segunda-feira, 2 de junho de 2014

Disso da desigualdade de géneros ou venham de lá esses calhaus...

Disclaimer: Antes que me apareça aqui alguma alminha a deixar comentários como se eu fosse uma criança de cinco anos com atraso de desenvolvimento, apraz-me desde já esclarecer, sob compromisso de honra e mão no peito, que condeno veementemente qualquer tipo de violência, ou coação, física ou psicológica, intra- e inter-géneros. Mais ainda, considero que em nenhum momento a roupa ou comportamento (por muito provocador que seja) de uma mulher é justificação para uma violação. Sim, condeno com todas as minhas forças a questão do "Estava a pedi-las", poupem-me a essa parte que eu também sou mulher e, sim, também já senti medo por ser mais fraca.

Cientes que sou uma mulher adulta de 34 anos sem nenhum défice cognitivo diagnosticado, posso começar a expressar a minha opinião? Ora então muito agradecida.

Ele há de facto situações da desigualdade de géneros que merecem a nossa (das mulheres) maior atenção e mobilização. Falo de violência doméstica, falo de qualquer tipo de violentação, falo de molestação física e psicológica de menores, falo de exibicionismo (principalmente a menores); noutro campo falo de desigualdade salarial e de desigualdade de acesso ao emprego (muito por causa da possibilidade maternidade)... E vamo-nos ficar por aqui, ok? Vamos ficar por aquilo que temos em Portugal, senão tinha-me de alongar para burkas e condenações à morte por apedrejamento por suspeitas de infidelidade, por exemplo, e eu não quero, de forma alguma tirar relevo aos nossos dramas de país ocidental e civilizado. E isto sim, isto são problemas sérios. Isto são os problemas que devíamos combater para honrar aquelas que lutaram pelos nossos direitos.

O problema das fundamentalistas do feminismo, mulheres feitas e informadas, é que metem tudo no mesmo saco. Começam a falar de coisas sérias, mas a dada altura já estão a falar de que se alguma mulher é uma chefe implacável é logo apelidada de mal-copulada* (como se um chefe-homem "brando" não fosse automaticamente apelidado de "vulvas"**), ou como daquela vez que levavam um decote que deixava ver a alma ouviram uma boca dos homens das obras, ou de como dói fazer a depilação que ai a sociedade exige tanto de nós mulheres... 

Isto é ofensivo! Isto é ofensivo para toda e qualquer mulher que já tenha sido violentada ou coagida e que já tenha sentido medo e sido agarrada e arrastada e mordida... Uma mulher adulta ouvir um piropo, quando muito, é chato; aquilo que descrevo -  e que nos devia preocupar e ser tratado de forma séria sem folclore em redor - é um drama.

Para mim, enquanto mulher, é ofensivo haver cotas nos assentos parlamentares. É ofensivo ser-se obrigado a escolher alguém só porque tem um pipi e não pela mais valia que as ideias dessa mulher (pessoa) trarão à discussão e ao País. Para mim isso é machismo. 

Para mim é ofensivo, no ano passado, em pleno auge da crise económica, com os níveis de desemprego a atingirem valores históricos, com os salários e as pensões a serem reduzidos a menos de 3/4, um partido com assento parlamentar vir propor a discussão da criminalização "do piropo e do assobio"... Como se não houvesse nada de mais urgente a tratar, com muito boa gente a passar fome... E se isto não é fundamentalismo e andar com uma pala nos olhinhos façam favor de me elucidar sobre que raio se passa naquelas cabeças.

Finalmente, e agora sem rede que aqui cada um lê o que quer e em querendo põem na minha boca as maiores atrocidades, se é para generalizar façamo-lo com força... Acho graça como as feminista fundamentalistas acham que o género feminino é, em toda a sua extensão, ostracizado relativamente ao masculino. Pois... Eu não acho! Acho sim que na base da causa cultural, que o é sem dúvida (só em 1976 é consagrada na constituição a igualdade de géneros), está uma base biológica. Sendo a civilização recente e os indivíduos do género M fisicamente mais fortes que os do género F, obviamente as coações violentas surgem nos indivíduos M entre si, nos F entre si, e dos M sobre os F. Ponto. Os homens são mais fortes e, por conseguinte, com uma base fisiológica que evoluiu para uma questão cultural, são os homens que violentam as mulheres. [NÃO ESTOU A DIZER QUE DEVE SER ASSIM, OUVIRAM BEM?? EU ESTOU A DIZER QUE É, NÃO ESTOU A DIZER QUE PERCEBO OU ACEITO... PODEMOS PASSAR ESSA PARTE?] Por isso mesmo se diz que as mulheres são o sexo fraco, porque são fisicamente mais fracas. A igualdade de géneros é, por isso, uma utopia. Por outro lado, por serem fisicamente mais fortes, é aos homens que é exigido fazer trabalhos fisicamente mais exigentes e perigosos, como, por exemplo, trabalhar em minas (e morrer passados 10 anos com cancro) ou ir para a frente de batalha em países que estão em guerra. (Sim eu sei que também há mulheres militares e que milhares de mulheres sofrem horrores com a guerra sendo violadas pelas tropas, supostamente da paz; escusam bem de me mandar outra vez ler a revista da AMI, que até pode parecer que não mas dá-se o caso de eu não ser muito estúpida. Não tenho é paciência para escrever o óbvio, mas isso são outros cinco tostões.) 

