sexta-feira, 27 de março de 2015

Terrorismo Psicológico.

A propaganda que fazem as empresas que criopreservam as células estaminais do cordão umbilical.

Aquilo que se propagandeia é, a grosso modo, crença no que se poderá vir a desenvolver (ficção, portanto!), pouco ou nada tem de ciência. Fazer um banco público decente para se avançar no estado da arte da investigação é que era de valor. Isso e informar as pessoas sobre a importância de serem dadores de medula óssea (de onde se retiram células estaminais adultas com capacidade real e comprovada de curar terceiros). Isso sim.

8 comentários:

  1. Só para corroborar: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/conselho-nacional-de-etica-arrasa-bancos-privados-do-cordao-umbilical-1578203

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    1. Tau! Na mouche.

      Nos sites, na informação escrita, eles controlam-se um bocado, mas em pessoa... Bem, aquilo que eles dizem em pessoa é vergonhoso. Quando estava grávida do Jr. fui a uma feira de coisas de criança e pré-mamã... (Já não sei a que propósito...) Estava lá uma dessas empresas e o rapazinho que lá estava começou a falar comigo. Eu, como sou marca anzol, deixei-o falar, falar, falar... Tu não imaginas aonde é que a conversa já ia. Além de estar a prometer mundos e fundos, ou seja, além de estar a mentir com todos os dentes que tinha, chegou a dizer-me qualquer coisa do tipo: "Não queira viver com esse peso na consciência"... Pah... Escusado será dizer que me passei da cabeça e lhe disse poucas e boas e ainda hoje me lembro disso... Havia de ter tomado outra atitude. Fazer um queixa formal, qualquer coisa... Nunca se haveria de provar nada, mas ficaria o registo.

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  2. Gosto muito deste blog! Não é fácil encontrar "sítios" de gente esclarecida, e ainda não vendida a outros interesses....

    Parabéns! Este é u tema que me tira do sério... infelizmente o nosso Governo ainda não entendeu a necessidade e a mais valia de se apostar na lusocord. É uma pena...

    Bjs,

    Carla

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    1. A Lusocord é um exemplo paradigmático de como se dá cabo do erário público em três penadas e sem que ninguém seja responsabilizado. De 2009 a 2012 a Lusocord estourou com 6M €. Quando aquilo em 2012 passou para as mãos do instituto do sangue e transplantação deitaram milhares de amostras para o lixo por estarem, entre outras habilidades de procedimentos, contaminadas. Das ~10 000 amostras que se criopreservaram (de ~ 30 000 recolhidas) ao longo de 3 anos aproveitaram-se muito poucas. E é isto. Penso que ainda agora só se faz a recolha na maternidade do São João nos partos de 2a à 6a (eles iam alargar a outras maternidades mas não sei se já o chegaram a fazer)... E isto é mesmo à tuga... Meia bola e força. Gastam-se balúrdios sem o mínimo planeamento e quem vier a seguir que feche a porta... Enfim...

      (Obrigada. :))

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    2. Eu fui uma das mães que fez doação do sangue do cordão umbilical do meu filho à Lusocord, ainda antes de estoirar a bronca. Fiquei revoltada quando soube dessa história de deitarem fora as amostras. Se calhar a do meu filho nem foi selecionada para ficar, mas deitar-se assim fora a hipótese de poder eventualmente salvar uma vida, com tanta displicência, complica-me os nervos.

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    3. Se destruíram as amostras é porque não tinham confiança nelas nem na forma como foram processadas e há riscos que não se podem correr... O IPST não ia tomar essa decisão de ânimo leve.

      (Eu também doei dos dois. Do Jr. foi em 2010, a 300km do Porto e foram lá buscar a amostra no próprio dia. Provavelmente essa foi para o galheiro. Do mais novo também recolheram em 2014 porque nasceu no São João.)

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  3. Eu fui mãe à pouco tempo, no Porto. Tentei fazer a doação do cordão para o banco público, mas que "devido à falta de meios" na altura já só faziam a recolha dos bebés que nasciam no Hospital de São João. Tal como eu, conheci mais gente a tentar fazer o mesmo e sem conseguir. Sim, é de facto lamentável.
    Enquanto isso, somos inundadas de folhetos dessas empresas nas salas de espera das maternidades...

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    1. Verdade. Pelo menos até há bem pouco tempo só faziam recolha no São João. Creio que ainda assim se mantenha.

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