Que realidade tão distante da nossa...", pensava eu. Ria-me e encolhia os ombros...


Mas depois dos debates políticos que tenho visto... Não andamos muito longe disto não...

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cheira-me que vou ter de ir desencantar a caixa onde guardo os sorrisos amarelos..

Hoje foi a terceira vez que alguém me perguntou se o Baby já anda... 

Ora, o miúdo tem 7 meses e aos 7 meses ainda não se anda... Eu sei que o miúdo é alto (percentil 97, se quereis saber - sim, sim, há de ser bom para ir aos figos) e parece mais velho e as pessoas não têm de saber a idade dele e tudo e tudo, mas....  Se ele agora aparenta ter 1 ano, quando tiver 1 ano, vai aparentar ser muito mais velho... E como aquele cara de cu ainda não faz força como deve ser nas pernas e ainda pousa só os bicos dos pés no chão, em vez da planta, algo me diz que vai andar tarde...

Antevejo sorrisos amarelos e revirar de olhos imaginários de cada vez que me perguntarem se a criança ainda não anda, seguida da respectiva cara de espanto quando lhes disser da idade... 

Acho que, assim como quem não quer a coisa, lhe vou prender um crachá à roupa com tal informação... Pelo menos assim hão de me poupar à conversa de circunstância e eu posso sempre pensar que a cara de espanto derivará da sua tamanha beleza (ou da beleza de sua mãe... às tantas as pessoas podem mesmo estar admiradas com tamanha beleza de sua mãe, pode ser, pode ser...).

Mas está tão giro o garoto pah... Sempre com a tacha arreganhada, olho arregalado a cuscar tudo, desafia tudo e todos para a brincadeira, gargalha como gente grande... É dos miúdos mais engraçados que já vi, ali taco-a-taco com o Jr. E vós sabeis como a minha opinião sobre isto é isenta e imparcial... ;)

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Serviço público e em prol da ciência...

estudo 
Este estudo teve início em Fevereiro, mas eles dizem que estão carenciados de homens e que, por isso, o estão a divulgar novamente.... Por isso... Vá, não sejais coninhas (ahahahahahah, tão espirituosa que eu estou hoje), que eles só querem saber dos vossos olhinhos, sentimentos e emoções (as vossa pilinhas não serão questionadas, portanto!), e toca a participar!

(Isto é sério. Daqui.)

Taliqual ou tou a ver mal?* #9


* Sim, hoje deu-me para isto...

Taliqual ou tou a ver mal?* #8


* Saudadinhas da blogo-rubrica mais estúpida?

Era apostar mais na prevenção...

[NM] Acho que vou comprar uma maquineta para limpar a pele da cara de que a Filipa falou...

[Estimado homem] Hum...

[NM] Mas é cara como o raio... 150€!

[Estimado homem] Hum...

[NM] Diz que aquilo além de limpar a pele também trata as rugas e assim... Mas é tão cara...

[Estimado homem] Pah... Se precisas...

(silêncio)

[NM] Como assim "preciso"?

(silêncio)

[Estimado homem] Já estou fodido não já? Diga o que disser já vai ser usado contra mim, não já?

(...)

Ahahahahahahahaahahahahahahah... Espeeeerto!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CURSO NO PORTO???

Mas será que eu li bem??? CUR-SO-NO-POR-TO?? Ai que me desfaleço já aqui.... Alguém que me ampare se faz favor...Um copo de água... Rápido!!



Mas como?? Como é que ninguém me avisou? E agora? Será que ainda tenho vaga? Ai valham-me os blogo-deuses...  Com licença, com licença que tenho de tratar de vida! 

Do stalking, dos cartões e de uma carrada de marcas

 Na sequência deste artigo:

As marcas fazem stalking às mães - Life&Style

Eu não faço todas as compras em grandes superfícies. Esforço-me por manter vivo o comércio tradicional e contribuo na medida em que posso. Compro a fruta, o pão, a carne e o peixe, na frutaria, padaria, talho e peixaria da minha rua. Tratam-me pelo nome, garantem-me a frescura e a qualidade, deixo a lista e passo a buscar mais tarde. Nem que pague uns trocos a mais pelos produtos em si, a verdade é que esta segurança e atenção também tem de ter um preço, que eu, de resto, pago com todo o gosto.

