terça-feira, 29 de setembro de 2015

As maravilhas da maternidade numa descida de elevador...

[Jr., muito encostado à "parede" do elevador]

[NM] De que te ris, artista?

[Jr.]

[NM] Ui... Coisa boa não é...

[Jr.]

[NM] Então???!!!?

[Jr.]
... A sério que não vos cheira a nada??!!!

Há aquelas pessoas que têm em casa um stock de latas de conserva para o caso de um dia acontecer alguma catástrofe ou assim....

E depois há aquelas que um dia decidem pôr ordem nas drogarias da despensa e se deparam com um stock de 423 (quatrocentas-e-vinte-e-três!) doses de detergente da roupa, certamente para o caso de um  dia... Pois. Não sei.

Pronto... Já começaram os enganos na entrega da correspondência...

 
Isto das privatizações, realmente...

domingo, 27 de setembro de 2015

As fotografias preferidas do Jr....

São aquelas em que...


"Ui.... Nesta é que se vê mesmo que sou tão rápido como o Flash... Ui... Viste? Nem me conseguiste apanhar..."

Ui, que es-pe-tá-cu-lo!...

Não sei porquê mas de repente lembrei-me daquilo do "Mãe, olha eu sem mãos! Mãe, olha eu sem pés!..."


As maravilhas da maternidade em duas deixas.

- Sschhhh... Escuta... É o Baby a chorar?

- Não. É o carro dos bombeiros.

Como explorar turistas?

A STCP e a Metro do Porto explicam.

Tanto para o Funicular dos Guindais como para a rede de eléctricos, servem como títulos de viagem os passes mensais do andante mas não os títulos diários. Ou seja, em vez de se pagar 1,20€ para se circular durante 1 hora, não... Paga-se 2,50€ se se quiser up e outros 2,50€ se se quiser down (ou se se morar na Ribeira e se quiser ir à Batalha comprar botões e não se tiver passe). 

Por outro lado, se se tiver uma assinatura mensal do andante é só entrar e pode-se estar ali up-down-up-down-up-down como se não houvese amanhã... 

Enfim, não me parece bem.



Por mim tudo bem, carago!*

Numa esplanada (muito) grande, numa praça turística e icónica da cidade...

Cinco adultos e quatro crianças (2 meses, 1, 2 e 5 anos) sentam-se para almoçar.

- Já escolheram?

- Sim, era x, y e z.. (...)  E mais duas sopas para eles [os de 1 e 2 anos]...

- Ah... Sopa ainda não temos...

- Não?! E a que hora fazem?

- Não, não... Não percebeu... Não temos sopa.

- Mas vem na carta...

- Pois, peço desculpa, mas não temos...

- Mas, desculpe, porque é que disse que "ainda" não têm?

- Porque no Verão não fazemos sopa...

- Mas já estamos no Outono...

- Pois, mas ainda não temos... É que sabe, a nossa cozinha é muito pequena e para fazer sopa temos de deixar de fazer outra coisa qualquer e ainda não decidimos o quê.

- Hum... Está bem... Olhe traga-me então um pratinho com arroz branco...

- Pois, mas nós não servimos arroz...

- Não servem arroz??!!

- Não... Ocupa muito espaço na cozinha e nem toda a gente quer... Mas olhe, hoje fizeram arroz para o nosso almoço... Vou falar lá dentro a ver se sobrou um bocadinho para o menino...

(...)

- Desculpe... Já limparam tudo... Já não há arroz. Elas limpam logo por causa do espaço...

- Hum... E então o que é que tem assim mais limpinho para ele [o Baby] comer?

- Hum...Pois... Não estou assim a ver não... Olhe, espere aí... Está a ver aquele restaurante? Quer que eu vá lá buscar duas sopas para os meninos?

- Se nos fizesse esse favor...

- Espere aí que eu vou lá falar com eles... Que sopa quer?

- Um sopa de legumes normal está bom... Tem é de ser passada.

(...)

