sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A propósito daquilo da barbearia...

Vi por aí cada comparação... Mas cada comparação...

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A sério, até se me secou a garganta e acelerou o batimento cardíaco pelo que bom... O melhor é ficar por isto mesmo.
 
Sim, até podia dizer que não me alongo mais por causa disso da liberdade de expressão e do respeito que temos de ter pela opinião alheia e isso. Mas não, só não me alongo mais porque estou sem palavras.

27 comentários:

  1. Respostas
    1. Ahaha é tão feminista q se recusa a arranjar as sobrancelhas :) hehe

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    2. Eh pah... E vós sabeis lá do mal que padeço... Leio barbaridades e... Tau! Pêlo entre as sobrancelhas... Tenho isto desde sempre. Um verdadeiro case study digo-vos eu...

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  2. Respostas
    1. Do teu post sim.... A alusão ao Apartheid chocou-me profundamente. É(-me) ofensiva a confluência assuntos: Apartheid e barbearia... Tão ofensiva que fico incapaz de argumentar o que quer que seja...

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    2. Primeiro, eu não comparei a existência de uma barbearia segregacionista a um regime, comparei sim a existência de estabelecimentos comerciais com cartazes/sinais à porta restringindo o acesso a indivíduos com base no seu sexo ou raça, e que são equivalentes. Qual a diferença? O número? E se a mesma barbearia em vez de mulheres restringisse a entrada a pessoas de raça negra? Sendo apenas uma em Lisboa, já seria aceitável a teu ver?

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    3. Luna, por partes.
      Não, a meu ver não seria aceitável mas nem tampouco mo parece ser esta situação da barbearia se, de facto, é pura e simplesmente vedada a entrada a mulheres, independentemente das circunstâncias, independentemente do espaço físico que ocupem. Que é motivo para o cagaçal que foi armado? Não, não me parece. Aliás, só acho que beneficiou quem, de facto, queria publicidade. Por outro lado, quero muito acreditar que se esta situação fosse inconstitucional, sem margem para dúvidas inconstitucional, já outras medidas teriam sido tomadas pelas entidades competentes, porque, lá está, quero muito acreditar que aquelas pessoas que foram lá protestar daquela maneira, primariamente acionaram os mecanismos legais apropriados para denunciar a situação (ou pelo menos ao mesmo tempo que debateram a situação no facebook).
      De resto, a diferença nem é o número, é o ser um acto isolado de meia dúzia de alminhas que - plim – entre outra meia dúzia de finos, tiveram uma ideia para serem falados, e outra.. Bom… Porra… Fico mesmo agoniada a escrever isto…. Outra é todo um regime… A diferença é tudo, não há comparação possível. É descontextualizar duas situações para fazê-las coincidir num ponto… E não, não comparaste uma barbearia a um regime, mas comparaste sinais e proibições… Como é que é possível, Luna? Assumindo que não comparas a situação das mulheres em Lisboa com a situação dos negros na África do Sul da altura…. Achas que quê? Achas razoável isto propagar? Que são protestos como estes que impedem? Antes pelo contrário… à visibilidade que isto teve acho que até pode ser tentador.. As coisas não se resolvem assim.
      De resto, não percebo como é que te enfadas que te falem nos ginásios só para mulheres porque, enfim, não tem nada a ver porque eles, homens, até podem estar na recepção, e depois venhas com a conversa do apartheid e da perseguição aos judeus… É completamente desproporcionado. Completamente. Na minha humanidade ofende-me.
      Eu tenho um colega que quando a discussão não lhe agrada ou pura e simplesmente quer acabar com a conversa diz sempre a mesma coisa: “Olha, sabes que mais?… Face ao Holocausto, isso são merdinhas sem importância…” E a minha vontade é sempre a mesma… Partir-lhe a cara toda porque de certa forma desvaloriza o que nunca, em momento algum, pode ser desvalorizado (e, lá está, face ao Holocausto um murro bem dado no meio do focinho é uma merdinha sem importância)… E é isso que acontece… Ao contrário do que se possa pensar ao fazer este tipo de comparações - descontextualizadas e desproporcionadas, não se agrava aquilo que se quer agravar, mas ao invés desvaloriza-se o que não pode, nunca, ser desvalorizado… O apartheid não foram cartazes à porta de estabelecimentos. O apartheid foi, vestigialmente, isso e não, não é razoável achar-se que, em não sendo reactivo com cenas enfiadas na cabeça, corremos o risco de se passar algo semelhante por cá...

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    4. Bem, então vamos lá por partes também.

      Segundo me dizes não consideras aceitável vedar a entrada a pessoas com base no seu sexo ou raça ou o que quer que seja, ou seja, até aí acho que concordamos.