Qualquer coisa que precise de repente vou a pé ao supermercado a 5 minutos. Há no entanto muita coisa que deixo para comprar, uma vez por mês ou coisa que o valha, no Continente aonde me desloco de carro e onde dou uso ao tão afamado cartão já por aqui discutido. Falo essencialmente de coisas mais pesadas como drogarias, leite e latas de conserva. Aproveito os tais descontos em cartão e compro em quantidade logo que tenha espaço em casa.

E o Continente sabe isso... Sabe que não sou cliente assídua, mas que cada vez que me dou ao trabalho de ir lá trago uma senhora carrada. Sabe que compro quase sempre as mesmas coisas. Sabe em que produtos não dispenso determinadas marcas, sabe que com os frescos não me convencem - ainda há de chegar o mail a perguntarem-me a razão, sabe que os únicos congelados que compro são os nuggets de frango para um desenrasque nas refeições do miúdo, sabe que não tenho hábito compar por lá roupa, sabe que o meu filho mais novo ainda terá pelo menos mais meio ano de leite em pó (e ano e meio de fraldas) pela frente, sabe que não sou esquisita com os produtos de limpeza - que trago o que estiver em promoção, sabe em que produtos compro marcas brancas, sabe que o meu filho mais velho ainda está em idade pré-escolar e que gosta muito de danoninhos, sabe que o leite é Agros e que fiambre nunca é de porco... 

Sabe que comprei uma Britta e que desde aí não faço compras online, que aquilo era um ror de água de cada vez que lá iam, mas que às tantas... Ou não  mudo os filtros com a frequência que eles recomendam ou ando a mijar fora do penico e a comprar na concorrência... Às tantas ainda desenvolviam um algoritmo e mandavam mails automáticos às pessoas com pequenos lembretes: "Já mudou o desodorizante da sanita? Quer sugestões? Oferecemos-lhe 25% de desconto em cartão... Até pode comprar aqueles das bolinhas que só compra quando estão em promoção..."

O Continente sabe muitas coisas da nossa vida... E, caraças, isso assusta-me porque eu não sei quem é o Continente e sinto-me vigiada e controlada, ah pois sinto.

sábado, 20 de setembro de 2014

E então? Como é que terminou a novela dos desalinhados,

Dos que reclamam quezílias e pelejas (porque afinal tamanho marasmo só poderá significar falta de verticalidade) e se questionam sobre que mundo nos restará com tanto desejo à solta de a todos agradar?

De uma forma surpreendente digo-vos eu... 

Com a expressa vontade de se ter agrado a gregos e a troianos!

Reptiles, M.C.Escher, 1943

Por mim tudo bem!...

Adenda (e antes que os "Repteis" em si ganhem vidas e significados que, obviamente, estão a milhas da minha intenção):

Sobre esta litografia: The tiny alligator on the dodecahedron, snorting fire, and the two lizards entering and leaving the tessellated plane provide clues that the picture is imaginative but fundamentally about the relationship between two and three dimensional space.

O autor não se interessava muito por significados filosóficos. Provavelmente quis aqui só representar um paradoxo, um ciclo entre o bi- e o tri-dimensional. Pensava eu quando esta litografia me veio à memória que, ainda que mais rica, a tri-dimensionalidade poderá ser para alguns insuportavelmente solitária... O que, afinal, explicaria muita coisa!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Em Repeat

Rufus Wainwright, Helena Bonham Carter - Out Of The Game


Moving walls

Eu antes, quando era moça nova e sem filhos, ansiava sempre por estas primeiras chuvas de Setembro, estes trejeitos de frio... Fazíamos chá, ficávamos por casa, fazíamos sestas e ouvíamos música de cobertor...