- Olhe, desculpe mas eles só têm caldo verde... Eles dizem é que se quiser, eles tiram um com menos couves e passam.

- Pois.. Pode ser então...

- São 2€ cada, se fizer então o favor...

(...)

- Pronto, aqui estão as sopinhas... Mas olhe, afinal são 2,50€... Outro dia eles levaram-me 2€ mas foi por eu ser aqui colega e vizinha, sabe? Eu pedi na mesma porque achei que não ia ser por isso que a senhora não ia querer... Aqui tem o recibinho...

- Sim, sim... Aqui tem mais 1€ então... Obrigada, sim?

(...)

Lá comemos e tal, tudo normal e na paz do Senhor.
Hora da sobremesa. Tinha-lhe prometido um gelado ao Jr. ainda durante a manhã...

- Ah pois, mas gelados não temos...

- Não têm gelados??!

- Não... As arcas são enormes.. É mesmo impossível... Mas está a ver ali aquela esplanada da esquina? Ali têm... Em dois minutos vai e vem... É que de sobremesa hoje não temos assim nada...

(...)

Se fiquei aborrecida com eles? Não. Claro que não. Muito pelo contrário, A verdade é que foram tão prestáveis e tão, enfim, boa onda que me tinham pedido desculpa por afinal o prato de bacalhau vir só com batatas porque, enfim, não tinham espaço na sua pequena cozinha para o tal do bacalhau que por mim tudo bem.

* Ou de como todo o burro come palha, só é preciso saber-lha dar.

sábado, 26 de setembro de 2015

Por outro lado, a minha semana foi ma-ra-vi-lho-sa.

Imaginai uma semana em que, logo a Domingo,  não estais a ver onde poderíeis ir desencantar espaço na agenda para mais um feijão que vos surgisse de repente.
Pronto. 
Agora somai-lhe uma gastroenterite a multiplicar por quatro. 
Pronto. Foi isso.

Por acaso... Foi um bom Sábado.*

Até ver, claro!












* Ora atentai... (A dar aos canivetes hã! Jr. incluído, assim com um terço do caminho nos costados do pai vá...) 
Estação de Metro da Trindade -> Aliados -> São Bento -> Rua das flores -> Ribeira -> Funicular dos Guindais -> Sé Catedral -> Ponte D. Luís -> Serra do Pilar -> Ponte D. Luís -> Batalha -> Santa Catarina -> Estação de Metro do Bolhão. 
Estamos que não nos sentimos, mas tudo bem!  

sábado, 19 de setembro de 2015

Dos estudos estatísticos.

X: Eles usam camisa branca.
Y: Eu fico com dor de pés.


Se eu fizesse um estudo estatístico para relacionar X e Y, concluiria uma correlação positiva, que num estalar de dedos transformaria num categórico X => Y, que é como quem diz "Se eles usam camisa branca então eu fico com dores de pés", ou, equivalentemente, "Se eu não fico com dores de pés então eles não usam camisa branca."

Claro que isto é estúpido, claro que eu só fico com dores de pés porque uso sapatos de salto alto (o que acontece maioritariamente em festa). Só por isso. 

Mas bom... Isso é um pequeno pormenor para quem quer "provar" que as dores de pés das mulheres dependem da cor da camisa dos homens do respectivo agregado familiar.

Habemus cristão!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ainda do baptizado...

O bolo, por exemplo. 

Ora, fosse eu uma super-mummy-blogger e, depois de uma aturada pesquisa no facebook, já há mais de três meses que teria seleccionado uma cake designer ma-ra-vi-lho-sa ("a melhor do Mundo", escreveria eu então no meu super-mummy-blog). Depois de uma frenética troca de emails com dezenas de imagens do Pinterest já teria na calha um bolo top-top-top, que é como quem diz, tri-top!... The ultimate baptizado cake, que seria fotografado 597 vezes: 345 durante a sua confeção, 120 depois de terminado e as restantes (é só fazer as contas) depois de me chegar às mãos. Tal pináculo da pastelaria criativa seria então partilhado com o Mundo em 15 contas diferentes nas mais diversas redes sociais. Aplausos... Muitos aplausos seriam então expectáveis e desejáveis, esperados e desejados... 
Super-mummy-blogger e face-cake-designer trocariam então um high five virtual... "Oh yeh!" Tinham conseguido... Ambas as duas!

