E... Foi pacífico! :)
Cumprimentei as funcionárias, perguntei pelas férias e pelas novidades... Fui espreitar a sala novinha em folha dos bebés, tratei de ver como era com as comidas e as fraldas e assim. Dei um abraço à auxiliar directamente responsável pelo Baby (que já foi a que ficou com o Jr. de 4 meses e que entretanto ficou amiga), escolhi a caminha que havia de ser a dele (os outros que tivessem chegado mais cedo se também queriam escolher) e fui embora à minha vidinha (quase) na paz do Senhor depois de fazer implorar o mais velho para não lhe dar mais beijos.
Tudo pacífico, portanto! Já quando foi do Jr.... É que nem consigo pôr em palavras o que senti ao deixar um filho de cinco meses com desconhecidos... Na altura até saí de lá composta, com os olhos vermelhos e tal, mas composta, mas mal fechei a porta do carro... Foi o bom e o bonito. Chorei descontroladamente. Que tipo de mãe era eu? Como podia eu deixar assim o meu bebé? Tratariam bem dele? Não arranjaria eu maneira de conciliar o trabalho e tratar dele? E se trabalhasse durante a noite e ficasse com ele durante o dia? Sim, sim, estava a começar a descompensar...
É que quando as crianças já se conseguem expressar, a partir dos dois anos ou coisa que o valha, uma pessoa sente-se mais segura porque, em princípio, conseguirá aperceber-se se qualquer coisa de errado se passar. Já com um bebé... Restará confiar... (Será o bebé estimulado? Será mimado? Passará o dia enfiado num parque? Pois... Restará confiar...) E eu confio! Agradeço ao criador não ter de passar por toda a angústia novamente. Já conheço a casa, já conheço as pessoas... E sinto que fica bem!
Depois fico a pensar que nem que não precisasse/quisesse trabalhar, provavelmente os inscreveria na mesma numa escola. Não os inscrevia aos cinco meses, nem aos seis, mas provavelmente aos dezoito meses iriam. Porquê? Porque eu quero que os meus filhos aprendam a sociabilizar com outras pessoas (crianças e adultos), a esperar pela sua vez, a respeitar o próximo e a lidar com a diferença... E isto, sozinha, eu nunca lhes poderia dar... Podia dar-lho em teoria, mas na prática não. Cresceriam sempre na redoma que é a nossa casa e as nossas pessoas e, acima de tudo, a minha asa (e como eu tenho uma grande asa...).
De resto, eu não espero nem procuro um infantário que embandeire em arco a exigência pedagógica (?) ou que ofereça aulas de latim e de esgrima. O que eu quero e preciso é que, no infantário, lhes sejam exigidas responsabilidades e, acima de tudo, lhes seja incutido o brio de fazer bem e o respeito pelo próximo. O que eu quero e preciso de um infantário é que me ajudem a criar homens de costas direitas, que não voltam a quem precisa. Eu não quero um infantário com um orgulho pedante no emblema (que, muitas vezes, mais não é que um brio bacoco no parque automóvel). Não quero. Não preciso disso. O que eu quero é outra coisa. Quero um porto seguro. Um porto seguro com regras, disciplina, e mimo, muito mimo! E até agora... Tenho uma casa de porta aberta. Tenho a verdade de o Jr. (aos dois anos) demorar 45 minutos a acalmar-se, depois de eu o deixar... Sim, podiam mentir-me e dizer que a coisa se resolveu em dois minutos, que foi mal eu virei as costas. Mas é esta verdade que, se me deixa de coração apertado por um lado, me dá confiança por outro. Aquela confiança que só se ganha quando nos dizem aquilo que não queremos ouvir.
Hoje deixei os meus dois filhos, um deles bebé, na escola às mãos de terceiros... Estou tranquila!
Vivo exactamente a mesma coisa que tu. Desde Segunda-Feira que o F. começou a frequentar a creche onde anda o irmão. O F ainda não tem 4 meses!
ResponderExcluirVale-me a confiança que lá deposito
É... Com o segundo é outra segurança...
Excluiré tão importante uma criança ir para um jardim de infância, realmente, aprender regras, dar-se com outros miúdos, etc, tudo aquilo que referiste! no verão tenho trabalhado num jardim de infância e às vezes nota-se quando eles vem de férias com os pais tem tendência a vir mais respondões e a não ouvir logo o que lhes dizemos, nota-se a diferença em algumas crianças. imagem agora se ficassem até irem para o 1º aninho sempre em casa, sem regras, a fazer o que querem e a ter o que querem. péssimo não é.
ResponderExcluirMas acho que um dia quando tiver eu uma cria vou ficar assim ao deixar o meu no infantário pela primeira vez ou na primeira semana, estou mesmo a ver ahah
Eu acho que sim... Seis anos "em casa" é muito muito tempo. o problema das férias é que eles perdem rotinas, é tudo mais "à balda", não há horários para dormir nem para refeições e quando são pequenos nem sempre sabem lidar com isso e ficam mais "desaustinados".
ExcluirAiiiiiiiiiiiiii... Já com o coração apertado! E a querer acreditar que me vai custar menos do que com a pipoca...
ResponderExcluirAcredita que custa muito menos! :)
ExcluirO meu na altura foi com 18 meses. Não foi logo aos 4 ou 5 porque ficou com a minha sogra, as a ideia sempre foi ficar com a avó até fazer um ano e depois infantário.
ResponderExcluirSei que se quisesse ele poderia ter ficado com ela até ir para a primária, mas isso para mim ia contra tudo aquilo em que acredito. Acho que a partir de uma certa altura eles precisam não só das regras que a escola lhe dás mas da socialização, aprenderem a partilhar o seu espaço com outras crianças, aprenderem a brincar em conjunto e serem desafiados diariamente. Isso seria de todo impossível ficando em casa até aos 6 anos.
Se pudesse também acho que os punha aos 18 meses...
ExcluirA minha filha só foi para o jardim de infância aos 3 anos, e adaptou-se muitissimo bem. Agora eu..... no 1º dia uma choradeira, claro.
ResponderExcluirObviamente que a gatinha chorou! ;)
ExcluirEu tenho ideia que muitos meninos choram não tanto por não quererem ir para a escola, mas por verem os pais angustiados. Se a minha mãe me deixasse num sítio a chorar eu também chorava.
ResponderExcluirOh pá, está bem... Mas e conseguir controlar? E só se chora quando se viram as costas e a porta do infantário fecha...
ExcluirO Jr. chorou para ficar aí duas semanas no início da sala dos 2... Achei mais ou mesnos normal, depois das férias e tal. Nessa altura não me custava assim muito muito deixá-lo porque depois também não queria vir embora quando o ia buscar... :)
ExcluirMinha querida Nê, descreveu o que eu senti há vinte e seis anos. Deixei o meu filho no colégio e mal cheguei ao meu emprego, fui a correr para a casa de banho e chorei tanto, tanto, que passei todo o dia com os olhos inchados. Mas com o tempo isso passa, parece que custa mais aos pais do que aos filhos.
ResponderExcluirUm beijinho.
Pê.
Custa sempre, mas sim... Tenho a certeza que quando são pequeninos custa mais aos pais que aos filhos. Mas quando são grandinhos eles já sentem muito e não sei se será bem assim... Um beijinho Pê.
ExcluirSó tenho uma filha e também mês custou os primeiros dias. Eu saía a chorar e ela ria. Só mais tarde,na fase das birras, é que ela não queria ficar. Mas tenho o mesmo sentimento que a NM, confiança no Infantário onde deixo a minha filha, e isso é muito tranquilizante.
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