quarta-feira, 19 de julho de 2017

Nem sei o que me causa mais espécie...

- Se pessoas inteligentes e vividas serem escravas do trabalho, mesmo não se sentindo particularmente felizes no exercício de;

- Se pessoas inteligentes e vividas se aborrerecerem com merdinhas sem jeito nenhum.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Luna is overrated.

O pediatra fez-nos o ultimato da chupeta. Verdade verdadinha que o Baby já praticamente só a usa para dormir mas sempre que está em casa e lhe bota os olhinhos... Zau!! "Pépé" na boca! É aquele saboroso pecado, de quem bem demais sabe que não devia.

Na última ida ao pediatra ele bem ouviu o ralhete, que já não tinha jeito nenhum, que já era um homem e que estava a ficar com os dentes tortos, que tinha de largar aquilo.

Ora, a chupeta que ele tem já é única e é das primeiras que teve (que entretanto com o uso foi crescendo e crescendo e crescendo)... É portanto insubstituível. A outra que tinha rasgou-se (tanto cresceu...), pelo que estamos por dias de resolver a questão por falta de utensílio.

Mas bom... Como estava eu a contar, o Baby bem sabe que a chupeta é proíbida, que só mesmo para adormecer... E, e... Já nem para isso devia ser.

Estávamos nós em casa a curtir um domingo de ronha, quando o vejo entrar no quarto... Ele, de costas para a porta, olha para cima da cama, vê o kit de segurança: chupeta + fralda, julga-se sozinho e... Zau! Chupeta a caminho da boca.

Eu, qual Lucky Luke, faço-lhe um sonoro: A-hã!!, as in "é que nem penses", que o atinge pelas costas...

Ele olha para trás e com a chupeta na mão, encostada à boquinha ainda aberta, diz:

- Eu ia fajê axim...

E começa a massajar os cantos da boca com a chupeta. Eu atónita a olhar para ele sem saber muito bem se desatava às gargalhada ou aos berros, e ele lá seguia com energéticos movimentos circulares... Já na bochecha...

- Bês... axim... Óia!!!

Sempre com precisos movimentos circulares já levava a chupeta na testa:

- axim...  ia fajê axim... E é pexiso fajé na caínha toda... 

Eu olho para ele, com os olhos muito arregalados, a apertar os lábios o mais que conseguia... Por favor criador, não permitais que me desmanche aqui em gargalhadas. Eu não posso. Eu tenho que educar. E ele não pode. Fazei com que eu tenha forças...

Nisto ele olha para mim, pára com a "massagem", e no pináculo da mais pura da sonsice - SON-SI-CE! pura e dura, pergunta a fazer-se de muito sério:

- Puque tás a olhá axim pa mim?! Também faiz mau aos dentinhos fajê axim com a chupeta, faiz?! 

(...)

É tão, mas tão, difícil educar este meu filho...


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Cake Design - Urgências; Alguém conhece?

Vai que amanhã primogénito faz anos!!

Vai que aqui mamãe decidiu dar por finda a sua senda no que ao consumo de cake design diz respeito.

Pronto, finito es! Já dei para esse peditório, pois que já dei. É muito giro, muito fofinho à vista, muito criativo, muito tudo, mas, enfim, passo! Para crianças de boca azul, que permanece azul passado um par de horas, já bem bastou o bolo do último aniversário do Baby.

Vai então que, imbuída no raciocínio supra, resolveu aqui mamãe fazer o bolo da festa.

Mas vai que rico filho de mamãe teve, à última da hora, uma ideia geek mais geek amorosa-mais-amorosa-não-há para a decoração.

E vai que... Sem problema meu bem que aqui mamãe resolve.



Vai que agora mamãe está com muita vergonha do que amanhã tem para apresentar aos convidados...

Com açúcar em pó é que tinha sido, não era?
Tinha recortado os números em papel e a conta ficava em negativo, não era?... Era pois.
Ora, bolas!

quarta-feira, 12 de julho de 2017

"Estou sim?! Olá, viva, é a mãe do Jr., é só para saber se está tudo bem e se posso falar com ele..."