Mas não.

O que aconteceu é que na pastelaria do costume, ao pagar o café do costume:

- Oh Sra. Dona Maria dos Bolos, fazem-me para Sábado o bolo de baptizado do Baby?

- Ai que bom... Claro que sim menina... Como vai querer?

- Assim simples e clássico. O que me fizeram para o Jr. estava muito bonito. Era retangular. E branco. Veja lá... Como lhe parecer melhor... Mas assim simples... E clássico!

- Muito bem. Quantas pessoas?

(...)

Só vos digo... 

Se quem manda nos desígnios disto tudo mede as competências maternais pelos esforços dispendidos no foto-planejamento das memórias familiares bem tramadinha que estou...

No que é que dispendo os meus esforços? Nos meus filhos... Efectivamente nos meus filhos! Confio na memória deles.

Vamos supor que fazeis assim uma espécie de voluntariado....

Mas é um voluntariado assim a dar para o esquisito já que implica a assinatura anual de um contrato e uma carrada de deveres no exercício da actividade fulcral de uma instituição pública. Já direitos... Pois!

Agora imaginai que sois voluntários nestas condições um ano, dois anos, três anos... Mas até nem vos custa porque até tirais prazer daquilo que fazeis e nem dispendeis assim tanto do vosso tempo. Mas depois já são quatro anos, cinco anos, seis anos... Vira o disco e toca o mesmo, mas tudo bem que a vós nada vos custa, que isto quem corre por gosto não cansa.

Mas um belo dia... Um belo dia parais para pensar e de repente quase ficais com vontade de fazer cocó nas mãos quando dais conta que o vosso prazer e boa vontade está somente a olear um esquema pouco menos que esclavagista.

(...)

Suponde agora que num dia ao fim da tarde recebeis um email para vos dirigirdes lá ao sítio onde voluntariais para assinar o tal contrato por mais um ano. Tal carta vem com carácter de urgência. Diz que tendes de ir lá no dia seguinte (a sublinhado e a negrito) num determinado período de duas horas senão... 
...
...
Senão... 
...
...
Oh diacho, quereis lá ver que se não fordes lá a correr, a correr, assinar o tal do papelacho... 
...
Quereis lá ver que não vos pagam?... 
...
Oh, wait...

Aprendi hoje...

Que os falcões têm a cauda em V e as águias em  U (mas um U muito achatado e aberto, hã!).

De nada.

Se não for assim não mateis o mensageiro... Quem mo disse fê-lo com cara muito séria e olhar semicerrado enquanto perscrutava os céus, por isso deve ser verdade.

domingo, 13 de setembro de 2015

Não há de ser nada #2

Vou baptizar o miúdo mais novo no próximo fim de semana. 

Ainda não sei onde vou levar as pessoas a almoçar. Nem outras quantas coisas... 

(...)

Mas já sei uma data de outras coisas e é nisso que me foco neste momento. Já sei, p. ex., quem vão ser os padrinhos...

Era bem pior se ainda não soubesse quem iam ser os padrinhos, pois então não era? Era pois... 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Porque o meu blogue é o vosso blogue...

A propósito disto e da proposta indecente que fiz na caixa de comentários à Anônimo10 de setembro de 2015 17:53

Eis o que recebi no meu email.

"
Com uma proposta tão irrecusável da NM para divulgar a minha “causa”, por conta de uma saudável troca de opiniões ligeiramente divergentes sobre a moda da dieta sem glúten, estou aqui sem saber bem onde me situar. Sei que, felizmente, o meu filho mais velho é celíaco e digo-o assim porque temos um diagnóstico e sabemos como mantê-lo saudável.