Agora com os miúdos... Brinquedos para aqui, brinquedos para ali, a pressão de não os ter muito tempo em frente à televisão, a tentativa de que lhes baste para dissiparem energias estar sentados a brincar... Sossegados e em silêncio... Mas isso nunca lhes basta... Ficamos com a garganta seca de tanta história ler e com dor de cabeça de tanta actividade inventar.... E mesmo assim, isso dificilmente lhes basta... O que eles precisam é de esticar as pernas, apanhar ar e mexerem-se à vontade.  E o que nós precisamos é ficar sossegados, a vê-los mexerem-se à vontade.

Serão ainda pequenos demais para se pacificarem com o saudável afazer de não ter nada para fazer...

Agora, desde que tenho filhos, é raríssimo ficar um dia inteiro em casa.... 

http://www.google.pt/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fwww.myconfinedspace.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F12%2Fmoving-walls.gif&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.myconfinedspace.com%2F2012%2F12%2F20%2Fmoving-walls%2F&h=500&w=500&tbnid=jISVXKKRCPmysM%3A&zoom=1&docid=39zgTUKH4AucHM&ei=JvwbVPXbPM-y7Abs8oBw&tbm=isch&client=firefox-a&ved=0CC4QMygPMA8&iact=rc&uact=3&page=1&start=0&ndsp=40

A casa começa a encolher e a encolher, mas a encolher de tal forma que qualquer dia as paredes me esborracham ali no corredor entre a cozinha e os quartos. Ia dar uma trabalheira a limpar pelo que, previdentes, cedo nos pomos ao fresco.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Isto tem tudo para correr bem...

Só consegui chegar agora ao gabinete. Chove a cântaros. Estou ensopada. Birras cabeludas logo pela fresquinha. Caldo entornado (literalmente) já à entrada da garagem. Trabalho importantíssimo, daqueles mesmo mesmo importantes, para entregar durante o dia de hoje... 


Tuuuuuuuudo bem!!  

Mas agradecia ao Mundo que se me desviasse do caminho durante o dia de hoje... Muito agradecida!


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

E vós sabeis lá os meus problemas...

Aqui há tempos comprei estas calças ao miúdo mais novo.


Estava a preparar a roupa deles para amanhã quando... "Wtf?? Mas isto são calças de ir à rua ou são de pijama?? Olha, olha... É que me parecem mesmo calças de pijama... Que estupidez..."

Mas depois reparei que não tinha mais um único par de calças passado para o miúdo levar para o colégio amanhã. A pilha de roupa está imensa. São onze da noite e ainda tenho que fazer sopa... 

(...)

Que estupidez... Acreditais que me passou pela cabeça que as calças fossem de pijama? Tsss, tsss, tsss, que parvoíce...

As pessoas aqui do sítio onde eu trabalho...

São tão bem educadas, mas tão bem educadas, que sempre que se juntam mais de três para entrar no elevador aquilo vira uma conusão dos diabos. Cada um faz questão (e insiste) que seja o outro a entrar primeiro. E se é prática corrente deixar entrar as senhoras à frente, depois entre os grupos do mesmo sexo é que a coisa fica caótica... "Não faz favor...", "Não, não, faz favor...", "Ora, ora, eu insisto..." 

Eu dou sempre passagem às mais velhas, mas nem sempre elas estão de modas, e dizem-me que fazem questão e mais não sei quê e um par de botas, e a dada altura já estão a olhar para mim como quem me vai aventar dois pares de estalos na mona se não faço aquilo que elas dizem.

Fôra gente com mais sentido de humor e ainda hoje tinha sugerido entrarmos por ordem alfabética... Só assim naquela, a ver se nos despachávamos em menos de cinco minutos.

Por mim tudo bem...



Mas diz que não, diz que não... Diz que o mais provável é ser um peixinho de aquário em personagem!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

True story: o ouro romano

Passeava este Agosto uma amiga minha pelos montes da sua terra natal, lá para o nordeste bem nordeste deste cantinho à beira mar plantado. Passava ela por uma zona recém trabalhada pelas máquinas agrícolas quando teve de fazer um bio-stop com o filho... Olha para o chão e vê algo a reluzir... Parecia ouro! No iman não pegava... Pois... Era ouro!