Além disso, se fossemos assim tão mal tratadas na nossa sociedade (vamos recordar que me estou a restringir ao nosso universo português, ok?) toda e qualquer mulher, quando questionada, afirmaria que preferia ter nascido homem. Pois bem... Tenho sérias dúvidas que chegue aos 15% a percentagem de mulheres com esse sentimento. Mas lá está, isto é só um palpite meu que não percebo nada destas coisas...


* Sim, porque parece que dizer palavrões é só cool para alguns; para outros é nitidamente falta de educação e de berço.

** O que eu queria escrever era "conas", mas lá está, temo não me ficar bem...

28 comentários:

  1. Nm, Nm... O BE nunca quis propor a discussão da criminalização "do piropo e do assobio", este assunto esteve em debate na universidade de verão deles. E para mim faz tanto sentido como o assédio sexual/verbal no trabalho. É moralmente questionável que isto aconteça por parte de um colega, mas se for na rua já é algo totalmente diferente e aceitável?
    Se há coisas mais importantes? Claro que há, mas se fosse só debatido o que é urgente e prioritário os debates públicos restringiam-se "a um tom monocórdico".
    E não, não concordo que seja uma prioridade para um partido político, e eles também tinham esta noção, daí ter sido discutido na Univ. de Verão.
    Sou feminista a NM também o é, e concordo consigo os maiores problemas são causados pelas fundamentalistas (é assim em tudo)

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    1. Até dou de barato que tenha percebido mal isso do BE. É que eu tenho um problema com o bloco (com o PCP não atenção), é que eles falam e a mim só me apetece fazer como os putos: pôr as mãos no ouvidos e começar a gritar lá-lá-lá-lá-lá....

      (E não era uma questão de haver coisas mais importantes... Estávamos (estamos?) em estado de emergência nacional...)

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    2. Não estou a dar uma de defensora do bloco (apesar de ser de esquerda) porque eles conseguem dar "uma no cravo outra na ferradura" mas adiante... Estamos em estado de emergência, mas não é por isso que deixamos de debater o que quer que seja (por esta ordem de pensamento, nem sequer deveríamos debater o estado da nação,porque existem x países em condições bastantes piores, etc etc) e a questão do piropo não foi de relevância, isso foi devido à comunicação social que entre tanta coisa que foi discutida conseguiram dar importância ao que menos importava e deturpar a notícia.
      E sim, muitos do bloco quando começam a falar só dá vontade de dizer "la la la não te estou a ouvir"

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    3. Sim, eu já disse que dou de barato o "empolamento" da questão. Na altura fiquei deveras irritada mas acredito que sim, que tivesse havido aproveitamento mediático. Já não concordo é com aquilo do "(por esta ordem de pensamento, nem sequer deveríamos debater o estado da nação,porque existem x países em condições bastantes piores, etc etc)"... Estamos a passar por um dos períodos mais críticos da nossa história recente, em que as coisas não se resolvem por si só... Acho que tinha sido importante estarem todos empenhados na mesma causa...

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  2. Às tantas é melhor sair daqui de fininho, deve estar quase a chegar a inquisição do feminismo fundamentalista, ainda me chamuscam os Prada, e isso é que não!
    (já te disse que gosto de ti?)

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  3. ÁMEN.
    (Não é preciso dizer mais nada.)