Milhares doutros não tiveram esta sorte: sentem-se mal desde sempre ou de há alguns anos para cá, já correram vários médicos, mas o diagnóstico que os aliviaria permanentemente não chega. Alguns até fizeram rastreio para doença celíaca que veio negativo, mas num golpe do destino, decidiram fazer na mesma a dieta sem glúten e recuperaram a saúde. São os tais sensíveis-ao-glúten-mas-que-não-são-celíacos.

Não são os que fazem a dieta porque um amigo/naturopata/a internet lhes disse que esta fazia emagrecer ou lhes iria curar todos os males de saúde que os afligiam, incluindo calos e fungos nas unhas. Estes são os mesmos que vão a um restaurante, fazem mil e uma perguntas sobre o menú “porque fazem dieta sem glúten” e, depois, pedem uma “uma fatia pequenina de bolo de bolacha que está mesmo ali a piscar-me o olho”. Por causa desses, há empregados de restaurante que me perguntam se a dieta do meu filho é mesmo a sério…

Por outro lado, é por causa desses que a indústria alimentar oferece, hoje em dia, várias opções em produtos sem glúten, porque antes desta moda íamos todos os meses a Espanha abastecer a despesa- havia aí mais produtos e mais baratos (ainda me hão-de explicar como é que as pessoas aderem a uma dieta da moda em que um pacote de bolachas de 120 gramas custa, em média, três euros, e um quilo de farinha para fazer o bendito pão à volta de cinco euros? Sem haver necessidade médica?)

Esta panóplia de produtos não apareceu só para satisfazer os celíacos que representam, pela prevalência actual, cerca de 1% da população (o que é, mesmo assim, uma prevalência alta para uma doença). E destes cerca de 90 a 100 mil portugueses com doença celíaca existem apenas 10 a 15 mil diagnosticados. Voltamos ao meu ponto inicial: a sorte do meu filho em ser celíaco e em ter sido diagnosticado aos dois anos, antes que a doença lhe pudesse causar danos irreversíveis: um celíaco diagnosticado depois dos 20 anos tem mais 34% de probabilidade de desenvolver outra doença auto-imune e um celíaco por diagnosticar tem um risco 2,81 maior de ocorrência de linfoma.

E vejam lá a grande sorte do meu filho que foi o Dr. Google que lhe fez o diagnóstico. A pediatra recusava, contra todas as evidências, que o meu filho pudesse ter doença celíaca, uma coisa tão rara, imaginem lá… Armada com a informação certa, obtida nos sites certos (é preciso filtrar a informação que circula na Net) só parei quando lhe fizeram a biópsia que confirmou o diagnóstico. Infelizmente, os médicos não estão muito actualizados em relação à doença celíaca (já nem falo da sensibilidade ao glúten que, para muitos doutores, não passa, lá está, de uma dieta da moda). Foi também com a ajuda do Dr. Google que argumentei no hospital onde o meu pai, sofredor de longa data de problemas típicos de doença celíaca, fez uma biópsia erroneamente avaliada: a reavaliação das amostras confirmou o diagnóstico.


Contudo, se o Dr. Google vos diz que a dieta sem glúten é que é boa e vocês até têm alguns dos sintomas de condições associadas ao glúten, por favor, façam primeiro o devido rastreio para doença celíaca e alergia ao trigo e, se necessário, depois testem a dieta. Façam o devido percurso, evitem meios diagnósticos e meias dietas em que se pode comer “só um bocadinho” e que não levam a nada. A dieta sem glúten pode não ser a última coca-cola no deserto para todos, mas para alguns é-o com certeza.

"

E não é tão bom ter um blogue?

Não há de ser nada...

Há cinco dias que ando a tomar anti histamínicos a julgar que estou a tomar a pílula.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Das modas, da sensibilidade ao glúten e de como posso tardar mas não falho.

