quinta-feira, 7 de abril de 2016

Estória que me apetece partilhar depois do meu blogo périplo...

Segunda feira. Três da tarde, mais coisa menos coisa. Nós os quatro a apanhar um táxi no aeroporto para chegar, finalmente, a casa com duas semanas completamente loucas e uma viagem de dez horas no pelo. Uma viagem de dez horas. "Nós os quatro", inclui duas crianças, de cinco e  dois anos, note-se e sublinhe-se. Malas, malinhas e malotes. Um frio de rachar, quando tínhamos deixado 30º à sombra lá do outro lado do Atlântico. Todos com fome e com sono e com sede e com tudo. Já só nos queríamos ver, finalmente, em casa! 

O taxista que nos calhou em sorte era claramente de poucas falas. E de aspecto nada simpático. E rude no trato. Percebi-o imediatamente. Mas bom, desde que nos pusesse em casa, por nós tudo bem... Era todo nervosinho a conduzir e tinha o pé pesadote. E eu segurava com força o filho mais novo que dormia no meu colo e ajeitava, sempre que podia, o cinto do mais velho para que não o magoasse no pescoço. Mas desde que nos pusesse em casa, por mim, enfim, tudo bem. 

De rompante pergunta-nos... "Pela Via Norte ou pela Autoestrada?". 

Marido para fazer um bocado de conversa diz: "Eu costumo ir pela Via Norte que, eu cá, evito as portagens sempre que posso."

Responde exaltado o taxista, praticamente aos berros:

"E ENTÃO QUE DIREI EU?! EU SOU COMUNISTA, SABE?! CO-MU-NIS-TA!! MAS COMUNISTA À SÉRIA E DESDE QUE ME LEMBRO!! E SABE OUTRA COISA? EU DAVA O MEU DINHEIRO DE MAIS BOA VONTADE AO ESTADO ISLÂMICO QUE AO ESTADO PORTUGUÊS. PALAVRA DE HONRA! PELA SAÚDE DOS MEUS FILHOS. SÓ DEFENDEM OS LAMBÕES DAS EMPRESAS E ISSO, OS CABRÕES!" (...) silêncio (...)

Nós?! Nós lemos o pensamento um do outro, metemos a viola ao saco e ficamos assim muito caladinhos... Nem um "ai", nem um "ui" e a respirar ritmados... Tudo, para enfim, chegarmos finalmente e na paz possível à nossa saudadosa e alegre casinha, tão modesta como nós. Afinal era só um taxista que nunca mais iríamos ver na vida. Não resolveríamos nada. Não o mudaríamos em nada. Seria uma perda de energia e tínhamos de guardar a pouca que nos restava para subirmos com as malas e os miúdos e isso. 

Neste momento sinto algo parecido...

Estou aqui estou a respirar para dentro de um saco... Inspira, expira, inspira, expira... Já fui molhar os dedos para acalmar o formigueiro e tudo... Mas não, não vou mexer... E vou-me manter caladinha... Olhai para mim a fingir-me de morta! ... ... ... ... Aaaaahhhh... Morri! {Tum! Caí ao chão!... Tau! Língua de fora!... Estais a perceber o quão morta estou?! Olhai que estou muito, hã!}

Por que tenho tido uns dias muito complicados e não tenho vagar!! Nem paciência. E só o blogo Deus sabe o vagar e a paciência que é preciso ter para levar a cabo certas e determinadas tarefas. E depois e as energias que se gastam e o tempo que não tenho e assim... Oh well... {Aaaaaahhhh... Morri, outra vez!}

4 comentários:

  1. ahahahahahahahah
    ahahahahahahahah

    E vais resistir? Hum?

    ahahahahahahhaah

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  2. Mas chegaram a casa sem mazelas, que é o que importa.
    Nê, eu também ficaria caladinha que nem um rato, pois eu prezo muito a minha vida.
    (Já apanhei um taxista tão, mas tão malcriado que me insultou, porque não queria sair do seu lugar para me levar numa viagem curta. Engoli, mas depois cheguei ao destino e deu-me um ataque de choro. Foi o meu escape. Há coisas que agora já não tolero).
    Um grande beijo para todos da

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    1. Eu penso o que me beneficia mais. Agora penso muito mais antes de falar... Beijinhos a todos.

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