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  4. Para mim o problema dos piropos resume-se a isto: uma mulher sai com determinada roupa mais provocante e espera despoletar determinadas acções em determinadas pessoas. Não gosta do piropo "à trolha" quando passa nas obras, mas se calhar gosta do olhar daquele colega giro do escritório que está "debaixo de olho" há algum tempo. Ou vai discutir um trabalho na faculdade e dá jeito uma nota mais alta, que o professor não é cego nem nada. Não me venham com hipócrisias. A arte da sedução é antiga e qualquer mulher, querendo, a sabe dominar. Isto para dizer que concordo com o que escreveste.

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    1. O problema é que entre o piropo e a agressão verbal há uma linha muito ténue...

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  5. Não concordando em absoluto com nenhum dos lados, feministas fundamentalistas e desempoeiradas progressistas, e esquecendo por momentos os países de 3º mundo com culturas assumidamente de domínio dos homens sobre as mulheres, quero apenas dizer-lhe que para mim, enquanto mulher, me incomoda de sobremaneira não ter liberdade para andar na rua descansada onde quero e às horas que quero. Do metro (Lx) até minha casa tenho de caminhar cerca de 10, 15 minutos, já cheguei a sair do metro as 22h e apanhar um táxi para fazer um trajecto de 15 minutos no máximo a pé porque não é garantido que possa fazer descansadamente o caminho para casa sem ser incomodada. E não moro num bairro problemático nem ando praticamente despida na rua...não "ando a pedi-las", portanto.

    Se vocês não acham desagradável passar na rua e ouvir um "linda" sussurrado atrás do ouvido, se não acham incómodo passar um carro ou carrinha 3 ou 4 vezes à vossa frente a fazer gestos obscenos, se não acham que os piropos de desconhecidos na rua são nojentos, eu acho. Eu já passei por tudo isto (que, admito, em termos de gravidade e atentado à minha integridade física e segurança é zero) e senti-me mal, senti-me incomodada e reduzida a um pedaço de carne. E acho que tenho o direito de querer viver numa sociedade em que isto não acontece.

    Pode considerar-se que sou eu que sou uma mariquinhas ou que me armo em vítima sem razões para tal (porque de facto, felizmente, não tenho nenhuma história má para contar, mas sei de muitas, tal como todos nós sabemos que elas existem), mas nisto não cedo - qualquer mulher tem o direito de ser livre, e direito de repudiar e condenar os abusos, nem que seja um mero olhar lascivo de um qualquer homem, em qualquer lugar que seja.

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    1. Em primeiro lugar eu não sou um desempoeirada progressista e sou uma caguinchas de primeira apanha. Também já cheguei a casa com as pernas a tremer por ter medo de ser atacada e também gostava muito, aliás acho que devíamos ter o direito, de viver onde pudéssemos andar à vontade; homens e mulheres.

      De resto, agradeço-lhe muito o comentário por abordar uma questão sobre a qual me esqueci de escrever. A verdade é que há uma linha muito ténue entre um piropo (um assobio que vem de um andaime) e uma agressão (obviamente que não incluo roçarem-se em mim e segredarem-me o que quer que seja ao ouvido na categoria de piropo). Tal como o perseguir alguém de carro, nem não que se faça mais nada. Isso para mim é agressão ou coação psicológica e nada tem a ver com aquilo que eu interpreto como piropo. Isto é que é o ponto fulcral da questão.

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  6. Bem; devemos reconhecer que há certos piropos, que tanto pela desigualdade social, cultural e educacional de quem os profere como pela classe de quem os recebe, rebentam com a auto estima de qualquer uma.
    Mas um piropo é um piropo, assim como um diálogo é um diálogo, e a mulher inteligente assimila-o de acordo com o estatuto de quem o profere ou de com quem dialoga.
    Agora, insurgir-se e gritar de revolta apelando a exterminação masculina porque o trolha lhe elogiou as exuberâncias, ora ora, faltava mais.
    Daí eu considerar que há posts muito despropositados, ou de timing muito desaconselhado, considerando a canícula que se aproxima mais rapidamente e em força que nem o Benfas a desbastar a oposição.
    Como fazer, como irão sobreviver as Belas puritanas se , (muito a contragosto, eu sei) Já vem de longe o reconhecimento universal de que os trapos vão saindo na proporção do calor que vai entrando.
    Talvez a emigração para a Islândia seja uma possibilidade a considerar, agora que está muito na moda a sugestão migratória para escapar às garras predatórias.
    De outro modo, não estou a ver, não. E isto só para falar nos...globos de ouro porque se vamos para o resto, que é como quem diz, o todo feminino; ai ai, vão sentir-se muito infelizes, vão.