      Em segundo eu não falei em apartheid nem em perseguição aos judeus ou comparei o holocausto à barbearia, comparei cartazes, proibições de entrada com base em sexo e etnia, que sim, são sinais visíveis de uma forma de estar e pensar: difere o grau, difere o número, não difere o que está por trás, discriminação pura e simples.

      Objectivamente, diz-me em que difere um cartaz que diz que podem entrar homens e cães mas não mulheres, de um cartaz que em vez de mulheres tenha lá negros/judeus/whatever. Qual a diferença?

      Dado que em portugal nunca existiu apartheid, e que a situação dos negros em Lisboa não é comparável à dos negros na áfrica do sul na altura, se uma barbearia resolver banir a entrada a negros (alegando ser especializada em cabelos caucasianos), será isso aceitável a teu ver?

      Dizes que é um acto isolado e como tal não digno de um protesto - protesto pacífico, segundo sei, penso que não entraram lá a partir tudo nem a mandar cocktails molotov, logo também não percebo o que tanto incomoda o protesto em si.

      Mas e se isto abrir um precedente? Agora abre um estabelecimento que veda a entrada a indivíduos com base em sexo/raça/religião, amanhã abre outro, depois outro. E se meia dúzia de alminhas com uma ideia se transformarem em meia centena, meio milhar, meio milhão? A partir de quantos estabelecimentos consideras legítimo que se proteste pacificamente contra uma situação eticamente condenável? Onde traçamos essa linha?


      p.s. Curiosamente, esse argumento do "ao pé do holocausto/apartheid isto são merdas sem importância" é exactamente o argumento que estás a usar neste momento (e usaste antes relativamente ao piropo) para desvalorizar o assunto, por o considerares um mal menor e como tal não merecedor de atenção por ser desproporcionalmente menos grave que outras formas de discriminação.

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    5. Luna... Acho que te respondi a tudo. Se leres bem aquilo que eu escrevi, sem preconceito relativamente à minha pessoa e talvez com um pouco de esforço por o português não ser o melhor verás que se calhar já te respondi a pelo menos a grande parte do que questionas. Não estou contra o protesto. Não gostei da forma, mas não estou contra. Chocou-me o teu post e o que nele está subjacente. Foi só isso.
      Tenho voo daqui a nada, não me posso de facto alongar que ainda quero pregar olho. Fica bem. (Mas esse P.S. não fica sem resposta. :))

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    6. NM, acho que já ultrapassámos isso do preconceito, de resto fiz-te uma pergunta clara, à qual não respondeste de forma clara, razão pela qual a repeti. Dizes que te chocou o meu post pelo que achaste que lhe estava subjacente, i.e. comparar uma barbearia ao apatheid e holocausto; respondi-te que não disse tal em lado nenhum e me limitei a comparar cartazes discriminatórios, e perguntei-te objectivamente qual a diferença entre recusar a entrada com base em sexo ou com base em etnia, ao que ainda não me respondeste. Mas fica para outra altura.

      Boa viagem. :)

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    7. Nada temas que em princípio eu regresso e em princípio nada ficará por explicar.. Ou então não! :D

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    8. (Mas então aqueles cartazes costumavam estar onde, exactamente?)

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    9. Os cartazes faziam parte de um regime, sim. Como também faziam parte as restrições ao voto, divórcio, saída do país sem autorização do marido, etc, no portugal de antes do 25 de abril, que aconteceu apenas à 40 anos. E é disso que não nos devemos esquecer nem desvalorizar, este tipo de coisas não são "meras provocações sem importância", são parte de algo mais grave.

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    10. (e não te esqueças que a "woman is the nigger of the world" e que a situação das mulheres em grande do mundo é em tudo comparável à dos negros do apartheid, e que não é por não se passar em portugal (tal como não se passava o apartheid) que se os cartazes já não existem na áfrica do sul, continuam a existir em vários países árabes, pelo que não devemos dar o que temos como garantido)

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    11. OMG, ali em cima é há, não à!

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    12. (Yap. Eu reparei. Estive quase para não te publicar o comentário por causa disso, que isto aqui não é a casa da mãe Joana... Mas bom... Para veres o boa alma que sou. ;p)

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    13. Mais valia, que quando recebi a notificação da publicação ia-me dando uma coisinha má.

      (já era tarde, enfim, uma pessoa de vez em quando tem assim umas paragens cerebrais)

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    14. Acontesse a todos de vês em quando...

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    15. Luna, por favor sê curta e grossa. O que queres que te esclareça efectivamente?