Pois é, meus caros, 3 gr. de ouro puro, como já há muitos séculos não há, e que foi profissionalmente avaliado como sendo do tempo dos romanos, provavelmente de um brinco ou de qualquer outro adorno. 

Nada de extraordinário, na verdade, dado o local onde foi encontrado. 

Como assim? NM explica.

Consta-se que naquela zona houve um importante castro celta que foi tomado pelos romanos. E a verdade é que a minha amiga diz que, quando era miúda e as terras eram mexidas para serem cultivadas, apareciam muitos artefactos antigos, como panelas, instrumentos de ferro, objectos decorativos e, lá está, alguns ornamentos em ouro. Conta a lenda, na verdade, que há um boi em ouro enterrado por ali... (Agora que vos disse isto... Aquilo não vos parece um anel daqueles que os bois trazem no focinho? :D)

Eu só não vos digo onde é que isto aconteceu porque nós já temos tudo combinado para o próximo ano... E como vimos primeiro, tende lá paciência... Uma roupinha gira (claro!), uns óculos fashion (óbvio!), um detector de metais e lá vamos nós... Garimpar e enriquecer! Ah pois...

E já agora conto-vos o que eu não sabia... Sabieis que qualquer objecto encontrado no solo e avaliado como tendo mais de 300 anos é considerado achado arqueológico de interesse e pertence, por isso, ao Estado? Ah pois... Aprendei que eu não duro sempre.

As outras melhores cá de casa





Pronto. É isto.


Daqui.

De como talvez se ame alguém que não ouve a mesma canção

Dizia eu certa manhã ao meu homem que não tinha dúvidas que a melhor música de todos os tempos é a Hallelujah do Leonard Cohen.



Teve o desplante aquele senhor de me dizer que não, que o Leonard Cohen era bom era para as insónias... Mais, teve o distinto descaramento de me dizer que preferia, "de longe", hã, "de longe", a versão do Rufus Wainwright.



Pois que com certeza tivemos logo ali as couves pegadas ao pote... Uma discussão interessantíssima, de um nível que nem queirais saber: argumentava eu: "olha que não, olha que não", contra-argumentava ele: "olha que não tu, olha que não tu".... 

Nisto, e toda lampeira no ai-já-vais-ver-o-que-é-bom-para-a-tosse atiro-lhe com um: "Bom, tu é que sabes mas olha que é uma verdade universal aquilo do não se amar quem não ouve a mesma canção." Nisto, e estupefação das estupefações, responde-me ele:  "Mas estamos a falar da mesma canção..."

Ai que eu até tive uma tontura e tive de me agarrar a uma parede para não cair desamparada com tamanha alarvidade. Pois que se deu mais outra carrada de nervos e outra discussão com a irrefutabilidade de argumentos do "olha que não, olha que não", contraposto por um "olha que sim, olha que sim"...

Nisto, qual gaja que é gaja, estava eu pronta a disparar um: "Pronto, já não gostas de mim , não é? É isso que me queres dizer, não é?" quando se me ocorre... "E se ele me diz que não? Que já não gosta de mim?" Fiz uma revisão mental... Já estou bem entrada nos trintas, não tenho mais nenhum homem de reserva, tenho uns bons oito quilos a mais no lombo, tenho dois filhos pequenos a tiracolo... Nã.... Deixa-me estar quietinha e não me pôr a jeito que agora não me dava jeitinho nenhum ficar sem marido... "Pois com certeza que sim meu doce, pois com certeza que é mesma canção!...". 

Rimo-nos e fomos tomar o pequeno-almoço; eu, obviamente, com a certeza que o Hallelujah do Leonard Cohen é a melhor canção de sempre e que são duas canções diferentes.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Disso dos posts sobre os "pequenos nadas" dos filhos

E de como isso "confrange" e "envergonha" terceiros (é mau feitio da minha parte ou a semântica dificilmente poderia ser mais agressiva?).