- "Ah sim, sim... (...) Já lho passo..."

- "Obrigada!"

(...)

- "Sim, mãe?!"

- "Olá, meu amor! Então?! Tudo bem? Estás a gostar?"

- "Estou. Muito."

- "Que estavas a fazer?!"

- "Estávamos a ir tomar um cafezinho..."

????!!!!!

Juro que quando o entreguei de manhã ele tinha 6 anos. Seis! Espero bem que não mo devolvam com 22.

Que seria de mim sem o apoio das minhas amigas!!...

O Jr., o meu bebé, quis ir acampar com o Campo de Férias. Eu disponível a ir levá-lo e buscá-lo todos os dias, para vir dormir ao conforto de seu lar, junto de sua querida mãe, e o pequeno cara de catano a dizer que não. Que queria ir e ficar lá dormir, que lhe desse mazé dinheiro para gelados e ficasse sossegada.
Vou falar com as professoras para as pôr a par de tão peregrina ideia do caçula do grupo e vai que elas me dizem que sim, que ele devia ir, what?!! , que tem mais que autonomia, que lhe ia fazer bem.

Pronto, lá foi.
Com 6€ no bolso para desbaratar à vontade.

E agora eu estava para aqui...
A pensar no que estaria ele a fazer, se se estaria divertir, enfim essas coisas...

O título?! Ah, isso...

Há pouco fui ao watsapp e comentei com uma amiga o que se estava a passar. Que o Jr. tinha ido acampar, que ia passar duas noites fora de casa a dormir com os costados no chão e que eu estava com o coração um bocadinho nada apertado.

Ela?!
Ela, qual poço de sensibilidade, responde-me com isto:


Eu mereço!





terça-feira, 11 de julho de 2017

De como eu também quero contar uma história de conversas em linhas paralelas, que por acaso é só uma das maiores vergonhas da minha vida, ou de como dou um rim por uma corrente.

Pois é, minha Palmier... Cá vamos... Sempre de olho aberto à bela da corrente, né?

Eu sei, eu sei que tu me percebes... :)

Ora então, foi assim que aconteceu:

Decorria o ano de dois mil e picos e era esta que vos escreve uma professora estagiária numa qualquer escola do concelho do Porto (e a esta altura a minha amiga I*, que já adivinha o que aí vem, já chora a rir). Pois que éramos quatro estagiárias e tudo corria bem. Dávamo-nos todas bem, a orientadora era uma porreira, planificávamos aulas à beira mar, pedíamos cinco cafés diferentes (curto, chávena fria, três quartos, normal e italiana, acho que era isto) e riamo-nos como umas perdidas sempre que podíamos.

Tudo muito certo, até que num dia de novembro, conta-nos a nossa orientadora, entre risos, que uma auxiliar lhe tinha dito que o grupo de estagiárias desse ano era bem simpático, tirando uma, euzinha!, que era um bocado para o nariz empinado.

Ora... Eu sou tudo menos uma nariz empinado - quer dizer, agora às vezes até sou que há malta que não percebe de outra forma que estar à vontade não é estar à vontadinha, mas à data dos factos não era de todo o caso. Também à data dos factos era eu mais permeável à opinião alheia, sendo que agora sou uma fervorosa adepta do estoumecagandismo; faço o melhor que posso, respeito toda a gente, mas quem não gosta que ponha na borda do prato que eu também não perco um minuto a pensar no assunto.

Pois muito bem, estando eu na sala de fumadores, e recém detentora da informação de alguém me achar a ovelha ronhosa do grupo, levanto-me e dirijo-me à sala dos professores “normal” para ir buscar um café. Estávamos em horário letivo, pelo que tal sala estava praticamente vazia. 

Naquele momento contava animadamente a auxiliar que trabalhava no bar a uma professora "da casa" (i.e. efectiva) que, infelizmente, tinha tido de tirar o "aparelho".

“Ah e tal, tive de tirar o aparelho...”, foi isto que aqui a nariz empinado (infâmia!!!) ouviu.

Ora, eu usei aparelho nos dentes durante dois anos e tinha tirado o dito em julho desse ano.

