terça-feira, 27 de maio de 2014

A honestidade intelectual é uma coisa de valor (ou devia, pelo menos)

Uma pessoa é convidada a participar num projecto faraónico. Uma pessoa nem sonha o que a vida lhe reserva e aceita, mesmo sabendo que o que a espera é uma tarefa hercúlea, porque aquilo é coisa para botar figura no currículo. 

Uma pessoa tem então a tarefa de tratar uma tonelada de dados "patati-patatá". Uma pessoa não está para partir pedra desde o Big-Bang e procura (e reprocura) na literatura forma de tratar os tais dados, mas só encontra teorias desenvolvidas para dados "patati" (o que é um problema porque os seus são "patati-patatá")... 

Uma pessoa descobre um livro que parece que apresenta a teoria para tratar dados "patati-patatá", o que uma pessoa precisa portanto. A pessoa não está para perder tempo e investe 70 aérios do seu bolso num livro que vem das Américas com a poção mágica. Uma pessoa recebe o livro, tira o plástico e vai direitinha ao assunto. Uma pessoa dá conta que, tal como o que tinha encontrado até então, os autores só tratam do caso dos dados "patati", mas dizem que para os dados "patati-patatá" é só preciso replicar os cálculos. Uma pessoa assim faz... Replica os cálculos! Mas, depois de tentar vezes sem contas e de diferentes ângulos, uma pessoa percebe que está presa numa tira de Moebius e que se calhar não é assim tão fácil... Uma pessoa desconfia... Uma pessoa escreve aos americanos a perguntar se há abertura para discussão. Os americanos respondem rápida e prontamente, que "sim senhora, faça favor de dizer". Uma pessoa lá diz que não consegue replicar os cálculos para os dados "patati-patatá", inabilidade a sua com toda a certeza já que os autores dizem que será uma extensão fácil de alcançar... Os americanos respondem rapidamente (e ao lado) a dizer que existem softwares (ou caixas negras) que fazem esses cálculos para os seus dados e que uma pessoa não precisa de ser maçar com os fundamentos teóricos. Uma pessoa responde-lhes que os programas em causa só tratam dados "patati-pa", e que os seus são "patati-patatá" o que faz toda a diferença... 

Uma pessoa não volta a saber dos americanos!

Uma pessoa já está munida de óculos, capacete e picareta. Agora com licença, deixem a pessoa trabalhar e desviem-se por causaS dos calhaus!

8 comentários:

  1. Hã? É muito patatá para o meu patatí. O que é mesmo que estás a fazer?

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    1. ahahahahahahahahah... A tentar cozinhar patati-patatá quando só há receitas para patati... :DD

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  2. Olhe NM vai na volta e descobre um método eficiente de tratamento de dados parati-patatá, escreve o livro/artigo e ainda acumula uns trocos! ;)

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    1. Pois que não me pagam para outra coisa Margarida... :)

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  3. (esta cena de não conseguir comentar no tlm irrita-me)
    Pois, era giro não era? Mas há que saber vender o peixe.
    E depois de saberes a receita do patati-patatá, dizes que para fazer patati-patatá-patatú é só elevar ao cubo e dividir por raiz quadrada de 5.
    Serve?

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    1. Não, faço melhor... Digo só que dá para fazer... Assim sem mais... Tipo: façam igual que chegam lá. (também quem se há de lembrar de trabalhar com dados ta-ti-tu, não é verdade?).

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  4. Epá, perdi-me a meio com os patatis e os patatás... Mas venha de lá esse partir pedra. Tenho um colega aqui no trabalho que é como tu. A alcunha dele até é "O Garimpeiro" por ele ser muitA bom a fazer essas coisas... :)

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    1. Perdeste-te a meio... Escrevo tão bem, não escrevo? :DD

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