Fiquei a pensar e o único que quero dizer sobre isto é que, pasmem-se, muito boa gente só terá blogues para escrever esses "pequenos nadas" e quase aposto que terá sido a vontade de registo desses "pequenos nadas" que espoletou a criação de grande parte dos blogues pessoais (isso... blogues "pessoais") de gente com filhos. É que, pasmem-se, muito boa gente relatará esses "pequenos nadas", não para receber afagos de ego, mas apenas para mais tarde os poder recordar, para não ficarem perdidos nos buracos da memória. Há quem escreva longas e contorcionadas cartas de amor, há quem opte por registar esses "pequenos nadas".... (Eu sei, eu sei... Há muito doido neste supermercado de Deus.) E precisamente por isso, por haver quem escreva maioritariamente para si e para os seus,  o facto de uma qualquer situação ter causado "impacto lá na família" será condição sine qua non para ser descrita em post (sendo o inverso igualmente verdadeiro). Se terá interesse/graça/... para terceiros será sempre o de somenos importância.

E se numa blogosfera, em que tanta e tanta gente adulta se comporta, escreve e argumenta qual criança de cinco anos, isto não é percebido e tido como razoável e se é isto que "confrange".... Bem, só não escrevo aquilo do sentir vergonha alheia de quem por isso se aflige, porque tenho dificuldade em assimilar neologismos e a verdade é que ainda não percebi muito bem o que tal expressão quer dizer.

domingo, 14 de setembro de 2014

Ouvi nestas férias e tão cedo não esquecerei...

Pequena vila piscatória. Um pescador já bem entrado, com pinta de muitos anos de mar no pêlo, olha embevecido para o bebé no carrinho. O mais velho cirandava por ali.

[Pescador] É outro menino, não é?

[NM] É sim.

[Pescador] Vem para a próxima a menina, não é?

[NM] Eeerr... É isso!

O senhor queda-se por mais uns instantes e faz umas festinhas nos pés do bebé. Sorri genuinamente. Despede-se...

[Pescador] Pronto então... Vá... Boas férias e para a próxima já sabeis... É dar-lhe com força até rachar!



Sim, também tive de pensar!


Sabeis aquela história do burro poder sempre com mais uma sardinha?

O problema de ser um burro forte é que, quando já está de joelhos pelo peso que carrega no lombo, nem o seu dono se apercebe pasmado que está a olhar para o montão de sardinhas, nem o próprio do burro se dá conta, pasmado que está a olhar para o pasmo do dono.

A minha cria tem tanta graça quanto a tua #25

Ontem ao almoço dizia eu às crianças que dava uma goma a cada uma depois de comerem a fruta. Passado um bocado dizia o meu sobrinho (3 anos) que não queria fruta mas que queria a goma na mesma. Eu da cozinha só ouço:

[Jr., armado aos cucos do "ai que crescido sou"] Mas olha... Se não tens barriga para a fruta também não tens para a guloseima.

Eu desatei à gargalhada a propósito daquilo do "Bem prega Frei Tomás..."

[NM] Oh Jr., tu tens muita piada... Quantas vezes não fazes tu a mesma fita?

[Jr.] Faço? Pois faço... Mas tu bem sabes que eu tenho aquele "purblema"...

[NM] Qual problema?

[Jr.] Aquele que já te disse que só eu é que tenho... 

[NM] Hã??

[Jr.] Já te disse mãe, eu tenho um pau assim na barriga [faz o gesto com as mãos, de um pau na vertical] que separa os meus "escomagos"... Para um lado vai a comida normal e para o outro vão as guloseimas. Às vezes o da comida normal já está cheio e o das guloseimas ainda não!...

(...)

Coi-ta-di-nha da criança... Ele há com cada maleita... Olha um pau a separar "escomagos"...

sábado, 13 de setembro de 2014

O drama, o horror, a tragédia ou a Twilight Zone...

