Passava do meio dia e o telemóvel tocou na secretária debaixo de umas folhas.
Vejo o nome no visor. A cabeça descai-me inadvertidamente para o lado, engulo em seco e sinto um ruga a formar-se-me por entre as sobrancelhas.
Ali estavas tu! Centenas de dias - milhares de horas, volvidos.
Penso: "Mas... Mas porquê?! Porquê agora?"
Hesito.
"Atendo ou não atendo?"
Não atendi.
Não minto, acelerou-se-me o coração.
Ainda estou magoada. Dois anos e meio volvidos e continuo magoada. Como se tivesse sido ontem.
Ao mesmo tempo cai uma mensagem...
Estou bem.
Agora estou. Fiz por estar. Com os meus. Com aqueles que estiveram.
Há dois anos e meio não estava. Tu também não estiveste. Na única vez que eu verdadeiramente precisei, não estiveste.
Não consigo. Ainda dói. Vai doer sempre.
Mensagem e chamada ali ficarão. Sem resposta.
Sim, bem sei que não teremos outra oportunidade.
Oh well, sobreviveremos.
Fim.
Se se sobrevive à ausência de uma mãe sobrevive-se a(quase)tudo!
ResponderExcluirMesmo depois de quase uma década também nunca me esqueci de quem não esteve lá.
Beijinho grande.
ANM
Não esteve. Nem lá, nem antes, nem (praticamente) depois. Simplesmente... Puf! Desapareceu
ExcluirUm beijinho.
Ohhhh. Que pena. Era uma boa oportunidade de ... sei lá... não sei ... meteres a coroa de menino JAsus e perdoares?
ResponderExcluirO perdão é uma dádiva divina.
Ámen.
Uva, não sei se vais perceber isto... Mas eu não consigo perdoar (ainda, pelo menos) porque era uma amizade muito grande. (Quão grande? Vinte anos de grande.) E eu precisei. E ele não esteve. E pronto. Ainda estamos assim.
ExcluirComo entendo isto...tão bem...custa a desligar, mas depois acaba por ser o melhor.
ResponderExcluirFaz-nos crescer apesar de ser à conta de muita dor.
Pois. Deve ser por aí Piri, deve...
ExcluirTambém tenho dessas.
ResponderExcluirNão estiveram nos bons momentos, não estiveram nos maus...
Ok, não voltarão a estar. :)