Pois é, minha Palmier... Cá vamos... Sempre de olho aberto à
bela da corrente, né?
Eu sei, eu sei que tu me percebes... :)
Ora então, foi assim que aconteceu:
Decorria o ano de dois mil e picos e era esta que vos
escreve uma professora estagiária numa qualquer escola do concelho do Porto (e
a esta altura a minha amiga I*, que já adivinha o que aí vem, já chora a
rir). Pois que éramos quatro estagiárias e tudo corria bem. Dávamo-nos todas bem,
a orientadora era uma porreira, planificávamos aulas à beira mar, pedíamos
cinco cafés diferentes (curto, chávena fria, três quartos, normal e italiana,
acho que era isto) e riamo-nos como umas perdidas sempre que podíamos.
Tudo muito certo, até que num dia de novembro, conta-nos a nossa
orientadora, entre risos, que uma auxiliar lhe tinha dito que o grupo de
estagiárias desse ano era bem simpático, tirando uma, euzinha!, que era um
bocado para o nariz empinado.
Ora... Eu sou tudo menos uma nariz empinado - quer dizer,
agora às vezes até sou que há malta que não percebe de outra forma que estar à
vontade não é estar à vontadinha, mas à data dos factos não era de todo o caso.
Também à data dos factos era eu mais permeável à opinião alheia, sendo que
agora sou uma fervorosa adepta do estoumecagandismo; faço o melhor que posso,
respeito toda a gente, mas quem não gosta que ponha na borda do prato que eu também não perco um minuto a pensar no assunto.
Pois muito bem, estando eu na sala de fumadores, e recém detentora
da informação de alguém me achar a ovelha ronhosa do grupo, levanto-me e dirijo-me
à sala dos professores “normal” para ir buscar um café. Estávamos em horário
letivo, pelo que tal sala estava praticamente vazia.
Naquele momento contava
animadamente a auxiliar que trabalhava no bar a uma professora "da casa" (i.e. efectiva) que, infelizmente,
tinha tido de tirar o "aparelho".
“Ah e tal, tive de tirar o aparelho...”, foi isto que aqui a
nariz empinado (infâmia!!!) ouviu.
Ora, eu usei aparelho nos dentes durante dois anos e tinha
tirado o dito em julho desse ano.
Para não me acusarem de antipatia, Deus nos livre, longe vá
a infâmia, e perante os sorrisos que me receberam resolvi meter-me na conversa,
fixando o olhar nos dentes da senhora...
[NM] Mas ó D. Alcina, e a Sra. precisa de aparelho?
[D. Alcina] Ó menina,
então não havia de precisar? Mas a menina faz-me assim tão velha.
[NM, de olhar fixo na dentura da senhora] Não é isso... Mas não me parece que precise, só isso...
(Por acaso nesta altura reparei num estranho silêncio, quiçá
indiciador que me devia calar mas bom... “Nariz empinado” é que não...)
[NM] Mas e então?! Teve que tirar o aparelho, foi? Doía-lhe
muito?
[D. Alcina] Não. Doer não doía, mas sangrava muito...
[NM] Ah... Eu também usei, sabe? E no início também me
acontecia muito... Falta de fruta, sabe?
(Verdade, verdadinha... No início, aquilo faz muita força
nas gengivas e, por falta de vitamina, por falta de fruta, dizia-me o médico,
eu sangrava das gengivas. Mas depois comecei a comer muita fruta, frutinha da
boa, fiquei com as gengivas fortes e nunca mais sangrei.)
Ainda me ecoava na cabeça o meu diagnóstico de falta de
fruta, quando reparo que a professora que desde início falava com a D. Alcina
arregala os olhos enquanto dava uma dentada na sua sandes de queijo.
Nisto só ouço...
[D. Alcina] Não faz mal... Continuo a tomar a pílula que
também não morre ninguém!!!!
(...)
Pois é...
Eu falava no aparelho dos dentes e no sangramento das
gengivas derivado da falta de fruta e a D. Alcina falava no... DIU!!!!
No DIU e no sangramento pelo pipi...
Eu?! O pior desta história é que eu fiquei tão aflita, mas tão aflita, que não consegui
dizer nada... Virei costas e fui-me embora. Na minha cabeça um único e exclusivo pensamento: "Falta de fruta, NM??"
Diz que entrei na sala de fumo
branca como a cal.
- O que é que foi??!!, perguntaram-me as minhas colegas.
- Nem queirais saber o que aconteceu..., disse eu.
(...)
As minhas amigas riram-se tanto, tanto, tanto... Pus as
quatro a chorar com o riso. Bingo!