Pelo que vou picando aqui e ali, nas leituras volantes que faço por essa bloga fora, tenho-me dado conta que já não há "crianças"... Agora há "criancinhas"... Essas tais de "criancinhas" são uns seres curtos, invariavelmente descritos como birrentos, mal-educados e prepotentes. Essas tais de "criancinhas" correm e gritam em todo e qualquer sítio onde se encontrem, sempre com o ranho ao dependuro e cabelo transpirado, a pontapear e empurrar tudo o que lhes aparece à frente.

E depois... Apercebo-me que também já não há "pais"... Agora há "paizinhos". E esses tais de "paizinhos" são pessoas desprovidas de todo e qualquer sentido de bom senso e noção da realidade da vida em sociedade. São seres amorfos, desprovidos de capacidade crítica, completamente embevecidos e convencidos da superioridade intelectual das suas "criancinhas" que por ali correm e gritam e choram e dão murros enquanto urram e se atiram para o chão e assim!...


E depois eu fico a pensar nisto e vêm-me à cabeça aliens, fantasmas, vampiros, realidades paralelas, viagens no tempo e intergalácticas... Enfim... Uma autêntica série de ficção científica!... Who are you people?

https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRwha5ZeKXhNmuTdipzyRyhfu1ytzB21vCwyYk3YJLUSY6L9u7DbA

A questão que se impõe é...*

Para quando a blogo-democratização do arroto?

* Ou de como o comentário perdido sempre fica para os anais da blogo-história.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Isto já foi há quatro dias e tinha decidido não postar...

Mas depois lembrei-me que podia servir de "abre olhos" a mães de bebés pequenos a quem estão a introduzir os alimentos...

É que há 4 anos, quando foi do Jr., lembro-me de estar descontraída a conversar sobre isso com uma amiga, também ela mãe de um bebé com a mesma idade. Parodiávamos nós as mães hiper cuidadosas com isso: "Ai que ele ainda não pode comer isto nem aquilo e aqueloutro só daqui a, exatamente, 75 horas que é quando ele faz os 6 meses...". Lembro-me perfeitamente da minha amiga AG ter dito... "Mas quê? Estão à espera que os putos sejam alérgicos ao alho francês ou à abóbora?" Rimo-nos, todas prá frentex e desempoeiradas e "ai que stressadas são as outras", e lá fomos nós à nossa vidinha...

Quatro anos depois...


O Baby acorda assim um dia depois de lhe ter posto brócolos na sopa pela primeira vez (sim, porque não quero acreditar que isto aconteceu por lhe ter encostado melancia aos lábios). Vou-vos poupar às imagens das costas, cara (ai a cara...), barriga e pernas. O que vale é que, 12 horas e duas tomas de anti histamínico depois, estava como se nada fosse com ele e sem uma única mancha para amostra.

Não, não desmaiei e sim, tivemos a presença de espírito para o fotografar (no dia anterior tinham-lhe aparecido uma manchinhas que, miraculosamente, desapareceram e nós queríamos garantir que o pediatra percebia do que falávamos).

A minha cria tem tanta graça quanto a tua*... #24

Eu a brincar com o Jr. mostrava-lhe cartas com "objectos" vários e ele dizia-me o que estava a ver. Ele já estava a começar a ficar farto, mas eu queria levar o baralho até ao fim...


[NM] E este? O que é?

[Jr, a querer despachar] Um quadrado.

[NM] Não...

[Jr.] Um rectângulo!

[NM, também já a querer despachar mas a querer que fosse ele a dizer a palavra] Oh! Então não vês que é um cu...

[Jr., a gargalhar todo divertido] Oooooooohhhh... Não é nada!

(...)

É que nem sei o que vos diga... 

* Ou "Estás a ficar com um léxico jeitoso, ai estás estás..." ou "Cá em casa também há quem tenha um sentido de humor cocó-xixi-pum-ranho-chulé-pilinha-pipi (tem é 4 anos, mas isso é um pequeno pormenor)"

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Não, cá em casa não somos oito...