Para não me acusarem de antipatia, Deus nos livre, longe vá a infâmia, e perante os sorrisos que me receberam resolvi meter-me na conversa, fixando o olhar nos dentes da senhora...

[NM] Mas ó D. Alcina, e a Sra. precisa de aparelho?

[D. Alcina]  Ó menina, então não havia de precisar? Mas a menina faz-me assim tão velha.

[NM, de olhar fixo na dentura da senhora] Não é isso... Mas não me parece que precise, só isso...

(Por acaso nesta altura reparei num estranho silêncio, quiçá indiciador que me devia calar mas bom... “Nariz empinado” é que não...)

[NM] Mas e então?! Teve que tirar o aparelho, foi? Doía-lhe muito?

[D. Alcina]  Não. Doer não doía, mas sangrava muito...

[NM] Ah... Eu também usei, sabe? E no início também me acontecia muito... Falta de fruta, sabe?

(Verdade, verdadinha... No início, aquilo faz muita força nas gengivas e, por falta de vitamina, por falta de fruta, dizia-me o médico, eu sangrava das gengivas. Mas depois comecei a comer muita fruta, frutinha da boa, fiquei com as gengivas fortes e nunca mais sangrei.)

Ainda me ecoava na cabeça o meu diagnóstico de falta de fruta, quando reparo que a professora que desde início falava com a D. Alcina arregala os olhos enquanto dava uma dentada na sua sandes de queijo.

Nisto só ouço...

[D. Alcina] Não faz mal... Continuo a tomar a pílula que também não morre ninguém!!!!

(...)

Pois é...

Eu falava no aparelho dos dentes e no sangramento das gengivas derivado da falta de fruta e a D. Alcina falava no... DIU!!!!

No DIU e no sangramento pelo pipi...

Eu?! O pior desta história é que eu fiquei tão aflita, mas tão aflita, que não consegui dizer nada... Virei costas e fui-me embora. Na minha cabeça um único e exclusivo pensamento: "Falta de fruta, NM??"  

Diz que entrei na sala de fumo branca como a cal.

- O que é que foi??!!, perguntaram-me as minhas colegas.

- Nem queirais saber o que aconteceu..., disse eu.

(...)

As minhas amigas riram-se tanto, tanto, tanto... Pus as quatro a chorar com o riso. Bingo!

Eu?! Eu fui para casa. Super envergonhada, claro.

(...)

Como é que eu sei que era novembro?!

Porque nessa noite foi o magusto da Escola... Porque mal pus um pé dentro do pavilhão, já cheio de professores, só ouvi um “Olha quem chegou...” e uma explosão de gargalhadas.

E foi isto.

domingo, 9 de julho de 2017

Aze(re)da!

Sempre me achei detentora de um optimismo à prova de bala, mas por estes dias...

Ando com a vida virada do avesso, é verdade (não a familiar, graças a todos os santinhos, mas as outras, em que não há dia em que não haja novidades e em que não tenha de me realinhar - umas vezes mais em linha que outras, mas bom...).
Ando cansada, com falta de paciência e de filtro. Talvez seja por isso...

Mas o incêndio; as baratas tontas e o sistema que só funciona quando não é preciso e que teve o amén de todos os governos desde Durão Barroso. Sempre a saber-se que não, que não funcionava! O foi "feito tudo aquilo que se podia ter feito"; os suicídios, quais armas de arremesso político, que, ó infortúnio, afinal não o foram; o assalto de Tancos que é só o 18º (décimo oitavo!!!) assalto do género. As forças (des)armadas;  o ministro da defesa que fala do ocorrido como se tivesse desaparecido material de jardinagem;  o PM de férias e o "Eu é que sou o Presidente da Junta" do MNE. A Cristas aos pulinhos a exigir a demissão de ministros como se isso resolvesse porra alguma. Tudo aos pulos. Tudo aos gritinhos. Tudo numa figurinha de dar dó.  O líder parlamentar do PCP numa manifestação pró Maduro. O exame de Português que não vai ser repetido porque não, porque causaria muito transtorno. (E se tivesse sido no de Biologia que, por sinal, é a específica para Medicina? Acaso a atitude teria sido a mesma? Não. Obviamente que não.) As cativações que não foram feitas em nada de importante, diz o CR das finanças. Em nadíssima de importante. O criador nos livre que nós não andamos aqui a brincar.