Eu?! Eu fui para casa. Super envergonhada, claro.
(...)
Como é que eu sei que era novembro?!
Porque nessa noite foi o magusto da Escola... Porque mal pus
um pé dentro do pavilhão, já cheio de professores, só ouvi um “Olha quem
chegou...” e uma explosão de gargalhadas.
E foi isto.
e choro novamente... :P
ResponderExcluire tenho aqui o povo a olhar para mim com um ar. :P
credo, é a melhor história de sempre!
amigas parvas, adoro ter amigas parvas!
<3 <3 <3 <3 <3 <3 <3
gosto tanto de ti, querida nê!
Ahahahahahahahahahah Ahahahahahahahahahah "Ah... Sangrava?! Eu também... Falta de fruta, sabe?!"
ExcluirAhahahahahahahahahah Ahahahahahahahahahah foi épico!!
(Foi um ano tão, mas tão bom!!)
(E sou parva, claro que sou. Mas esta foi só mesmo ingenuidade... :DDD)
ExcluirPois é! Na altura éramos tão mais ingénuas.
ExcluirFoi um ano mega divertido. Tivemos sorte em tudo.
Oh pá, gosto tanto, tanto deste tamanho de letra. Agora vou ler o post, até já.
ResponderExcluirNão é o tamanho, é só o tipo. Faz diferença, não é? O tamanho é o mesmo de sempre.
ExcluirÉ que "falta de fruta", no contexto, era o pior que podias dizer!
ExcluirEu ia ali logo no início do post e já só pensava em ti... "A minha I* bota os olhinhos nisto e começa a chorar..." :DDD
Excluirfui às lágrimas com a tua aventura, NM, é que nem tu imaginas o esforço de fingir tosse, quando me ria feito hiena, mas não podia/devia.
ResponderExcluirmulher, tu não existes! :b
flor
Correu tudo mal!!! :DD
ExcluirFruta é um bom conselho! Uma framboesa segura entre os joelhos, por exemplo!Ou uma ameixa, sei lá! :p
ResponderExcluirAhahahahahahahahahah segurar uma framboesa entre os joelhos deve ser um método contraceptivo hiper eficaz deve... :DDDDDD
ExcluirAhahhahhahahahhahhahahahhahahahahahahahahahhahahahaahhahahhahahahhahahhahahahahhahahaahahhahahahhaahahhahahhahahhahahah
ResponderExcluirPior era mesmo impossível! :DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
Passei de nariz empinado a nariz empinado e mal criada... :DDDD
Excluirqual mal criada?
Excluirdoida! ;)
Melhor, ainda assim... :DD
ExcluirDuas coisinhas para dizer: Isso era coisinha para me acontecer, à vontadinha! E fervorosa adepta do estoumecagandismo é muito bom :D
ResponderExcluirAna
É não é? Acho que com a idade ficamos todos um bocado assim... Estoumecagandistas!! :)
ExcluirTambém quero entrar na corrente.
ResponderExcluirNo meu primeiro emprego, andava eu pelos vinte e alguns anos,tinha a trabalhar comigo quatro raparigas que ainda faziam contas com máquina de calcular de manivela.
A meio da manhã fazíamos café e uma pausa. No mesmo corredor trabalhava um engenheiro, bastante mais velho, a quem as meninas levavam um café por simpatia, revezavam-se na tarefa.
Acontece que o Sr. engenheiro esteve ausente por uns dias por morte da mãe e quando voltou, na hora do café pôs-se um problema, ninguém queria levar o café. Vai tu, eu não vou,vai tu....Vá la a Dra!
Eu sempre fui tímida e com uma dificuldade enorme de manter conversas formais, acabei por ir contrariada mas lá fui pelo corredor equilibrando o café a pensar o que havia de dizer sem que nada de adequado me viesse à cabeça.
Vi-me em frente do senhor engenheiro e disse:-
ENTÃO SR ENG A SUA MÃE?
E quando ele incrédulo se preparava para me dizer que a mãe tinha morrido, eu atalhei e disse:-
LÁ SE FOI...
"A SUA MÃE"???
Excluir"LÁ SE FOI..."????? Ahahahahahahahahahah Ahahahahahahahahahah Ahahahahahahahahahah
Ahahahahahahahahahah
Ahahahaha tu davas na fruta naquela altura, não??!
ResponderExcluir(Em teu abono confesso que sou, ainda hoje, perita nesse tipo de calinada "loira")
Dava. Dava e muito.
ExcluirPor indicação médica por causa daquilo das gengivas. :D