Isto que vos mostro é a roupa que acumulámos para passar a ferro durante, precisamente, uma semana. E sim, a máquina está a lavar... Deusmalibre... Eu só me pergunto se isto é normal ou se somos nós que somos mais requitos (ou mais lavaditos, eis a questão) cózôtros...



Sabes que a falta de tempo que tens para ti atingiu proporções ridículas quando...

Um médico te diz para ires ter com ele a um serviço de urgências e quando te diz: "Mas sabes como são as urgências... Podes ter que esperar bastante.", tu pensas: "Fixe! Vou, finalmente, poder ler um bocado."

É que nem consigo expressar o quão estarrecida, aturdida e abzurdida estou....

Como, pelos Deuses, como conseguimos sobreviver até aos dias de hoje sem o iPhone 6, o Apple Watch e a Bimby de 5º geração??


A sério, não paro de me surpreender com a capacidade de adaptação do ser humano... Como era dura a vida até esta última semana! Como somos bravos e resilientes, companheiros!





quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ice bucket challenge: Vamos começar a fazer diferente, vamos?

A minha querida blogo-madrinha Mais Picante desafiou-me para aquilo do balde de água e respectivo donativo para a APELA. A Palmier, companheira de desafio, achou por bem fazer isto

E eu fiquei para aqui a pensar se não deveríamos continuar com o twist nisto.... 

E se substituíssemos o afamado banho gelado por uma segunda ajuda monetária a outra instituição? Cada pessoa escolheria duas instituições de utilidade pública de fins de beneficência ou de assistência ou de apoio à investigação, bem como instituições particulares de solidariedade social, a quem se comprometeria a enviar um donativo. Assim mesmo, sem filmes e "apenas" com a divulgação de duas causas.

Sexinho, Mirone e asminhasgalochas, que me dizeis? Desafio-vos a alinhar nisto... :)

Da minha parte comprometo-me a, ainda hoje, enviar um donativo para a APELA e para Liga Portuguesa Contra o Cancro

Disso da cor dos gatos

A propósito do give away da Mais Picante e respectiva caixa de comentários hoje apeteceu-me escrever sobre cor de gatos e genética. Porquê? Ora, porque sim, porque eu tenho uma professorinha dentro de mim, uma professora sexy de saia travada, cabelo apanhado, óculos de massa e inteligente comó raio. (Nisto dos blogues, cada um faz o boneco que lhe apetece não é? Pois o meu de hoje é este.) Sim, eu sei que ninguém me incumbiu o sermão, mas hoje deu-me para isto e pelo menos aqui no sítio faço o que me dá na real gana. Tende lá paciência que a emissão normal será retomada dentro de momentos.

(É favor notar que isto está escrito de uma forma simplista e generalista. Agradeço a quem perceba do assunto que me perdoe o abuso de linguagem.)

Ora então, a cor de todos os gatos baseia-se em dois pigmentos primários: o laranja (que em rigor deveria ser "vermelho", mas bom...) e o preto. A estes pigmentos estão associadas várias cores que não serão mais que suas gradações ou diluições (facilmente se percebe o creme e o cinzento como diluições do, respectivamente, laranja e preto). E nesta altura, eu já vos ouço alvoroçados: "E o branco, NM? O braaaanco??"... Calma com o andor que a mãe já vai falar do branco, hã!

Ora pois muito bem, o gene que determina a tal pigmentação primária (laranja ou preto) nos gatos situa-se no cromossoma X. Ora, o cromossoma X é aquele que determina o sexo de cada mamífero: uma fêmea "normal" terá um par de cromossomas X e um macho "normal" terá um cromossoma X e outro Y, sendo sempre o macho quem "decide" o sexo de cada descendente. O gene que determina a tal pigmentação primária tem então duas formas possíveis: laranja ou preto. Um macho preto terá então configuração genética X_pY e um macho laranja uma configuração X_lY. Um fêmea preta será X_pX_p (terá recebido a informação "preto" de ambos os progenitores), uma fêmea laranja será X_lX_l e uma fêmea "tartaruga" laranja e preta será X_lX_p*.