A propósito disto (um post pateta sem qualquer tipo de pretensão, mas já que falamos disso...) e deste comentário em particular.

"
Bem, por onde começar? Essa notícia é de 2014, já apareceram outros estudos a desacreditar esse e, como bem sabe, as verdades científicas não se fazem com um único estudo de 37 pessoas e com falhas na sua execução. Há cada vez mais evidências que o espectro de problemas derivados do glúten não se esgotam na doença celíaca. Cá em casa, temos um celíaco e duas pessoas com exames negativos, mas que tiveram resolução de sintomas com a dieta isenta de glúten.
"

Ora bem, começando pelo início, e para quem não esteja familiarizado com o assunto.  

Chama-se "glúten" a um tipo de proteínas existente em cereais como o trigo, a cevada, ou o centeio, e que obviamente estão presentes numa enorme panóplia de alimentos como seja no pão, nas massas, nos bolos e em tudo que leve farinha (nalguns gelados inclusivamente) e em todos os outros produtos obtidos a partir daqueles cereais (como a cerveja, por exemplo). 

Por outro lado, a doença celíaca é uma desordem autoimune que leva a que o gluten danifique as paredes do intestino delgado (comprometendo assim a absorção dos nutrientes) e que pode conduzir a doenças como a anemia e a osteoporose. A doença celíaca tem predisposição hereditária crendo-se que a prevalência na populacão mundial seja de 1 em 100, elevando-se esta proporção para 1 em 10 para pessoas com familiares de primeiro grau afectados.

Em princípio apenas as pessoas portadoras da doença celíaca ou as alérgicas ao glúten (crê-se que estas existam numa porporção de 1 para 1000 e mais comummente nas crianças) estariam "proibidas" de ingerir glúten, sendo que ambos os casos são analiticamente diagnosticáveis, quer por análises ao sangue, quer (no primeiro caso) por intermédio de uma biopsia.

Nada então contra o glúten até que em 2011 foi publicado um estudo sugerindo que pessoas não portadoras da doença celíaca, nem alérgicas, podem ver os seus problemas gastrointestinais aliviados quando sujeitas a uma dieta isenta de glúten. Esse (pequeno) estudo recorreu a 34 (trinta e quatro!) pacientes e concluiu grosseiramente que "Non-celiac gluten intolerance" may exist", but no clues to the mechanism were elucidated.", mas foi o suficiente para espoletar um mercado de biliões de dólares de alimentação "gluten free", com 30% dos estadunidenses a quererem reduzir ou eliminar o glúten das suas dietas por acreditarem que dessa forma beneficiariam a sua saúde.

Em 2013 (há dois anos, portanto, e não um) o mesmo autor publica na Gastroenterology* um estudo onde não consegue estabelecer correlação entre o alívio de sintomas gastrointestinais em pessoas auto-diagnosticadas como sensíveis ao glúten e a isenção de glúten nas dietas. Um estudo maior e posterior realizado recorrendo já a 463 pessoas auto-diagnosticadas com sensilbilidade ao glúten sugere que a proporção de pessoas sem doença celíaca mas com sensibilidade ao glúten seja de 1 em 100 (muito longe dos 30%). Em ambos os casos é referida a dificuldade em perceber onde pára a sensibilidade ao glúten e começa o efeito placebo.

Importa no entanto salientar, e indo de encontro ao que a Be referiu, que há estudos que apontam para uma muito maior prevalência desta sensibilidade alimentar em casos de autismo e esquizofrenia, por exemplo.

Tudo isto para dizer o quê?

Para dizer que fora das ciências exactas isso das "verdades científicas" é uma impossibilidade teórica, ainda que frequentemente vendida por cientistas com pretensões a caminhar sobre a água e por empresas comprometidas com o vil metal. É um lugar comum mas a verdade é que "o que é hoje não é amanhã" e assim se faz ciência (e progressos brutais nas ciências da saúde, mas há que assumir que se anda um bocado às apalpadelas até porque nem há outra forma de fazer as coisas). 

