domingo, 17 de agosto de 2014

Das crianças que aborrecem as pessoas em restaurantes (e assim)...

Ou das pessoas que aborrecem as crianças em restaurantes (e assim).

Meados de julho e um calor tremendo, fim de tarde de um dia normalíssimo de trabalho. Desejosos por férias, pegamos nos miúdos e vamos a uma dessas esplanadas lounge modernas à beira mar plantadas: muito branco, muito linho, puffs e sofás a rodos, jazz bem decente... Tudo muito zen e relax e coiso. 

E nós por ali nos quedámos... O mais novo, deitado no carrinho, entretinha-se a lamber os pés, o mais velho entretinha-se com o tablet, o meu homem entretinha-se com o jornal e eu entretinha-me a olhar para eles. 

Entretanto chega um grupo de espanhóis... Animado como só os espanhóis sabem ser... E de repente tudo deixou de ser calmo e zen e coiso para passar a ser só barulhento. E eles riam e brindavam e, ia jurar, que um deles, de vez em quando, arrotava muito alto no meio da confusão numa espécie de "private-group-joke". 

Sim, estavam a incomodar toda a gente, inclusivamente os meus filhos (sim, as tais "criancinhas" descritas genericamente algures como se de animais de estimação se tratassem). O mais velho, abismado com a algazarra, perguntava-me se os senhores podiam estar com os pés nos sofás e o mais pequenino começou a chorar assustado quando alguém, no entusiasmo do momento, deixou cair um copo (que partiu) mesmo atrás dele. 

Nisto estava eu a pensar que devia haver restaurantes (e assim) "spanish free"... Mas depois dei por mim a pensar que as generalizações dão sempre, mas sempre, cocó e que se calhar devia era haver restaurantes (e assim) "unreasonable people free". Isso sim... Isso é que era de valor!

(...)

E esta conversa fez-me lembrar a triste história de um amigo meu, cujo pai era doente de Parkison. Quando a doença começou a dar sinais visíveis, o senhor ainda estava consciente e, na sua dignidade, não queria ajuda para comer (mas deixava cair comida dos talheres, não acertava com a comida na boca, sujava-se todo...). Contava-me o meu amigo, que quando levava o pai, outrora bon vivant e por isso apreciador, a jantar fora, as pessoas se mostravam incomodadas, que ele tentava posicionar o pai de costas mas que nem sempre era possível... 

E depois imagino egos gigantescos a proferir alto e bom som que, tendo eles direito a jantar sossegados, não têm que levar com espectáculos degradantes e que o senhor tinha mais era que comer em casa para não enojar ninguém e fico com vontade de vomitar... Juro que fico!



18 comentários:

  1. Mass olhe que nós mães é que ficamos maluquinhas com a maternidade e não sabemos respeitar opiniões diferentes.

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    1. Eu não fiquei nada maluca com a maternidade. Já era! :DDD

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    2. Cara NM tirou as letras debaixo dos dedos! B-) eu também já era maluca, que surpresa agora parecer ainda mais?!?!



      Estou de férias com podem ver pelos óculos de sol!!!! B-)

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  2. Ok...ok...mas uma praia sem criancinhas até q era boa ideia, não? :))))

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    1. Ainda hoje à tarde pensei nisso enquanto um me comia areia e o outro foi com a toalha (capa de super herói) para a água. :DDD

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    2. Pelos vistos na praia não incomodam...

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  3. Eu, por exemplo, odeio ir a restaurante com fashionistas, é uma coisa que me dá urticária pois essas pessoas não entendem que o barulho das pulseiras e dos seus saltos altos é incomodativo. E as saias da neuza que alteram a decoração de um qualquer arquitecto de alto gabarito? Socorro, quero um restaurante fashionistas free.

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    1. Ahahahahahahah e eu com tipas carregadas de perfume. Às tantas aquilo entranha-se com as papilas gustativas e está uma pessoa a comer polvo com sabor a rosas. :DD

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  4. Se essa maça podre tivesse vergonha da forma como se comporta nos aviões, quando faz as tais viagens ao estrangeiro, perceberia que uma criança aos berros é bem mais agradável do que ela.

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    1. Não sei que fala disso dos aviões... Mas parece-me que não perco grande coisa... :DD

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  5. sou nova nisto dos blogs que descobri nas intermináveis horas de amamentação durante a noite dos ultimos 4 meses, fiquei a seguir tres (o teu o da palmier e do cócónafralda) porque me divertem e porque me vou sentindo identificada, também sou mae de uma de 4 anos e um de 5 meses ... hoje fui lá dar uma vistinha de olhos neste da maçã e 'deusmalibre' que personagem mais prepotente... não simpatizei nadinha, pronto... e espero que essa senhora não venha a ter filhos, poupem-nos a nós educadoras de infancia de ter que levar com estas mãezinhas...
    cat

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    1. Oh cat, e agora assuntos sérios... Ter dois catraios assim em casa é uma animação, não é? ("Prepotente" cat? Essa agora... Uma moça tão simpática, tão divertida, tão out of the box, não devemos estar a falar da mesma pessoa... :DD)

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  6. Bem lembrado! Depois, ou a par, das crianças, os velhos e os portadores de deficiência(s). Continua raro vermos, por exemplo, pessoas (sejam crianças ou adultos) com Down nos restaurantes ou a passearem pelos centro comerciais ou na praia. Não será difícil de imaginar o porquê... Que aborrecimento, devem ser mais chatos que os mosquitos na Comporta!

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    1. É que uma pessoa tem direito ao seu descanso e em férias as pessoas querem é divertir-se e não pensar em coisas sérias... (Enfim anônimo, enfim...)

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  7. Verde, fiquei verde! A sério, deus ma livre! Falta de respeito pela humanidade!

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    1. OK babe... Mas aconteça o que acontecer tu não vás lá comentar. Deixa-te estar sugadita que a tua condição não permite injúrias e apedrejamentos... Deixa-te estar...

      (E verde fiquei eu com a tua mensagem de hoje à tarde. Livra, com isso é que fiquei verde... Mas de um verde bom claro! :DDDD)

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  8. eu não deixo os meus filhos irem a esses restaurantes frequentados por extraterrestres, ca medo
    o mais velho tem 3 anos mas ta ensinado... Não ri nem fala a "manientos" a pequenina é que é pior... Só tem 7 meses e ri pra toda a gente, mas eu vou ensina-la também...

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