Isto significará que é a mãe quem determina a cor dos descendentes machos: uma fêmea laranja (ou preta) terá filhos machos laranja (ou pretos, resp.). Uma fêmea que tenha o laranja E o preto pode dar à luz machos laranja OU pretos. (Plamordassanta esquecei o branco, aqui "fêmea laranja" deverá ser entendido como "fêmea totalemente laranja" ou "fêmea laranja e branca" - o mesmo para o preto.) Quanto às crias fêmeas: um casal preto (laranja) terá filhas pretas (ou laranja, resp.) e um casal com fêmea "tartaruga" e macho preto terá crias fêmea "tartaruga" ou pretas (ou cor de laranja se o macho também assim o for). Por exemplo, o pai das crias da Picante, salvo seja, será certamente um macho cor de laranja**.

E o branco?, perguntais vós mentes inquietas e ávidas de conhecimento.... Pois que com o branco é toda uma outra história. O branco é determinado por um gene totalmente independente situado nos cromossomas autossómicos (informação genética homóloga para machos e fêmeas) que "mascara" a informação da pigmentação primária contida no cromossoma X. Um indivíduo que, nesse gene que determina o branco B, contenha informação B/B será totalmente branco, um que tenha B/não B terá partes brancas (e a(s) outra(s) cor(es) definidas no cromossoma X) e um não B/não B não terá cor branca (e a cor será definida exclusivamente, pela informação contida no X). Pronto... basicamente, e a grosso modo, é isto que está em causa.

Então, um gato macho terá, no máximo, duas cores sendo uma delas o branco. Uma fêmea terá, no máximo, três cores sendo uma delas o branco. Machos com três cores (branco incluído) são raríssimos, serão inférteis e sofrerão do síndrome de Klinefelter, que também existe no ser humano (machos com mais que um cromossoma X).

Ou seja...

Estes podem ser machos ou fêmeas.


Tal como estes.


Mas estes sabemos que serão fêmeas. 



Resumindo e concluindo, qualquer gato com três cores (incluindo o branco) ou duas cores (excluindo o branco) será uma fêmea.

De nada. 


* Esta configuração é particularmente interessante porque o laranja é dominante face ao preto, pelo que uma fêmea com configuração X_lX_p seria laranja, não fosse o caso de este gene se situar no cromossoma X. A questão é que, apesar de em cada célula de uma fêmea existirem dois cromossomas X, um encontra-se inactivo pelo que, em cada célula, apenas prevalece a informação genética de um deles (o que para o nosso afamado multitasking é um paradoxo jeitoso, é...). Mas pronto, isto não é assim lá muito relevante para a parte prática da coisa.

** Adenda: entusiasmei-me com a escrita e disse asneira. Só saberemos que o pai das crias da Picante (ahahahaahahahahah É que não me canso de dizer isto e nem imaginais o esforço que faço para não mandar nenhuma blogo-piada. Mas eu controlo-me... Nada temeis que eu controlo-me!) se alguma das crias for fêmea. Ou seja nós sabemos que as fêmeas laranja são X_lX_l, pelo que terão de ter recebido informação X_l tanto do pai como da mãe, pelo que o pai seria X_lY e, portanto, laranja. Por outro lado, se forem todos machos, terão todos a configuração X_lY pelo que o pai poderá ter qualquer cor já que essa informação da cor apenas depende do lado materno (um pai envia sempre o seu Y a qualquer cria macho e a cor depende da informação contida no X enviado pela mãe).
Por isso, se o pai das crias da Picante (controla-te NM #527) for laranja, cada gatinho tem igual probabilidade de ser macho ou fêmea, se o pai tiver preto significa que todas as crias são machos.

Adenda 2: Esqueci-me de um caso engraçado: macho preto x fêmea laranja = crias macho laranja ou crias fêmea tartaruga. Da mesma forma: macho laranja x fêmea preto = crias macho preto ou crias fêmea tartaruga.