"Pá... Emigra! Se estás tão mal emigra."

"E então no incêndio de Londres, quantos morreram?"

"Pá, mas achas que os da direita faziam melhor?"

"Oh pá, querem lá os terroristas saber de nós... Se não arranjassem armas aqui, iam arranjá-las a outro sítio qualquer. Até te digo mais... Ainda bem que não houve rondas, senão tinha havido mortos. Mas não te aflijas que os terroristas não querem saber de nós."

"E então? Estás triste? Anima-te! Viste aquilo da gafe na ementa do casamento do teu presidente? Jasus, que cromos!"

"Emigra!! Sabes quanto ganhavas lá fora?"


"E o Salvador Sobral? tss, tss, ..."



"Mas tu achas que nos outros países não é assim? Olha, os da Venezuela estão bem pior..."

"Soubesses tu como era antes do 25 de abril e andavas aos pulos de felicidade..."



Como? Como é que se sai desta mediocridade?

(...)

(...)

Às vezes dou por mim a pensar que quem me dera conseguir alinhar no: 

Q'sa f@da... Deixa arder, que o meu pai é bombeiro!

(...)

Mas não. Não consigo.

Adenda: Foram demitidos três secretários de Estado. Um ano depois da polémica lá de umas viagens ao Euro. Um ano depois. Diz que eles andavam a pedir muito para sair, e claro que ninguém pode manter ninguém contra vontade em cargos tão importantes. ... "Pá"...  Isto não pode ser o atirar de ossos mal roídos à oposição, pois não? Pois claro que não... "Pá," desisto!

É bom para ir aos figos, é sim senhora.


Por outro lado, para ir aos morangos...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Errado!


4 iogurtes = 0,85€; Leve 8, pague 7 = 1,65€

Ou o pack de quatro custa 0,94€.
Ou o pack de oito custa 1,49€.
Ou a embalagem diz LEVE 8 PAGUE 7,76.

Assim como está é só uma aldrabice.

* É uma ninharia, pois claro que é. É o princípio subjacente (ou a falta de) que me tira do sério.

domingo, 2 de julho de 2017

"Pássito à pássito, suábe, suábessito..."

Já no início da semana o Jr. me havia dito que tinha ganho um concurso de dança, ao som do "pássito-pássito" (?)... Não liguei. Quer dizer, ligar liguei, ainda parei dois segundos a pensar que raio seria aquilo do "pássito-pássito" mas dando andamento à minha caótica vida... Enfim... Siga para bingo, que nada há de ser nada e agora não tenho vagar. 

Acabei de encontrar o repetidor de internet que tanta falta me tem feito desde há duas semanas, e em busca do qual já revirei a casa toda, no fundo da mochila da piscina do miúdo. Tudo bem... Siga!

Mas dizia eu, hoje a criança estava a brincar muito sossegada e lá cantarolava o "Pássito à pássito, suábe, suábessito" que lhe ouvi a semana inteira. Até o pequenito já acompanhava... 
Não foi tarde nem cedo... 
Zau! 
Fui pesquisar. 

Maldita, mal-di-ta, a hora.
Mil vezes viver na ignorância que eu não tenho arcaboiço para isto.



Acredito que já toda a gente tenha ouvido esta trampa... Acredito muito bem que sim.

Mas eu cá, alienada social confessa, não conhecia e estou chocada. 
Sete anos da minha vida a investir na cultura musical da criança e ela nos momentos de descontração canta-me o "Pássito à pássito, suábe, suábessito..."??? Uma criança que com três anos trauteava Johnny Cash... "because you're mine I walk the line"...  E via em repeat concertos dos Pearl Jam? E agora... "Pássito à pássito, suábe, suábessito..."???

Ai.... 
Ai que não me estou a sentir nada bem...