sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Não, não é um história de amor...

Ela matemática, impoluta no rigor e formalismo. Ele das ciências experimentais a querer ver os seus problemas resolvidos, apenas com um rigor realista, não necessariamente absoluto. Ela era nova na casa e na vida. Ele era prata da casa e da vida. 

Ela tinha de adquirir novas competências - ali toda a gente crescia, sem direito a opção. Ele deu-lhe a escolher: laboratório ou computadores. Ela sorriu e disse que preferia não fazer o trabalho sujo, que, a ter que cometer crimes, preferia ficar com os de colarinho branco. Foi para os computadores. 

No primeiro trabalho que ela lhe apresenta, ele pergunta-lhe se não podiam ali ser feitas simplificações, que o erro que daí resultaria seriam "cagagésimos". Ela finge-se incomodada e pergunta, com cara séria, qual a ordem de grandeza de um "cagagésimo". Ele olha-a nos olhos a tentar perceber. Ela esboça um sorriso. Nesse preciso momento ele percebe-a e responde-lhe, sem hesitar, "Ora essa, então? Um cagagésimo é da mesma ordem de grandeza de um pentilhésimo". Ele a ela desataram à gargalhada. Ele e ela com a certeza que aquilo ia correr bem. E correu. 

Passaram-se anos. Ela, madura e competente, segura do seu valor, quis sair da que já era zona de conforto, queria crescer (afinal ele ensinara-lhe que não havia opção). Ele sem meios para a impedir e incomodado (sem fingimentos mas sem hard feelings) deixou-a ir. Passaram-se anos. Mal teve oportunidade ele lembrou-se dela. Melhor salário. Melhor posição. Boa filha à casa tornou.

Quis o destino que o primeiro dia dela coincidisse com uma reunião importante, com um estrangeiro sisudo a pedir um trabalho importante, pago a um peso importante. Ele fez questão que ela se sentasse a seu lado. Falava o estrangeiro que era preciso computar "gazillions of information" (algo como "quadrilhões de informação" em português). Ele, experimentalista e sem saber que unidade era aquela, escreve num papel que lhe mostra por baixo da mesa: "gazillion = ?". Lembrando aquilo que ocorrera há seis ou sete anos, ela escreve-lhe de volta: "gazillion = 1 / pentilhésimo". Ele lê, tosse, põe a mão em frente à boca, respira fundo, endireita-se na cadeira e não a volta a fitar. 

(...)

A reunião acaba... Levam o estrangeiro sisudo almoçar e de seguida para o aeroporto.

(...)

Mal lhe é permitido eles fitam-se. Explodem num ataque de riso, daqueles que fazem doer os abdominais. 

- "Foda-se, continuas muito parva tu..."

- "E tu? Continuas tão emocional como um calhau... Deusmalivre que esforço... Estava a ver que rebentava.... O tipo não se apercebeu, pois não? Fazemos aquilo com uma perna às costas, não fazemos?"

- "A sério, não voltes a falar para mim hoje..."

- "Ooooohhhh... O calhau amuou..."

terça-feira, 30 de setembro de 2014

É que fica plasmado a olhar*...


* Por acaso até é um LCD mas o título fica mais giro assim.

** Sim, 7 meses... Não me aborreçam, hã!!



Googlei e não encontrei... Será que existe?

Nestes últimos dias a minha vida tem sido um filme que nem vos digo nem vos conto, mas bom, o que não nos mata torna-nos mais forte, e o que está feito feito está, e melhores dias virão, e antes ter muito trabalho que não ter nenhum, e para a família temos de ter sempre tempo que é o que se leva desta vida, e os meninos não têm culpa do stress que é a minha vida, e queixo-me de barriga cheia porque há muito quem queira ter filhos e família e amigos sempre em casa e não pode nem tem isso da família e amigos lá em casa porque desarrumam muito e depois não têm empregada nem aspiração central, e com esta crise tens sorte é em ter trabalho, e por isso não te queixes nem sejas mandriona e levanta mazé o rabo da cama que quatro horas de sono é mais que suficiente, e antigamente é que era que nem água quente tinham e tudo e tudo e tudo... Eu sei, eu sei... Eu sei disso tudo...

Mas, queria eu dizer, e antes que me esqueça do que me trouxe aqui, que há uma expressão que eu ouço desde sempre e que utilizo frequentemente quando a vida se me põe em velocidade turbo, que é: 

"Se soubesses da minha vida, andavas a pedir [esmola] para mim."

E eu digo isto tantas e tantas vezes... Ouvi (e ouço) isto da boca do meu pai, sempre em jeito de piada, tantas e tantas vezes... Ontem lembrei-me de googlar a expressão... Não encontrei nada. Fiquei deveras preocupada.

E tu NM? Que fazes, que andas tão calada?...

De momento já só quero que as meninges não me comecem a sangrar....



Já é tarde comó c*ralh@, não é? Já estais todos no ronco, não é? Só eu é que estou aqui a desgastar a minha beleza com um trabalho desgastante comó raio (mesmo para uma mente brilhante como a minha) para depois ir gastar 30 contos ou lá quanto é, lá na Luna ou lá o que é, não é? Pois... Bem me parecia!!

E vós sabeis lá, sabeis lá a minha vida...


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Agora até escrevia sobre como o meu bebé tem o rabinho assado...

Sobre como suspeito que tenha sido da vitela que lhe introduzi na sopa ou de uma fruta de compra que lhe dei, sobre como alguma coisa lhe pôs o cocó um pouco para o liquefeito, sobre como o Cicalfate da Avéne é um creme bem competente, sobre como já me é díficil limpá-lo com águas correntes, sobre como me ligaram do infantário a dizer que vão tentar tê-lo "à fresca", sobre como aquilo lhe deve arder caraças...

O problema? Temo aborrecer-vos envergonhar-vos...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A propósito disso de não haver Super-Heróis se não houver vilões...

Bem sabeis que a investigação médica/farmacêutica movimenta zetabyttes de dinheiro e emprega milhões de pessoas por todo o Mundo... 

Fiquei então a pensar se, numa qualquer instituição de investigação do cancro, se descobrisse uma cura milagrosa para a doença... Se se descobrisse algo financeiramente comportável (barato, até) que numa toma única curasse todo e qualquer tipo de tumor... Se assim, como que num passe de mágica, se pudesse irradicar o cancro da face da Terra como que do dia para a noite... 

Estava para aqui a pensar se esse milagre da ciência veria a luz do dia...

A minha cria tem tanta graça quanto a tua #26

Ontem à noite depois de lhe ler o Aladino...

[NM] E tu? Se pudesses escolher três desejos para o Génio da Lâmpada te realizar quais escolhias?

[Jr.] Hum... Pedia-lhe os bonecos do Doom e do Cyclops que o pai diz que são muito difíceis de arranjar...

[NM] Sim... Mais?

[Jr.] Pedia para eu mesmo ser um Super-Herói...

[NM] Muito bem... E por último...

(silêncio)

[Jr.] Hum... Pedia para haver vilões porque senão eu não tinha nada para fazer!

(...)

Faz sentido!