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    1. ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah "e em força que nem o Benfas a desbastar a oposição." o meu amigo OCorvo tem de facto um piadão... ;)))))

      (A questão terá a ver com aquilo que escrevi em cima sobre quando é que um piropo deixa de ser um piropo para passar a ser uma agressão...)

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  7. Vim aqui de propósito para ver se conseguia entender melhor o seu ponto de vista, mas fiquei na mesma.
    Vou saltar o resto do post, quer com o que concordo quer com o que não concordo, senão nunca mais daqui saía e vou só tentar esclarecer uma coisa que me está a intrigar particularmente. sim, os homens são fisicamente mais fortes. Sim, eles enfrentam problemas que nós enfrentamos em muito menor escala, como ter de ir para a guerra ou transportar pedras. Sim, biologicamente as coisas são diferentes e e muito provavelmente a igualdade nesse sentido nunca será alcançada. Sim, como eles são mais fortes é expectável que eles sejam o atacante e nós a vítima. Mas e agora quê? Em que é que isso faz com que eu tenha de aceitar de forma mais leve que me venham sussurar barbaridades? (e eu nem uso decotes ou saias curtas, porque já sou alvo suficiente de barbaridades mesmo com t-shirt até às clavículas E ás vezes até gostava de usar..) É uma coisa do género de "olha eu tenho mamas e este porco achou que se podia manifestar sobre elas, que nojo, mas pronto, ele também trabalha nas obras e eu não, por isso estamos quites e está bem. "? ou "olha eu tenho mamas e este porco achou que se podia manifestar sobre elas, que nojo, mas pronto, ele é mais forte e por isso isto é expectavel. Deixa-me então aceitar."? Porquê é que porque ele carrega pedra eu hei-de deixar de me sentir à vontade para usar vestidos acima do joelho? Ou há aqui qualquer coisa na argumentação que eu não estou a compreender? ( e esta é uma pergunta completamente honesta, porque não consigo acreditar que esteja realmente a defender que por sermos fisicamente mais fracas temos de nos sujeitar, são coisas da vida).


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    1. Navajovsky, acredite que a minha vontade é nem se quer lhe responder por, apesar de todos os disclaimers que pus no posts, me vir com tretas como: "olha eu tenho mamas e este porco achou que se podia manifestar sobre elas, que nojo, mas pronto, ele também trabalha nas obras e eu não, por isso estamos quites e está bem. " ou " não consigo acreditar que esteja realmente a defender que por sermos fisicamente mais fracas temos de nos sujeitar"

      como se eu fosse uma atrasada mental capaz de achar esse tipo de coisas.

      As coisas são como são e eu sou uma mulher de 34 anos, inteligente e informada. Se quiser manter a discussão nesse nível tudo muito bem, caso contrário é seguir caminho, ok?

      Mas bom, a ver se nos entendemos e vou manter as coisas simples que já percebi que leu o post na diagonal (se leu) senão já tinha percebido o que eu quis dizer e não me viria com esta conversa. (É que eu parto do princípio que as pessoas que me lêem são inteligentes e não que são estúpidas, mas lá está cada um sabe de si e para quem está habituado a falar.)

      Os homens são mais fortes, certo? Obviamente as vítimas de violência serão sempre mulheres (e quanto à minha opinião sobre isto nem precisa de se cansar muito, basta ler as caps). O que eu digo é que o "serem mais fortes" lhes traz outro tipo de desvantagens sociais como trabalhos pesados onde correm risco de vida. Ponto. Se quiserem eles também se podem queixar de que, por serem fisicamente mais fortes, têm a vida mais dificultada. Não somos animais e calha de a força não ser necessariamente uma vantagem.

      Agora leia lá o post e se tiver mais dúvidas volta perguntar que eu terei todo o prazer em responder logo que não me venha cá com sobrancearias, ok?

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  8. "O que eu digo é que o "serem mais fortes" lhes traz outro tipo de desvantagens sociais como trabalhos pesados onde correm risco de vida. Ponto. Se quiserem eles também se podem queixar de que, por serem fisicamente mais fortes, têm a vida mais dificultada. Não somos animais e calha de a força não ser necessariamente uma vantagem. "

    extremamente de acordo. A minha questão era: o que é que isto tem a ver com a violência sexual contra a mulher ou em que é que a invalida?

    Li o post todo, sim. Ainda assim não percebi porque surgem este tipo de afirmações no meio de uma discussão sobre a violência sexual. Não lhe chamei atrasada mental em lado nenhum. Estou-lhe simplesmente a colocar questões. Na verdade a NM é que me está a chamar atrasada mental a mim.












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    1. " Na verdade a NM é que me está a chamar atrasada mental a mim."
      Navajovsky, por aí não vou. Quer ultrapassar isso e continuar a conversar ou ficamo-nos por isto mesmo?

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    2. Eu respondo-lhe na mesma que não quero que fique amuada comigo ou a pensar que estou a fugir a questão. (E sabe bem que eu não lhe chamei nada disso.) Não invalida em nada. A única coisa que digo é que não é só o género feminino que, em querendo, se pode vitimizar com a questão da violência (que CONDENO). Também os homens se podem vitimizar. (No fundo tem tudo a ver com o último parágrafo...)

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    3. Era isso que eu queria esclarecer! O que eu acho é que sim, eles também podem ser vítimas, claro. Há espaço para a discussão da violência (sexual ou outra) contra os homens e eles devem queixar-se tanto quanto nós sempre que o sofrerem. Mas isso não serve como resposta directa às nossas queixas, e não deve ser misturada com elas como se as amenizasse. Porque os problemas deles, reais e existentes, não tiram a legitimidade aos nossos. E é essa a ideia que passa quando se responde a uns apontando a existência dos outros. Era isso que eu estava a tentar dizer no meu primeiro comentário.

      Pronto, era só aqui que eu queria chegar, não sei como raio fiz para a chatear tanto inicialmente. Não era, mesmo, a intenção.

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    4. Ontem estava irritada contigo por causa do outro comentário lá no horas-perdidas e por isso fui bruta como as casas. (Obviamente que eu nunca poderia pensar aquilo que escreveste... Que besta o faria, caramba?) Mas bom... Ontem foi ontem e foi do caraças.

      Não, não tiram legitimidade aos nossos. Mas não é só o nosso género que tem "fragilidades" sociais é o único que eu digo (e não é à violência que me refiro). Nem tão pouco estou a defender os homens. O que eu digo é que a nossa fragilidade se nos põe em risco por um lado, tira-nos riscos por outro, percebes? É só o que eu digo. E é um facto e não o pretendo usar como nada. É só uma coisa que me apeteceu dizer, eu que não me sinto vítima do meu género. Só isso. Mas sim, (e estas caps não são para ti) AS MULHERES NÃO TÊM QUE ACEITAR SER VÍTIMAS DE RIGOROSAMENTE NADA, EU NÃO ACHO QUE AS COISAS DEVEM SER ASSIM E QUE NÃO SE DEVE LUTAR CONTRA ISTO. DEVEMOS SIM, MAS SEM FOLCLORE E VITIMIZAÇÕES BACOCAS.

      ESCUSAM BEM DE CÁ VIR PÔR PALAVRAS NA MINHA BOCA QUE JÁ DEI ONTEM PARA ESSE PEDITÓRIO.

      (Desculpa Navajovsky, mas aproveitei a embalagem do teu comentário que estou sem tempo para mais.)

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  9. bom, acho honestamente que me chamou de atrasada mental, embora não directamente, ao responder "É que eu parto do princípio que as pessoas que me lêem são inteligentes e não que são estúpidas, mas lá está cada um sabe de si e para quem está habituado a falar." a uma honesta questão minha. Mas não liguei muito e só o mencionei em resposta à sua própria menção. E mesmo tendo achado que fui chamada de tal ignorei porque estou mesmo, honestamente, interessada em ler a resposta dado que ainda não percebi a relação de uma coisa com a outra. Não estou a tentar arranjar uma discussão. Fiz uma pergunta, estou à procura de uma resposta

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    1. Ah foi por isso?? Então... (Agr estou no tlm e dá mt mau jeito escrever... Amanhã respondo condignamente do PC, ok?)

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    2. Lamento que tenhas interpretado dessa forma. Não foi isso que eu quis dizer (às tantas expressei-me mesmo mal). O que eu digo é que estou habituada a lidar com pessoas inteligentes (que partem por exemplo, do princípio que não pactuo com qualquer tipo de violência) e que por isso escrevo saltando as partes "básicas". Se estivesse habituada a lidar com gente limitada (ou a escrever para grandes audiências onde há de tudo: espertos e não espertos) tinha de começar pelo bê-á-bá e explicar tudo muito direitinho e desde o início.

      De resto disse que tomando-te por uma pessoa inteligente e ainda teres essas dúvidas seria porque não tinhas lido ou o post ou o tinhas feito na diagonal... (Presumindo que eu tinha sido claríssima naquilo que escrevi, obviamente! :DDDD)

      A sério, não foi de todo a minha intenção insultar. Espero que isso tenha ficado claro.

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  10. Bem, eu sou mulher. Respondendo à pergunta: sim, prefiro ser mulher, mesmo com todas as condicionantes do meu sexo. Gosto de ser mulher. Portanto... não sou assim tão mal tratada, não. Sou só mal tratada, o que para si parece estar bem. Obrigadinha! Mais do que por existirem homens que são umas bestas, é por existirem mulheres como a NM que eu sou só... mal tratada, e não assim tão maltratada. Nunca fui violada, fui "só" apalpada, alvo de bocas porcas, de perseguições, de olhares nojentos. Coisas que a si não lhe fazem impressão, a mim obrigam-me a pensar muito bem por onde vou, a que horas vou e como vou. Mas lá está: como não prefiro ser homem é porque afinal até nem é assim tão mau, sou uma exagerada a fazer-se de coitadinha.

    Helena

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    1. Taliqual... A síntese perfeita daquilo que eu disse.

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  11. Não comento nunca em blogues. Gosto de ler, divirto-me a ler, e concordando ou não, a minha opinião fica para mim uma vez que não acrescenta valor. Eventualmente poderá retirar valor e nesse sentido efectivamente mais vale tar calada. Quaquer burro (a) calado faz figura de esperto.

    De resto hoje apeteceu-me nomeadamente neste comentario sem ponta de jeito, na minha opinião, claro está.

    Sou mulher, 35 anos, instruida, viajada e essa catrefada de coisas giras que as mulheres emancipadas e frageis fazem (peço desculpa a ironia, mas é mais forte que eu)!

    Altero os meus percursos muitas, consoante a hora ou consoante a área onde me vou movimentar. Mas está relacionado com o medo de ser assaltada. Confesso que não me assola o pensamento da violação, mais rapidamente e sempre penso em assaltos. Assaltos = puxao de carteira, apontar armar para levar relogios e joias e afins, apontar armar e ir ao MB levantar dinheiro, etc. Ao dia de hoje preocupa-me e muito a minha integridade fisica, e material tambem (afinal custa-me a ganhar).

    Pessoas dementes esta o mundo cheio. Com visões retorcidas e esquisitas da vida, com conceitos diferentes do certo e do errado. E como li ja nao sei onde, nao vou de rolex para chelas nem de cachecol do benfica para o meio dos superdragoes (desculpe o autor por nao o identificar, mas nao me lembro quem sera). Da mesma maneira que nao venho trabalhar artilhada de pulseiras e de batom cor de rosa, os meus colegas machos nao andam de t-shirts de alças e de havaianas. Existem regras de convivencia e de saber estar em sociedade que estao implicitas.

    Diria que ja se perdeu o fio a meada e é uma cambada de egos, a ver quem dobra qual, e ja com assuntos acessorios.

    Não é não. Sempre e em qualquer situação. E uma agressao será sempre uma agressão. E uma mulher que ande com 1 bruta mini-saia justa, com 1 bruto decote não esta a pedir nada. A estetica pessoal, o como se veste é esse e tem direito. Mas como em tudo na vida ha quem goste mais e quem goste menos. Isto nao a transforma em alvo ou deveria, no meu sentio estético, entra na categoria de bardajona, (e quantas de nos nao fizemos ja comentarios depreciativos destes), mas CLARAMENTE NÃO É MOTIVO NEM RAZAO PARA SER AGREDIDA SEJA DE QUE FORMA FOR.

    Acho que ja me perdi, mas claramente ja se discute o acessorio, e existe uma vitimização exagerada. Porque vitimas estao no Médio Oriente, tribos de africa, aos pontapes. Por ca, e sinto muito quem esta nessa situação temos a violencia domestica que é dramatica e situações extremas como a da Carolina, mas a historia dos piropos e achar que vou ser violada a cada esquina??

    nem sei que diga, acima de tudo é por ai, conseguiram-me tirar as palavras.

    NM desculpa a invasão desta anónima, parabens pela postura e comentarios em todos os blogues, mas apenas me parece que isto tudo ja anda a roçar o ridiculo!

    Marta


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    1. Ai Marta... Obrigada! A sério, muito obrigada. Já estou sem forças para escrever sobre este assunto... Conseguem-me calar por exaustão...

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