Ou, numa só palavra, "palhaço"!

Na semana passada tive uma reunião de avaliação com a educadora do Baby. Basicamente, na descrição livre da criança só estava: “… muito divertido, alegre e extrovertido…”, “Oh mãe desculpe-me a redundância das palavras mas eu penso no seu filho e é só isto que me ocorre.”

E é! Este meu filho é uma alegria. Está sempre bem disposto, sempre, sempre pronto para a rambóia. Gargalhada pronta, a qualquer hora do dia ou da noite. Mesmo quando está doente… Qualquer coisa é motivo para começar na galhofa.  Contava eu à educadora que me é muito difícil educar este miúdo porque, lá está, além de ser naturalmente palhacito ele já percebeu que o sentido de humor é uma arma poderosa que lhe permite passar de fininho por entre os pingos da chuva. Dizia-me a educadora que lhe acontecia exactamente a mesma coisa, que tinha de se roer toda para não se desmanchar a rir perante a xico-espertice da pequena criatura que passa sempre pela mesma estratégia: fazer rir quando se vê em apertos.

Ainda outro dia… Vejo-o da cozinha... Lá estava ele, de pé, apoiado no móvel da sala a esticar-se todo… Já agora deixa-me ver no que isto dá, pensei. Estica-se estica-se estica-se e, zau, apanha um frasquinho de vidro (o do Vigantol, para quem tem filhos pequenos) que estava em cima da aparelhagem, cuja tampinha ele adora roer, mas que lhe está, e ele bem sabe, completamente proibido. Mal apanha aquilo, e a achar que ninguém o estava a ver, deixa-se cair para trás, tau, rabo no chão, e zuca-zuca-zuca, rabiote a dar a dar, lá vai ele a gatinhar esconder-se atrás do sofá para, lá está, roer a tampa daquilo. Estimado homem aparece, vê-o e diz muito sério: “Deves estar a brincar comigo!”… O miúdo dá um pequeno salto com o susto (bem sabia que estava a fazer asneira) e fica a olhar muito sério para o pai com a maior cara de “Uuuups! Fui apanhado!” Perante aquela cara de “Ai, ai, ai, e agora?” já eu virava as costas para não me escangalhar ali a rir à frente dele… Estimado homem baixa-se e diz-lhe em sussurro… “A sério… Estás a brincar comigo, ora estás?…” Com toda a bolina lá vai ele a gatinhar, frasquinho na mão, zuca-zuca-zuca, rabiote a dar a dar, chega ao pé da aparelhagem, apoia- se no móvel, levanta-se, estica-se estica-se estica-se… E, poc, frasquinho no exacto lugar onde estava! Nesse momento olha para o pai… Deixa-se cair para trás, tau, rabo no chão… Volta a olhar o pai, esboça um sorriso e começa, lentamente, a bater palminhas enquanto observa a sua reacção numa de “Olha para mim que giro sou, que já sei bater palminhas e deixa-me cá ver se estás a ir na cantiga…”

E agora a sério… Uma pessoa mantém uma postura séria e educa isto, como?