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    16. A minha opinião? Estás a matar erva daninha com Napalm e que a partir daí não há discussão possível. (Sabes quando te bates pela criminalização do "oh boa" que vem de um andaime e alguém te lembra da mutilação genital feminina de que são alvo metade das mulheres da Somália? Que isso sim é razão de indignação?... Pronto, desta vez quem está a usar argumentos desproporcionados és tu...

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    17. Não, NM, és tu quem está a usar esse argumento para considerar a minha comparação "uma barbaridade", e desvalorizar um cartaz porque não faz parte de todo um regime muito pior, de tal forma que a comparação te é ofensiva. E eu estou meramente a tentar perceber porquê.

      Eu comparei cartazes e restrições à entrada em estabelecimentos de porta aberta ao público a uma população de indivíduos com base em sexo e raça, porque os considero de facto equivalentes, e ainda não foste capaz de me esclarecer em que é que os consideras fundamentalmente diferentes (independentemente do seu contexto socio-político).

      Tenho a certeza de que te chocaria imenso ver naquele cartaz da barbearia um negro em vez de uma mulher, por isso não percebo porque é que compará-los directamente te parece tão absurdo.

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    18. Pensei que já tivesse esclarecido isto, mas bom... Se calhar não.

      (Do primeiro parágrafo não percebi um boi. E sinceramente nem me vou debruçar sobre o assunto uma vez que lhe pressenti uma tremenda carga de certeza da tua pessoa relativamente às minhas intenções, pelo que bom... O melhor é ficar por isto mesmo... Já que a única certeza que tenho é a do meu direito à opinião. Seja concordante ou discordante da tua. )

      Eu disse logo na segunda resposta que não, não seria aceitável ver aquele cartaz relativamente à raça, tal como não o é relativamente ao género (mesmo neste caso particular se os relatos recentes forem verdadeiros). Mete isto na cabeça de uma vez por todas. O que achei bárbaro foi o teu post. Não me insurgi em nenhum momento contra quem se indignou nem mesmo com o protesto (apesar de... é ler em cima). O que me indignou foi o teu post. Pensei que isto já estivesse esclarecido.

      Naquilo em que divergimos é que eu acho convicta e irredutivelmente que os cartazes não podem ser avaliados independentemente do contexto sociopolítico. Não podem. Se eu fosse um alien acabada de aterrar no planeta dir-te-ia que sim, que os cartazes são fundamentalmente iguais. O problema é que os cartazes carregam histórias. Essencialmente o que eu quero dizer é que, paradoxalmente, os cartazes são iguais na sua forma mas incomparáveis no seu conteúdo. E daqui não saio.

      E sim, pelo que te acabei de explicar e que agradecia que lesses com atenção (estou do tlm tem lá boa vontade com a sintaxe), achei a comparação/relação entre os cartazes bárbara. Achei na altura e continuo a achar agora. E o meu direito a "achar" o que quer que seja tem de ser tão respeitado como o meu direito de entrar num sítio público.

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    19. Tens todo o direito de achar o que quiseres, tal como eu tenho o direito de tentar perceber porquê, quando alguém me acusa de dizer barbaridades.
      Neste caso, a tua posição é subjectiva: não consegues avaliar os cartazes fora do seu contexto, embora objectivamente admitas que eles sejam equivalentes.
      Eu discordo, acho que podem ser avaliados pelo que são, independentemente do seu contexto. Até porque em termos de carga histórica, a dos direitos das mulheres é tão ou mais negra que a dos negros, e a misoginia continua presente na nossa cultura e vai-se instalando insidiosamente mascarada de outras coisas, como aliás está patente no cartaz em questão e na postura dos rapazes da barbearia hipster retro-chic.

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    20. Oh Luna, mas eu falei nisso lá em cima... "Assumindo que não comparas a situação das mulheres em Lisboa com a situação dos negros na África do Sul da altura…." parti do princípio que assumias isto... Não achas comparável, pois não?

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    21. E eu já te expliquei as minhas razões. São estas. E tu estás no direito de achares delas o que quiseres. No hard feelings. (Sou mesmo mesmo assim. Há espaço para todos.)

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    22. NM, é óbvio que eu não comparo a situação das mulheres na Lisboa dos nossos tempos com a dos negros da áfrica do sul do apartheid, e repeti-o várias vezes, mas no entanto considero de facto os cartazes faces da mesma moeda: a da segregação/discriminação.

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    23. Eu sei. Já percebi o teu ponto de vista, não o acho razoável mas já percebi.
      E agora é aquela parte em que "Oh well...", escolhemos os ombros e vamos à nossa vidinha, cada uma à sua maneira tal como fizemos até aqui. Já nos explicamos, nada mais há a fazer. Espero que tenhas percebido o meu ponto de vista. Fica bem. (E parabéns, já agora, por aquela coisa peluda e fofa que se te meteu na vida. :))

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