domingo, 30 de novembro de 2014

A atitude que mais asco me causa...

O não prestar auxílio... O olhar para o lado e fingir que não se vê.

Sim, há quem sofra e até morra em virtude de só ter querido ajudar... Pois há... Mas também há quem morra atropelado por um autocarro ou com um bocado de bife entalado na garganta... Há quem morra a fazer bungee jumping ou a nadar com tubarões... Cada um saberá porque vale a pena arriscar a vida, sendo certo que há uma aleatoriedade cósmica nisso de deixar este mundo...

Pouco mais seremos que hienas quando viramos a cara a alguém aflito e o (quase) certo é que, mais dia menos dia, seremos nós a gritar... E nesse dia vamos querer muito que alguém se importe e assuma o risco por nós, pela nossa vida.

Já perdi a conta à quantidade de vezes que já me disseram que o meu não virar de cara ainda me ia trazer "problemas"... Recordo-me de o ter ouvido da minha professora primária. E sim, em virtude disso já ouvi o que não queria e já senti medo. Nunca me arrependi. 
Não digo que nunca virarei a cara... Eu nunca digo nunca, aliás. Mas digo que sentirei vergonha de mim, profunda vergonha, no dia que o fizer.

18 comentários:

  1. Terei vergonha de mim se um dia decidir virar a cara.

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    1. Não virar a cara inclui muita coisa... Gritar de longe, por exemplo... Às vezes é o suficiente para afugentar.

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  2. Pipocante Irrelevante Delirante30 de novembro de 2014 às 23:45

    Que a menina dos piropos não me leia...
    Uma vez meti-me no meio de uma rixa de namorados. Rixa, como quem diz, era mais o rapazola a dar uns safanões na mais que tudo e ela pelo chão. Ora naquela altura pensava que era o Galahad em galochas, lá fui dar uns apertões ao miúdo (ainda por cima era pequenito, ficava bem e não custava nada). Não é que a rapariga ficou chateada de dar uns abanos e ainda me bateu, e berrou de tal modo que parecia eu o agressor, e quase que levava de contar?

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    1. Mas o PID (atão PAD? que se passou que não dei por nada?) ficou de consciência tranquila. Valeu a pena portanto....

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    2. Pipocante Irrelevante Delirante1 de dezembro de 2014 às 12:51

      Em homenagem ao grande Azevedo que faleceu recentemente, retirei o seu apelido. Para mais, sou Irrelevante, por isso mais vale assumir.

      Valeu a pena... porque nunca mais me meti noutra. Não meto a colher...

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    3. Ok... Mas havia de ver isso... Tanto do irrelevante como do não meter a colher...

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  3. Um dia conto-te a história do tipo que me abriu a porta de cuecas (umas truces azul bebé, lindíssimas) e de facalhão na mão. Vi a minha vidinha toda a andar para trás, por um nano-segundo, o homem desfez-se em desculpas pelos trajes e pelo "incómodo" que me causavam os gritos. Acabei por chamar a polícia.

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  4. a indiferença, é agora o mote para quem assiste, na maioria dos casos.

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  5. E quando em vez de virarmos a cara damos a mão, e ainda somos acusados pelas entidades responsáveis (vulgo Segurança Social) de oportunismo?!
    Foi das poucas vezes que tive vontade de dar dois tabefes na cara de alguém. Duas assistentes sociais que me acusaram de usar aquela situação, para despedir a funcionária em questão e só se mexeram e fizeram o que lhes compete quando eu, já fora de mim, disse que tinha ligado à TVI a expor o caso. Não cheguei a ligar (até porque não gosto nada de jornalismo sensacionalista), mas só assim consegui que no dia a seguir a pessoa em causa já tivesse um tecto e a devida assistência médica.

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    1. Mas é assim mesmo... Não nos podemos calar... Quando temos razão, quando achamos que podemos fazer a diferença não noa podemos calar...

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  6. Dizem os entendidos, que quanto mais pessoas assistem a algo assim, maior e' a probabilidade de ninguem ajudar. Precisamos de estar atentos, muito atentos, para nao sermos mais um como estes de que falamos...

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    1. Sim, sim... Também já li sobre isso... Temos de estar atentos sim...

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  7. Uma vez num acidente daqueles "putos bêbados e fumados às 7h00 da manhã espetam-se contra um poste" fui mandada para sítios onde não se manda nem o Sócrates por ter saído do meu carro para os ajudar. De seguida, ligo para o INEM para chamar ajuda e o telefonista diz-me que estava a ocupar a linha, se o acidente não foi comigo não tinha que me meter....

    Mas fazia tudo outra vez...

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    1. Fazias, não fazias? Pois... Também é o que em penso sempre... (Mas isso do INEM.... Ai isso do INEM... Ai a comichão que me faz nascer na ponta dos dedos...)

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  8. Não viro a cara, não. Enfrento vizinhos a bater nas mulheres, enfrento pais a bater selvaticamente nos filhos. Mas não consigo, há algo que me bloqueia quando vejo homens daqueles que eu classifico automaticamente de "máfia albanesa" a enfiar a mão em mulheres. Tenho-lhe tanto medo que não consigo fazer nada, fujo envergonhada e amedrontada em busca do polícia mais próximo.

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    1. Mas isso é reagir Juanna... Vais em busca de um polícia... Isso é reagir e enfentar!

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