domingo, 9 de julho de 2017

Aze(re)da!

Sempre me achei detentora de um optimismo à prova de bala, mas por estes dias...

Ando com a vida virada do avesso, é verdade (não a familiar, graças a todos os santinhos, mas as outras, em que não há dia em que não haja novidades e em que não tenha de me realinhar - umas vezes mais em linha que outras, mas bom...).
Ando cansada, com falta de paciência e de filtro. Talvez seja por isso...

Mas o incêndio; as baratas tontas e o sistema que só funciona quando não é preciso e que teve o amén de todos os governos desde Durão Barroso. Sempre a saber-se que não, que não funcionava! O foi "feito tudo aquilo que se podia ter feito"; os suicídios, quais armas de arremesso político, que, ó infortúnio, afinal não o foram; o assalto de Tancos que é só o 18º (décimo oitavo!!!) assalto do género. As forças (des)armadas;  o ministro da defesa que fala do ocorrido como se tivesse desaparecido material de jardinagem;  o PM de férias e o "Eu é que sou o Presidente da Junta" do MNE. A Cristas aos pulinhos a exigir a demissão de ministros como se isso resolvesse porra alguma. Tudo aos pulos. Tudo aos gritinhos. Tudo numa figurinha de dar dó.  O líder parlamentar do PCP numa manifestação pró Maduro. O exame de Português que não vai ser repetido porque não, porque causaria muito transtorno. (E se tivesse sido no de Biologia que, por sinal, é a específica para Medicina? Acaso a atitude teria sido a mesma? Não. Obviamente que não.) As cativações que não foram feitas em nada de importante, diz o CR das finanças. Em nadíssima de importante. O criador nos livre que nós não andamos aqui a brincar.

"Pá... Emigra! Se estás tão mal emigra."

"E então no incêndio de Londres, quantos morreram?"

"Pá, mas achas que os da direita faziam melhor?"

"Oh pá, querem lá os terroristas saber de nós... Se não arranjassem armas aqui, iam arranjá-las a outro sítio qualquer. Até te digo mais... Ainda bem que não houve rondas, senão tinha havido mortos. Mas não te aflijas que os terroristas não querem saber de nós."

"E então? Estás triste? Anima-te! Viste aquilo da gafe na ementa do casamento do teu presidente? Jasus, que cromos!"

"Emigra!! Sabes quanto ganhavas lá fora?"


"E o Salvador Sobral? tss, tss, ..."



"Mas tu achas que nos outros países não é assim? Olha, os da Venezuela estão bem pior..."

"Soubesses tu como era antes do 25 de abril e andavas aos pulos de felicidade..."



Como? Como é que se sai desta mediocridade?

(...)

(...)

Às vezes dou por mim a pensar que quem me dera conseguir alinhar no: 

Q'sa f@da... Deixa arder, que o meu pai é bombeiro!

(...)

Mas não. Não consigo.

Adenda: Foram demitidos três secretários de Estado. Um ano depois da polémica lá de umas viagens ao Euro. Um ano depois. Diz que eles andavam a pedir muito para sair, e claro que ninguém pode manter ninguém contra vontade em cargos tão importantes. ... "Pá"...  Isto não pode ser o atirar de ossos mal roídos à oposição, pois não? Pois claro que não... "Pá," desisto!

4 comentários:

  1. Fazendo tudo o que fizermos de forma sublime. Seja cozinhar o jantar, escrever um blog ou abraçar a mãe.

    E não ter vergonha quando os outros nos dizem que não há necessidade de ser sublime.

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    1. Oh PMS, falemos sério. Que adianta ao país (abusivamente falando claro) ter gente a entregar-se de corpo e alma, a fazer o melhor que sabe e mais do que consegue, se esses nunca chegam a lugares de decisão porque esses são os que normalmente se recusam a lamber rabos?
      Adiantar adianta, claro que adianta. Mas sermos governados por idiotas egoístas, ver a premiação da mediocridade em base diária frustra e só deixa uma escolha aos capazes que é porem-se a andar pelo para onde não lhes pese tanto o desbaratar de recursos (nem que seja de massa crítica)...

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  2. Querida NM, adianta ao país ter mulheres que cuidam e amam os seus filhos, que gostam de fazer contas e verificar as promoções do supermercado, que têm um blog que põe gente bem-disposta, que levantam questões pertinentes. Isto como exemplo.
    Se fizermos o nosso metro quadrado florir, adianta.
    Mas claro que te compreendo. :-)

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    1. Obrigada Susana. :)

      Frustra-me tanto a premiação da mediocridade e do lambe botismo...

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