terça-feira, 21 de junho de 2016

É por estas e por outras que este é um blogue sobre criancinhas. É que escrever para além disso mexe-me profundamente com os nervos e eu, enfim, não me posso enervar.

Quando ouço falar na CGD, há um e um só nome que, qual reflexo pavloviano, se me alumia no cérebro: Armando Vara.

E porquê?

Porque na minha cabeça personifica o que de mais podre há na nossa democracia. Porque Armando Vara pode perceber de muita coisa, nomeadamente de relações interpessoais, de salpicões e de lagares de azeite, mas de economia e gestão financeira não percebe nada. Zero. Zerinho. Rien de rien. Não tem formação académica, nem profissional, nem pessoal. Nada ali justifica os altos cargos que ocupou durante 7 anos, dos quais os 3 últimos de Administrador, na CGD. Isso mesmo, de fundador de um jornal regional no interior, a deputado, a secretário de estado, a ministro da Juventude e do Desporto, a diretor da CGD e daí, num pulinho, a Administrador do, provavelmente, maior banco português, que calha, oh coincidência!, de ser o único banco público. 

O Armando Vara a quem se conhece a proeza de ter concluído uma pós-graduação ainda antes de ter concluído a licenciatura... (Não é espetacular?) Licenciatura essa que concluiu na Universidade Independente (oh coincidência!) três dias antes de ser nomedo administrador da CGD (oh coincidência!). O mesmo Armando Vara que validou o empréstimo de mil milhões de euros (sim, 9 zeros) a Berardo para este comprar parte do BCP aceitando como garantia bancária ações do próprio banco (Oi?!). Isto aconteceu aos olhos de toda a gente... E após isso, coincidência das coincidências, Armanda Vara sai da CGD para ter assento no Conselho de Administração do BCP. (Hã?) Assim mesmo, à descarada, do nada - do NADA, passou a ser personagem disputada na banca, com pensões vitalícias garantidas.

A CGD é assim como que a cereja no topo do bolo, o pote de ouro no fim do arco-íris aonde vai parar a malta do sistema. E não, obviamente que isto não é exclusivo do PS. Todos os governos lhe deram esse uso. Todos. Até a Celeste Cardona (hã?) teve a seu tempo direito a assento no Conselho de Administração. E é por isto que anda tudo tão nervosinho... Esta história de se mexer no historial da gestão da CGD não interessa a ninguém da política. Agora, e depois do choque inicial, andam todos de peito feito... Ai, ai, que se fiscalize, que se escrutine, que se avalie se a administração sadia e cautelosa da CGD foi assegurada ao longo destes anos... Mas estou convencida que é tudo fachada, anda é tudo bem aflitinho que se vá mexer na porcaria. Os créditos de risco da CGD não são surpresa para ninguém... A maior parte deles foram falados publicamente. Todos têm o rabo preso nesta história e a ninguém interessa que se esmiuce o que se passou/passa na CGD.

E agora? Agora saem mais 4 mil milhões de euros do erário público para tapar mais um buraco porque sapateiros mestres no tráfico de influências e no faz-favor-a-este-e-àquele-que-mais-tarde-logo-se-cobram foram, do nada, colocados aos comandos de um Boeing 747.

E depois... 
"Aaaahhh... Olha que surpresa!... Deu merda! Ora, bolas! É preciso ver o que se passou..." 

2 comentários:

  1. Durante o meu estágio académico num órgão nacional soube a história por detrás da ascensão do senhor Vara. Confirma-se o pior. Um corrupto chantagista.

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  2. O que me aflige é que ninguém vai preso. Se fosse um desgraçado que tivesse roubado pão para alimentar os filhos ia preso num piscar de olhos. E a estes mamões nada acontece. Isto devia ser como na Islandia, aí não há pão para malucos, ia tudo preso!!

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