Para dizer que isto do gluten free é uma moda como outra qualquer, um aproveitamento da ignorância e fraqueza alheias (tudo que propangandeie que faz bem à saúde vende, e vende muito). Em menos de um ano... Ora vamos lá ver... Agora tudo gluten free, antes disso tudo sugar free, e antes disso tudo lactose free... E assim vamos, de moda em moda e de carteira levezinha, tipo money free...

Para quem não tenha a doença celíaca, não seja alérgico e não tenha a tal sensibilidade (grosseiramente estaremos a falar de 97 ou 98% da população) o glúten não faz mal (logo que ingerido com moderação, obviamente e como tudo). É claro que comer bolachas como se não houvesse amanhã faz mal, mas é um bocadinho injusto culparmos o pobre do gluten por isso, não é?




*Que é só a revista com maior factor de impacto da área pelo que me custa a acreditar em "falhas na sua execução" , desconhecendo igualmente trabalhos que desacreditem este estudo, ainda que conheça alguns que, ao invés, o suportam.

domingo, 6 de setembro de 2015

Eu é que já não tenho vida para este andamento...

Sexta feira: Voo de ligação atrasado em Frankfurt e um cãozinho perdido no aeroporto.


Chego a casa já passava da meia noite com uma semana... Hum... Digamos que intensa e acordada, vá, no pêlo.

Sábado: Toca a levantar os costados da cama às 8h da matina e seguir para o casamento de uma amiga de sangue a 250 km de distância. Fomos por lá à cama já quase de madrugada.




Nos entretantos um mitra com muita lata meteu-se-nos na mala do carro e não havia maneira de o tirar de lá. Foi difícil convencer o Jr. de que não, que não podíamos ficar com ele porque de certeza que tinha dono, de tão bem tratado que estava e dócil que era.


Domingo: Toca a levantar os costados da cama às 8h da matina e fazer os tais 250 km em sentido inverso para a festa de aniversário de Super-Sobrinho.


(...)

Moral da história: 35 é diferente de 25... Estou que nem me sinto!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Da pungência de se estar lá (no sítio onde o horror aconteceu) e de estar cá (no tempo em que o horror continua a acontecer).



Dormitórios (em baixo são chaminés dos que se destruíram):





Câmaras de gás e crematórios:


As ruínas:



Valas, vedações electrificadas e torres de vigia:




"O trabalho liberta-te!"





Passe o tempo que passar nunca se tratarão números. Eram pessoas. 
Pessoas com nome:


E cara:






(...) E números. Pensando melhor também eram pessoas com números. 




Eram pessoas a quem foram retirados todos os pertences (os melhores, já que lhes era dito que levassem uma mala de mão para refazerem vida no aprazível local que os esperava).









* Numa das salas não era permitido tirar fotografias. Essa sala deu-me a perspectiva que me faltava: os campos de concentração e de morte eram autênticas fábricas onde nada se desperdiçava. As cinzas das cremações eram vendidas como fertilizante e os cabelos das mulheres como matéria prima para fábricas têxtil. Nessa sala estavam duas toneladas de cabelo. Duas toneladas de rabos de cavalo e tranças. Nunca na vida conseguirei exprimir o que senti.

As pessoas que eram selecionadas para trabalhar viviam mais três, quatro meses, até morrerem de fome. Alguns sobreviveram...



Crianças foram usadas em experimentos médicos bárbaros e a seguir mortas com injeções de fenol.


Havia um corredor de execução. Mas a bala era cara e sujava-se muito. Urgia encontrar outro método.


Gás. Urgia agora optimizar a quantidade. 20 minutos. 100 pessoas.


Só houve uma câmara de gás/crematório que não foi destruída. E só porque era um abrigo anti-bomba para o caso de os prepetores precisarem.







Mas o que eu queria mesmo dizer com este post era que...


... Já que ainda esta semana li num jornal umas declarações com muitas (demasiadas!) parecenças a esta: