quinta-feira, 24 de julho de 2014

Palminhas para a Primark!*

Bangladesh factory death toll could reach 1,400: Primark says it will compensate families of killed and injured

Grim search: Around 3,000 workers - mainly young women - had gone to work in the eight-storey building last Wednesday morning, despite huge cracks appearing in the walls the day before

The hidden face of Primark fashion



Sim, sei que marcas de roupas caras também fabricam no Bangladesh e na Índia, dizem que nas mesmas condições sub-humanas. 

Agora não me lixem... Na nossa boa fé, podemos achar que ao pagar 30€ ou 40€ por uma t-shirt "Made in Bangladesh" estamos a comprar um produto que foi feito sob condições de segurança e justiça salarial... Ao comprar um t-shirt de algodão, estampada e com botões por 1,50€ (UM EURO E MEIO), como eu já lá as vi, sabemos que só podemos estar a pactuar com escravatura...

Sim, sei que encomendam em grande escala... Mas algodão é algodão, um euro e meio é um euro e meio e o Bangladesh é um país subdesenvolvido que fica do outro lado do Mundo...

Sim, já comprei roupa na Primark. Não me orgulho de o dizer e fi-lo, de todas as vezes, com sentimento de culpa... Mas sim... Comprei muito poucas vezes, mas comprei. E sim, também pactuei! 

Mas uma coisa é certa... Por mais ideias de marketing que tenha, nunca a marca terá a minha admiração (que me perdoem os cadeirantes).


* Post sarcástico. 

37 comentários:

  1. Um, dois três, mil provadores para cadeirantes que sejam, nunca poderão justificar a escravatura, o trabalho infantil e outros tantos atentados contra a dignidade e condição humana de que são vítimas aqueles que trabalham para que as t-shirts cheguem a 1,50 € ás tais lojas com provadores para cadeirantes.

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    1. É o que eu acho... Principalmente quando muitas dessas iniciativas são simlesmente manobras de marketing.

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  2. Atirar areia para os olhos.
    Cobrir o sol com a peneira.

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  3. Vocês também são cá umas esquisitas. Mas o que é que a exploração infantil interessa quando há roupa baratinha e provadores para cadeiras de rodas?

    Chatas pá.

    *Comentário sarcástico (Just in case)

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    1. Ainda bem que avisaste isso do sarcasmo... Estava a ler o comentário e já estava a ficar nerbiosa... (Para a próxima põe logo no início, ok?)

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    1. Eu já... Nunca comprei nada para mim. Mas para os miúdos já. Foi antes de saber aquilo da CNN, mas já... (Sê muito bem-vinda :) )

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  5. Por vezes pergunto-me: - Será que têm cérebro?

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    1. Cérebro terão, já estrutura... Não, estrutura não têm! A menos que... Sabes aquela coisa do antes falarem mal que não falarem?... Será? É que, caso contrário, começo também a ponderar isso do cérebro...

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  6. não percebem que o que interessa são os coitadinhos e os pobrezinhos deste "mundo"? são estes que lêm os blogs, ou pensam que os coitadinhos e os pobrezinhos do Bangladesh na hora de almoço vão à net para passar o tempo?

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    1. É isso é... Os outros estão muito longe, não é? Uma pessoa até se esquece deles...

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  7. Não gosto da palavra cadeirantes. Não gosto e pronto.

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    1. Rima com pardiantes...


      Estou só a ser palhacinha, ok? Não é para ofender ninguém, tá?

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    2. Vi há uns anos uma telenovela brasileira (cof cof...) em que a protagonista era "cadeirante" e pensei que era o termo brasileiro para "pessoa-em-cadeira-de-rodas", mas confesso a minha ignorância total no tema porque não conheço ninguém que precise de uma cadeira de rodas para se deslocar...por isso até pode ser o termo adequado :p

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    3. Eu ignorante me confesso, nunca tinha ouvido tal termo. Mas como veio de alguém supostamente informado tomei-o como o correcto. (E às tantas será mesmo, não sei e ainda não tive oportunidade de me esclarecer.)

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  8. Cara metade gosta de lá passar uma horinha de cada vez que lá entra. Eu prefiro ficar no café a ler qualquer coisa!

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    1. Is homens e as lojas, as lojas e os homens... (E eu nisso sou homem, então.)

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  9. "Pelo menos 238 mortos em prédio que fabricava roupa para a Primark e Mango"

    Só um exemplo... a Mango tem roupa bem mais cara que a Primark. E agora?
    Eu gostava da Mango, era para mim, uma das melhores lojas onde gostava de comprar roupa. As condições de trabalho acabam por ser as mesmas para quem trabalhava para a Mango e para a Primark.


    Outro exemplo (de marcas que por lá operam - Calvin Klein e Primark têm preços muito diferentes também):
    " Inditex, H&M, C&A, Carrefour, Primark/Penny, Tesco, PVH (Calvin Klein), Tchibo, Benetton, El Corte Inglés, Mango, Mark & Spencer, Next, Stockmann, N Brown Group, GStar, KIK, Aldi South, Aldi Noth, Helly Hansen, New Look, Mothercare, Loblaws, Sainsbury's, JBC, WE Europe, Esprit, Rewe, Lidl, Hess Natur, Switcher , A&F."

    E não esquecer que estas marcas (nada baratas) não aceitam assinar um acordo para melhorar as condições: "Walmart, GAP, Auchan, Nike, Ralph Laurens, Adidas e outras grandes empresas optaram por não assumir esse compromisso."
    Ou seja, a Primark (que está a ser demonizada) aceitou assinar um acordo para melhorar as condições - entre várias outras - mas estas grandes não aceitam.

    Ps: Não defendo a Primark simplesmente acho parvo estarem a fazer boicote por ser barato (parece-me um bocado preconceito de pessoas pseudo-endinheiradas) mas depois fecham as palas como os burros para que não vejam que as outras grandes marcas fazem o mesmo. Eu deixei de comprar na Mango depois disto e passei a comprar quase tudo na Salsa. Mas eu posso. E quem não pode? Deve ir antes comprar GAP em vez de Primark? É que a GAP, Adidas, etc nem sequer querem assinar um contrato para melhorar as condições (sub-humanas) que dão ao seus trabalhadores.

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    1. Ora vamos lá ver, as diferentes marcas fabricam em diferentes países. (A Zara fabrica muito, mesmo muito - quase todos os algodões, em Portugal, sabia?) E no mesmo país haverá fábricas e fábricas, condições e condições. E a verdade é que eu não tenho como saber as condições em que essas marcas mandam fazer os seus produtos. Mas de uma coisa eu tenho a certeza, é impossível fazer roupa tão barata sem recorrer à escravatura. Não tem como... Sei que há pares de meias a chegar cá a 8 cêntimos o par... OITO CÊNTIMOS!!...
      Quanto às pessoas que não têm dinheiro... Olhe... Ainda ontem fui a uma loja aqui da rua comprar roupa interior para o meu bebé. Sabe quanto paguei por um body de algodão? 3.5€. Made in Portugal.

      E sabe outra coisa? Nas vezes em que entrei numa Primark, não vi propriamente gente com aspecto de pobre... Vi muitas mães na zona das crianças (não, não me pareceram necessitadas), mas na zona de mulher não havia mulheres com aspecto de pobre... Havia árvores de Natal, o que é um bocadinho diferente... Se eu quisesse ter 325 peças de roupa novas na mesma época, pois lá teria que ir à Primark sim... Não vamos tapar o Sol com a peneira, não?

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    2. Não estou a tapar o sol com a peneira NM. Acho que quem está é mesmo a NM.

      Há empresas que fabricavam precisamente na mesma fábrica (uma delas a Mango), que também recorrem à escravatura. Não me interprete mal porque, no meu entender, deviam todas ser proíbidas de o fazer. TODAS.
      A mim irrita-me é atacarem só a que vende a roupa mais barata porque ouras, quer façam lá a roupa toda ou só parte da mesma, também recorrem à escravatura.

      (Eu não inventei os dados acima, fui buscá-los a sites de noticias.)

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    3. Por exemplo, a Nike sub-contrata empresas e essas contratam com condições de escratura. A Nike nem sequer pode ser responsabilizada por isso.

      No entanto peças da Nike ficam entre os 50€-100€.
      NM se fica mais descansada porque dá mais dinheiro e acredita que, por isso, já tiveram mais condições então ainda está a querer tapar mais o sol com a peneira. Isso é basicamente dizer que não há problema escravizar desde que depois pague mais (para campanhas, para marketing, etc) - não para os pobres.

      Eu depois de saber dessas coisas procuro "made in portugal" mas ainda não encontrei nada que fosse tão em preço como a NM referiu. Só encontro bodys de 10€ para cima (nas lojas locais, por exemplo).
      Apesar de cá também não terem condições excelentes, pelo menos não são escravizadas (creio eu).

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    4. Olá. Desculpe a demora na resposta. O "tapar o sol com a peneira" foi por ter dito que a primark servia quem não tinha dinheiro... Não tenho nada essa ideia. Acho sim que, no que às senhoras diz respeito e de uma forma geral, serve aquelas que querem ter muita roupa. Pelo menos é o que me parece do que vejo. E a feira está cheia de roupa barata, muito barata, quase tão barata como a da Primark, made in Portugal. De resto é como lhe disse, a inditex fabrica muita coisa cá. Fabrica fora (e sim não sei em que condições) mas tb fabrica cá, certamente porque os preços que pratica lho permitem. A primark não tem essa margem. Eu não percebo como é que se consegue pôr roupa tão barata no mercado. Ultrapassa-me!...

      De resto, para roupa barata de bebé feita por cá procure maiorista, Blue Kids ou Bebé Lindo.

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    5. Só mais uma coisa, isso do "Isso é basicamente dizer que não há problema escravizar desde que depois pague mais (para campanhas, para marketing, etc) - não para os pobres." é uma interpretação fantasiosa daquilo que eu disse. E tentarem pôr coisas na minha boca é coisa que me aborrece. Sabe bem que isso está a anos-luz daquilo que eu penso...

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    6. NM eu interpretei aquilo que disse ao afirmar que preferia dar mais porque a probabilidade de terem sido feitas com melhores condições seria superior. Mas não é. Porque se o dinheiro for utilizado para campanhas e marketing e não para combater a escravatura e melhorar as condições é exatamente a mesma coisa ou até pior.

      Quanto à Primark provavelmente no caso das mulheres terá razão mas no caso das crianças não concordo. Se realmente anda na feira (eu já tive a infelicidade de ter uma a ser feita à porta da minha antiga casa) os preços de roupa eram extremamente exagerados - 15/25€ para camisolas e 25/50€ por calças e quando se vai a ver as eram "made in china"/"made in bangladesh"/"made in indonesia". Os únicos que escapam era a zona dos "ciganos" e lá todos temos noção que as peças são compradas ao desbarato e é quando são compradas, por isso discordo de si nessa questão.


      Quanto à Inditex e Nike, etc eu não duvido que cá fabriquem (desconheço as condições mas acredito que não sejam de escravidão) mas o facto de passarem impunes por fabricarem parte dos materiais com base na escravatura não me parece bem. Da mesma forma que me incomoda tremendamente saber que a GAP, ralph lauren e adidas que são marcas extremamente caras para a maioria das carteiras terem o desplante de, para além de recorrerem à escravatura, se recusarem a assinar protocolos para melhorar as condições. Assim como a Nike me mete tremendamente confusão por arranjar subterfúgios para conseguir escravizar sem sequer poder ser considerada culpada pelo mesmo.

      A mim, mete-me mais confusão essas "grandes" marcas fazerem-no precisamente porque têm um grande capital, um enorme lucro, terem donos multimilionários e campanhas multimilionárias mas depois usarem a escravatura como meio para conseguir atingir ainda mais lucros. E aqui inscrevo também a Primark e todas as outras, simplesmente não a considero a pior. Para mim as piores são as que vendem as peças caras, com preço suficiente para dar um bom ordenado a quem as produz e não o fazem pela sede de dinheiro e ganância pura.

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    7. Caramba que quase deixava passar este comentário...

      Eu percebo o que diz, percebo mesmo... Mas também acho que não se deve meter tudo no mesmo saco... A Metro fabrica em Portugal, a Gant também... E há montes de marcas portuguesas que tb fabricam cá: a lion de porches, a sacoor, a globe... Não é assim também dificil encontrar roupa made in portugal... A Vertigem é muito barata e a roupa é toda feita cá... A da October ou da cortefiel é maioritariamente feita em Espanha... Há opções para quem queira vestir Made in U.E.... Também não se pode encolher os ombros e dizer que é tudo igual, até porque não é... Ainda temos muita produção textil.. Tudo será uma questão de a aproveitar...

      (Obrigada pelos seus comentários.)

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  10. Acho que estás completamente errada quando pensas que lá porque vendem roupa mais cara, fazem tudo certinho. Nada mais errado! Não é o pobre lá do "outro lado do mundo" que ganha o dinheirinho, não. Esse, o patão mais pobre deles todos, ganha sempre o mesmo, independentemente se trabalha para um patrão mais ou menos rico, se para o mais rico. Não há diferença quase nenhuma seja, Primark, seja Mango, seja Zara, seja Nike.
    Não te deixes iludir!

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    1. Não sei se será bem assim... Sim, comprar roupas de marca não será garantia que foram produzidas nas melhores condições, mas comprar roupa quase ao preço de um café dá-me a certeza que têm de ter sido fabricadas com recurso a trabalho escravo. (A resposta de cima, diz mais um bocadinho daquilo que eu penso sobre isto... )

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  11. Não gosto de gastar dinheiro com roupa, mas também não gosto de pagar demasiado baixo, porque realmente abre-nos os olhos - só pode ser porque os trabalhadores são miseravelmente pagos.

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  12. Só venho para dar um beijinho à minha simpática professora porque nunca tenho tempo para muito mais.
    Sobre a Primark sabia umas coisas, mas nunca pensei que fosse tanto, e agora sinto-me uma criminosa porque também já lá comprei uns trapinhos, mas não compro mais, juro!
    Por felicidade até posso comprar um bocadinho mais caro, mas esta malvada obsessão de estar sempre a olhar para os eurios vai dar cabo de mim antes do prazo de garantia. :)
    beijinho.
    Carla M.

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